domingo, 31 de outubro de 2010

POR ZÉ KATRACA

Silvio Santos

JULIO MUSTAFÁ

O filho de Presidente Marques – Abunã

Há alguns anos “perseguimos” o seu Júlio Mustafá no sentido de conseguirmos entrevista-lo. Para nossa surpresa, domingo passado dia 24, quando fomos fazer as fotos que ilustraram a entrevista com a dona Nega do Yara Bar, encontramos Júlio Mustafá na rua Osório e durante um bate papo, cobramos a entrevista, então ele concordou em gravar. Ficamos de entrar em contato no decorrer da semana para marcar a gravação, acontece que durante a conversa preliminar seu Júlio começou a falar sobre as histórias passadas em Presidente Marques que para quem não sabe, era o nome oficial da Vila de Abunã local onde seu Julio nasceu e se criou. Como estava com o gravador pedi licença liguei o aparelho e enquanto o fotógrafo Juliano clicava sua câmera registrando os gestos do seu Júlio fomos explorando a história desse filho de árabe que perguntado se era rico respondeu: “Sou filho de árabe e todo árabe tem aquela impressão que pode ter muitas mulheres, então, gastei e gastei bem!”

Foi então que questionei se frequentava os bordéis que existiam a época a resposta foi diplomática: “Depois que vim pra cá fiquei um pouco devasso, gostava mesmo era da Taba do Cacique, o pessoal tinha um procedimento muito negativo sobre a Taba. A Taba do Cacique quando nasceu era um ambiente familiar. Uma mulher só ia à tua mesa, se tu permitisses. O Carmênio nos recebia muito bem assim como o garçom Carlito”

O interessante foi que assim que nos despedimos e já estávamos um pouco distante, ele gritou: “Preciso gravar outra entrevista para contar sobre a viagem de Guajará Mirim a Porto Velho”. Enquanto isso, vamos acompanhar o que temos.



ENTREVISTA

Zk – É verdade que o senhor nasceu na Vila de Abunã?

Júlio Mustafá – Quando nasci o nome ainda era Presidente Marques meu pai Said Mustafá era comerciante lá.



Zk – Vamos falar sobre o seu pai?

Júlio Mustafá – Meu pai nasceu em Jerusalém. É interessante a vinda do meu pai para esta região. Ele era palestino e saíram três irmãos porque o meu avô não queria que eles fossem para a guerra, então, saíram os três. Um ficou na França, outro foi para São Paulo e meu pai veio para Fortaleza do Abunã tutelado por Constantino Gorayeb. Até hoje não entendo porque o Constantino o tutelou até os 26 anos de idade.





Zk – Quer dizer que aos 26 anos de idade seu pai deu o grito de liberdade e foi viver por conta?

Júlio Mustafá – É mais ou menos por aí. Aos 26 anos ele veio para Abunã que a época era Presidente Marques. Em Presidente Marques ele conheceu minha mãe. O fato interessante desse encontro foi que ele não casou, se amigou porque ele já tinha filhos e sabe como é, naquela época existia muito discriminação. Fui o primeiro filho homem do casal.



Zk – Nasceu quando?

Júlio Mustafá – Nasci no dia 30 de abril de 1926 durante a noite. Quem fez o parto foi dona Santinha uma parteira muito hábil em Presidente Marques Distrito Judiciário do Município de Guajará Mirim 90 km menos da embocadura do Rio Beni.



Zk – Quer dizer que o senhor é matogrossense?

Júlio Mustafá – Sou matogrossense de coração. Presta atenção no poema “As Armas de Mato Grosso” – Brasão de minha terra/Tu que ostentas o ouro do pátrio solo abençoado/Verdor dessas matas opulentas desses campos onde vivem o gado/Tu cujo céu nos representa a expedição do Bandeirante ousado/Relembrando as emoções sanguinolentas dos heróis que nos bordam um passado ideal/No surto dessa fênix estupenda/Brasão de minha terra como és lindo e imorredouro/Verbo da tua fugida elegante/Confiamos na virtude e no ouro.



Zk – O senhor foi comerciante em Abunã. Esse comercio foi herança do seu pai?

Júlio Mustafá – Não, não herdei do meu pai. Meu pai morreu no dia 31 de dezembro de 1941 e no dia 1º de dezembro do mesmo ano me empreguei na Estrada de Ferro Madeira Mamoré onde fiquei trabalhando durante dez anos, ou seja, de 1941 a 1951.



Zk – Qual era o seu trabalho na EFMM?

Júlio Mustafá – Meu serviço era desobstrução de linha



Zk – E o que é isso?

Júlio Mustafá – É trabalhar o descarrilamento dos trens. Minha área de atuação ia de Jacy Paraná a Guajará Mirim. Eu tinha uma locomotiva sob minha responsabilidade que tinha tudo quanto era ferramenta para prestar ocorro num descarrilamento de um trem. Eu era o maquinista da máquina também. Minha missão era desobstruir a linha férrea, se dessa para encarrilhar eu encarrilhava e se via que não dava, jogava fora dos trilhos. O importante era manter o tráfego.



Zk – Depois de 1951 o senhor passou a trabalhar com que?

Júlio Mustafá – Aí fui comerciar por conta própria. Em 1958 vim para Porto Velho e 1963 fui pra São Paulo de onde voltei em 1969 com uma empresa de ônibus.



Zk – Por que o senhor fechou a empresa de ônibus a Viação Abunã?

Júlio Mustafá – O grande responsável pelo fechamento da nossa empresa de ônibus a Viação Abunã que fazia viagem entre Porto Velho, Guajará Mirim e Rio Branco no Acre, foi o fechamento do garimpo manual de cassiterita que a época proporcionava um movimento fabuloso. Imagine você que o que fechou o garimpo manual de cassiterita foi uma Portaria Ministerial não foi nenhum decreto e nem lei.



Zk – Quanto tempo a Viação Abunã ficou trafegando?

Júlio Mustafá – Foram quatro anos. Com o fechamento do garimpo tivemos que fechar porque não tinha fluxo de passageiros suficiente para manter as despesas e então liquidamos a empresa Viação Abunã Ltda. Éramos três sócios, Eu o Silvio e o José de Lima Verde.



Zk – Depois disso o senhor passou a trabalhar com o que?

Júlio Mustafá – Depois fui convidado pelo Tufy Matny e pelo Humberto Corrêa e montamos o primeiro supermercado de Porto Velho.



Zk – Esse supermercado foi instalado aonde?

Júlio Mustafá – Na realidade abrimos dois supermercados. Um na D. Pedro II com a Mal. Deodoro e o outro na Lauro Sodré com a Campos Sales no bairro da Olaria. Me desentendi com o Humberto Corrêa e então arrendei a Padaria do Raposo.



Zk – O senhor lembra quando a padaria do Raposo pegou fogo. Foi antes do incêndio do Mercado Municipal?

Júlio Mustafá – Na realidade quando o fogo destruiu a Padaria do Raposo e o Mercado Municipal eu não estava aqui, estava m orando em São Paulo.





Zk – O senhor veio de São Paulo para fazer o que em Porto Velho?

Júlio Mustafá – Vim ser gerente do Expresso Araçatuba, depois gerenciei a empresa Transporte Cocal S/A. A Cocal tinha uma frota muito grande aqui, eles compravam os veículos através da Zona Franca de Manaus e eu os desembaraçava aqui e mandava os documentos para Criciúma onde era a sede da empresa. Eles eram do Grupo Eliane muito forte, os Kaisinski eles me tinham uma estima muito grande, tanto que quando encerram as atividades aqui, queriam me levar. Não fui com medo de não me aclimatar novamente.



Zk – Vamos voltar a Abunã. O senhor ainda pegou o tempo dos grandes seringalistas?

Júlio Mustafá – Peguei sim! Os bonzões eram o velho Otávio dos Reis, Geraldo Perez, Vitor Sadeck e Antônio Augusto da Rocha, esses eram os mais importantes, eles me dispensavam consideração muito grande, porque praticamente lá em Abunã quem mexia com a Madeira Mamoré era eu, eles precisavam de vagões para transportar a borracha, 500/600 toneladas e por isso me procuravam. O velho Geraldo Perez tinha grande consideração por mim.



Zk – O senhor trabalhou como embarcadiço nos batelões que trafegavam no rio Abunã?

Júlio Mustafá – Essa minha façanha foi o seguinte: Eu era praticante de telegrafia e teve uma concorrência e quem venceu foi o Joaquim Pereira que já conhecia meu trabalho como praticante de telegrafista. Na primeira viagem ele foi sozinho mas, na segunda ele me conquistou e eu subi com ele.



Zk – Como lhe conquistou?

Júlio Mustafá – Porque ele me fez um salário de 150 Contos de Réis. Naquele tempo eu ganhava 30 Contos de Réis trabalhando nos Correios, aí ninguém me segurou fui embora. Fui com ele de Abunã a Plácido de Castro por água, isso em 1939. Nós estávamos no porto de Extrema quando estourou a 2º Guerra Mundial.



Zk – O que Joaquim Pereira transportava?

Júlio Mustafá – Ele fazia o serviço de Regatão. Ele tinha uma Galeota que transportava borracha, couro e pele de animais silvestres, castanha ele não trazia porque era muito volumoso. Fiquei na viagem com ele seis meses. Quando voltei para Abunã foi como capitalista, pois, trouxe 900 Contos de Réis de saldo. Desci e subi a cachoeira de Fortaleza do Abunã, eu o Severino e o motorista Chico Lambança.

N.R - Conto de réis é uma expressão adotada no Brasil e em Portugal para indicar um milhão de réis.. Sendo um conto de réis correspondia a mil vezes a importância de um mil-réis que era a divisionária, grafando-se o conto por Rs. 1:000$000 ou R$ 1,000000 (sendo o real 1/1.000.000 de um conto-de-réis em representação matemática decimal atual), pois o réis tinha sua representação real-imperial em "milésimos-de-mil" contos-de-réis), sendo uma moeda de grande-valor intrínseco e imperial, com representatividade em aproximadamente oito gramas de ouro. No Brasil, esta moeda foi substituída pelo cruzeiro em 1942, na razão de 1 cruzeiro por mil-réis então circulantes (fonte Wilkipédia).



Zk – Voltando ao funcionário da estrada de ferro. Por que o senhor saiu da Madeira Mamoré?

Júlio Mustafá – Saí porque me desentendi com o Jorge Caldeira Abrante que era o engenheiro residente em Presidente Marque – Abunã. Para você entender, criei uma amizade muito grande com o Dr. Brante. Só fiz aquilo com ele por que fui praticamente forçado.



Zk – Fez o que com ele?

Júlio Mustafá – Dei um tapa nele. Acontece que ele veio me repreender diante de muita bgente e eu não aguentei tamanha humilhação e mandei a mão na cara dele. Aí o Dr. Hidelgard me chamou ao telefone dizendo que eu estava suspenso e seria transferido. Então falei pra ele, nem suspenso e nem transferido, porque não tenho nada que depender de vocês, a partir de hoje não trabalho mais na Estrada de Ferro Madeira Mamoré.



Zk – E foi criar trataruga?

Júlio Mustafá – Não! Montei um bar. Comprei uma sinuca do Euro Tourinho um Bilhar e fui trabalhar por conta própria.



Zk – E aqui, antes de ir para São Paulo?

Júlio Mustafá – Antes fui comerciante de estivas aqui em Porto Velho em frente ao palácio do governo onde está o Zizi hoje no Mercado Municipal.



Zk – Quem tinha comércio no seu tempo no Mercado Municipal que hoje é o Mercado Cultural?

Júlio Mustafá – Na esquina da José de Alencar tinha o Bar Capixaba, depois o Clodomildo Gomes Bezerra (Bazxar Bezerra), depois teve o avô dessa menina senadora da República a Fátima Cleide. Era assim; Pegado a mim o Joaqui Carvalho e na esquina pela Presidente Dutra o Mário Alves com seu bar.



Zk – O senhor se considerava rico, capitalista?

Júlio Mustafá – Olha, quem tinha dinheiro em Porto Velho. Tô falando em dinheiro, e eu provo com dedclaração de renda não converso fiado. Era o Tufy Matny, João Elias, Teodorino Torquato Dias e Júlio Mustafá.



Zk – Quer dizer que o senhor era milionário?

Júlio Mustafá – O Manuel Português dono da sapataria Moderna cansou de amanhecer o dia na minha porta pedindo dinheiro emprestado. Era Cinco Mil Cruzeiros e muito mais. Naquele tempo a gente vivia traquilo, não tinha a violencia de hoje. Guardavamos dinheiro em casa como no banco. O pior de tudo é que a corsa ficava junta. O Tufy gostava de mim como o diabo, João Elias Araf virou meu compadre. Quando cheguei aqui morei num apartamento que ficava em cima de um salão de cabeleireiro que ficava em frente a casa do João Elias.


Zk – O que tinha de interessante na casa do João Elias?

Júlio Mustafá – Era que toda madrugada o pessoal, os chamado “Catega” e os comerciantes ricos chegavam para tomar café na casa dele. Coronel Enio dos Santos Pinheiro, Humberto Corrêa e muitos outros.



Zk – O senhor falou o nome de uma pessoa que era admirada pelo guaporeenses e rondonienses Coronel Enio Pinheiro. Ele teve alguma coisa a ver com o desaparecimento do Tenente Fernando?

Júlio Mustafá – Me dava muito com o Coronel Aluizio Ferreira. O caso do Tenente Fernando foi muita exploração política, todas as vezes que tinham eleições puxavam o caso do Tenente Fernando.



Zk – O senhor sabe o que provocou o desaparecimento do Tenente Fernando?

Júlio Mustafá – Acontece que quando ele desapareu disseram que o Enio dos Santos Pinheiro juntamente com o Aluizio Ferreira mandaram matar o tenente Fernando. Não foi! O Enio Pinheiro era uma pessoa de boa índole, o conheci quando ele chegou aqui como Capitão e ficou hospedado no Porto Velho Hotel (hoje é a UNIR Centro) o Aluizio Ferreira também não seria capaz de fazer ou ordenar uma coisa dessas.



Zk – O senhor é casado?

Júlio Mustafá – Sou casado desde julho de 1953, com a dona Yolanda Torres Mustafá que mora em Brasília com a minha filha Nurgian que é aposentada e com meu filho Júlio Sérgio Mustafá que administra parte de uma faculdade de propriedade da sogra dele, tem o Cezar Júlio Torres Mustafá mais conhecido que escama de peixe em Porto Velho como Cezinha e em São Paulo mora minha filha Izabel Nair Torres Mustafá.



Zk – Para encerrar. Seu Júlio Mustafá hoje vive de aplicação?

Júlio Mustafá – Vive de algumas açõeszinhas. Aplicação não porque fui muito gastador, não nego, sou filho de arabe e todo arabe tem aquela impressão que pode ter muitas mulheres, então gastei e gastei bem! Sou aposentado pelo INSS e depois do incidente com o Aderbal me indicaram para administrar os imóveis dele e ele me contratou, ele morreu e os meninos me mantiveram aqui nesse prédio da General Osório que agora já tem novos donos e esses donos me mantiveram na administração. Porém, por recomendações médicas até dezembro devo ir embora daqui.



Zk – Por que?

Júlio Mustafá – Tive um AVC e o Dr. Jacob foi me visitar e recomendou: Vou falar pra você como irmão, como médico e como amigo: “Noventa e cinco por cento da tua reabilitação está fora daqui de Rondônia”. Acontece que só quero ir quando puder andar mais um pouco.



MUSTAFA-

sábado, 30 de outubro de 2010

LEMBRADO PELO ZÉ KATRACA

javascript:void(0)CUTUBA E PELE CURTA

Aliza & Pau x Renato Chatiando

Naquele tempo, segundo os mais antigos, o eleitor do Território Federal de Rondônia só elegia um deputado federal e seu suplente. Na eleição de 1958 que aconteceu justamente no dia 3 de outubro, os candidatos foram Aluizio Ferreira que teve como suplente o Cel. Paulo Nunes Leal pela coligação PSD/PTB e Renato Medeiros que contou na suplência com Miguel Chaquiam pela coligação PSP/UDN.

Na oportunidade só existiam dois colégios eleitorais, Porto Velho e Guajará Mirim e segundo consta, a corrupção, com compra de votos era escandalosa, principalmente em Guajará Mirim onde até boliviano era contratado para votar, principalmente no candidato da oposição Renato Medeiros. Lembram daquele caso que contei aqui sobre o cabo eleitoral Favacho e da turba que chegou em um dos comícios do Renato gritando: “Dom Renato, Dom Renato...?” era por aí.

Outra curiosidade, era que a apuração dos votos, demorava até dez dias, isso porque a comunicação era difícil e as urnas demoravam a chegar ao Fórum Ruy Barbosa (hoje Dr. Fuad Darwiche), na Praça Rondon local da apuração. Acontece que os responsáveis pela apuração, mandavam instalar serviço de alto falante no meio da Praça com quatro cornetas no topo de um mastro de considerável altura, para a polução acompanhar a “marcha da apuração”.

No dia 4 de outubro daquele ano a Praça Rondon amanheceu repleta de eleitores, torcendo pelos seus candidatos. A contagem era voto a voto o que fazia com que a expectativa e a tensão aumentassem cada vez mais entre os eleitores.

Após a abertura dos trabalhos com os discursos de praxe do juiz eleitoral, começa a apuração propriamente dita, o locutor anuncia voto por voto: Aluizio e Paulo e Aluizio Paulo e Aluizio Paulo e de vez em quando um voto para Renato e Chaquiam.

Não sei se era obrigado, mas, o nome do suplente era anunciado com a mesma pompa do nome do candidato a deputado.

Primeiro dia: Aluizio e Paulo, Aluizio e Paulo... Renato e Chaquiam.

Segundo dia: Aluizio e Paulo, Aluizio e Paulo... Renato e Chaquiam. O negócio descambava para uma “lavagem” histórica do candidato da facção Cutuba em cima do Pele Curta Renato Medeiros.

A grande esperança que fazia os renatistas permanecerem na Praça era a chega da Litorina da Estrada de Ferro Madeira Mamoré com as urnas de Guajará Mirim, Vale do Guaporé e do Núcleo do Iata. “O Favacho nos garantiu que o Doutor Renato ganha de “lapada” em Guajará e no Iata”, diziam os Pele Curta.

As urnas de Guajará e Iata chegaram já no terceiro dia de apuração, parecia que quem tinha desembarcado na estação da Madeira Mamoré era a imagem de Nossa Senhora de Nazaré cujos devotos a época, eram muitos em Porto Velho, a multidão seguiu o Jeep que transportou as urnas até o Fórum na maior algazarra.

O locutor com toda impostação de voz que lhe era permitida anunciou: “Vamos começar a apuração dos votos de Guajará Mirim e Iata”.

Os Pele Curtas soltaram foguetes e aos gritos diziam, vai começar a virada.

Logo foram murchando quando o locutor anunciou que uma série de urnas haviam sido impugnadas e continuou:

Aluizio e Paulo, Aluizio e Paulo... Renato e Chaquiam...

Os Cutubas então passaram a fazer a seguinte gozação em cima dos Pele Curtas.

Ao festejaram cada voto que saia para os candidatos Cutubas Aluizio e Paulo repetiam:

Aliza o Pau, Aliza o Pau, Aliza o Pau...

Renato Chatiando...

Aliza o Pau X Renato Chatiando!

Aliza o Pau X Renato Chatiando!

E subiram a ladeira da Presidente Dutra carregando nos ombros o deputado Aluizio Ferreira e o suplente Paulo Nunes Leal cantando o refrão:

Aliza o Pau, Renato chatiando... Aliza o Pau, Renato chatiando!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

AGORA VAI!

CARNAVAL 2011

Fesec entrega projeto

a Mirian Saldanha
A solenidade vai acontecer na sede da Fundação Cultural Iaripuna

Nesta sexta-feira, dia 29 de outubro, a Federação das Escolas de Samba e Entidades Carnavalescas de Rondônia entrega a Senhora Mirian Saldaña, Chefia de Gabinete da Prefeitura de Porto Velho, e ao Senhor Altair dos Santos Lopes (Tatá), Presidente da Fundação Iaripuna, em solenidade oficial, o Projeto Carnaval 2011: Folia e Tradição Para Todos, no qual consta um levantamento da Federação, elencando produtos e serviços a serem contratados pela Fundação Iaripuna, necessários para estruturar, sonorizar e iluminar a Passarela do Samba Édson Fróes, espaço por onde desfilam nossas agremiações carnavalescas.

A cerimônia acontecerá no Gabinete da Presidência da Fundação Iaripuna, situada a Rua Tenreiro Aranha, 3205, Olaria, a partir das 09h00min da manhã.

O projeto entregue solicita também, por meio de convênio celebrado entre Iaripana e a FESEC, o repasse de aporte financeiro no valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil reais), divididos em duas parcelas. Trata-se de auxílio montagem a ser rateado entre as escolas de samba de Porto Velho, para que as mesmas cubram despesas oriundas da confecção de alegorias, fantasias e adereços, contratação de artistas, artesãos, aderecistas, carpinteiros, serralheiros e a mais variada mão-de-obra qualificada, e aquisição de materiais diversos, necessários para uma espetacular apresentação dos grêmios carnavalescos Diplomatas do Samba, Asfaltão, São João Batista, Armário Grande, Império do Samba e Rádio Farol.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

JÁ ESTAVA NA HORA!

DESMISTIFICANDO A RELIGIÃO

CANDOMBLÉ

Os orixás são ancestrais divinizados do Candomblé – religião trazida da África no século XVI. Entre mais de 200, apenas 12 deles são cultuados no Brasil...

O culto é celebrado pelo pai-de-santo, chefe do terreiro onde a cerimônia acontece, e tem início o despacho de Exú... Começa então, o toque dos tambores que marcam o rítmo de uma dança de roda para que os filhos-de-santo incorporem seus orixás. Passam a receber dos participantes pedidos de ajuda e de proteção. A duração mínima do ritual é de 2 horas.

Nota:“Orixás”,Pierre Verger.

OLORUM – Olorun, Olodumare
IFA – Orunmila, Orunla, Ifa (preto-velho)
EXU – Eshu, Esu, Echu
IBÊJI – Ibeji, Taiwo, Kehinde (crianças)
NANÃ – Nana Buruku
OBALUAIÊ – Sanpanna, Babalu aye, Obaluaé, Omolu
OXALÁ – Obatalá, Orisanla in Africa, Oshalufon, Oshaguian, Oduduwa, Oshala in the New World.
OGUM – Ogun, Ogu, Ogum – Balogun
OSSAIM – Osanyin, Osain (omiero)
OXÓSSI – Osoosi, Oshosi, Oxossi – caçador
OXUMARÉ – Osumare, Ochumare
XANGÔ – Shango, Sango Chango – rei guerreiro
IANSÃ – Oya, Yansa, Iansa
IEMANJÁ – Yemoja, Iyemanja, Yemaya
OXUM – Osun, Oshun
OBÁ – Oba

ORIXÁS

O século XVIII ia chegando ao fim. As ideias liberais de “igualdade, liberdade e fraternidade”, que levariam à Revolução Francesa, conquistavam o mundo e encontravam eco também no Brasil, onde os senhores das terras e escravos, revoltados com os altos impostos cobrados por Portugal, começavam a ensaiar a independência.

Claro que essa “liberdade” não se estendia aos negros, que há mais de 200 anos vinham construindo a riqueza do Brasil Colônia. Cansados dos maus tratos – que incluíam castração, amputação dos seios e emparedamento de gente viva – eles fugiam e formavam os quilombos, aldeias encravadas nas matas brasileiras, onde tentavam reconstituir a vida que levavam na África.

Foi nesse clima tenso de rebeliões, revoltas e ideias novas que as divindades africanas chegaram ao Brasil, encarnadas no corpo e na fé do povo iorubá. Esses negros, que viajaram para cá amontoados nos porões dos fétidos navios negreiros, foram tratados e vendidos como animais, a peso de ouro, nos locais onde desembarcaram – Rio, Recife e Salvador. E no entanto, não deixaram de expressar sua devoção aos orixás e cultuá-los nas fazendas para onde foram conduzidos.

Aos domingos e dias santificados, reuniam-se em festas que aos senhores pareciam danças inocentes e alegres batuques. Na verdade, ali estava nascendo o Candomblé brasileiro. Para não levantar suspeitas nem atrair a ira dos senhores católicos, os negros associaram cada orixá a um santo da Igreja Romana. Jesus e alguns santos católicos chegaram mesmo a ser incorporados à religião africana, numa prática que ficou conhecida como sincretismo religioso.

Mas as diferenças entre cristianismo e candomblé são profundas. No candomblé não há bem e mal, e sim qualidades e defeitos que devem ser respeitados por expressarem aspectos dos orixás. E em vez de um só Deus, autoridade suprema, a religião africana tem vários orixás. Os de maior poder assumem formas diferentes, aparecem ora como velho, ora como novo, às vezes como rei, etc.

Essas entidades vivem no órun, reino sobrenatural refletido no aiyé, nosso mundo material. Aqui elas se manifestam na natureza e nos seres humanos, que herdam suas características físicas e psicológicas.

Respeitar os atributos dos orixás e homenageá-los regularmente, segundo o candomblé, traz ao homem força e saúde para viver as infinitas encarnações que lhe estão reservadas na planeta Terra.

Todas as divindades negras, que chegaram aqui para aliviar o sofrimento dos escravos africanos, também são associadas aos quatro elementos: o Ar, a Terra, a Água e o Fogo, por isso, os orixás contém toda a magia que comandam as forças da natureza.

EXU

Os Exus são provavelmente, os mais temidos dos orixás e os mais injustiçados. Isso porque estão associados ao cruel e implacável demônio da tradição cristã, a mais terrível das criaturas. Mas os Exus não são nada disso. Alegres e irreverentes, seus 21 tipos conhecidos, adoram brincadeiras. Boêmios, costumam aparecer só depois da meia-noite. E vêm a mil, exigem bebida, mexem com as mulheres e provocam todo mundo. Porque os Exus, assim como as Pombas-Giras, seu princípio feminino, vivem a sensualidade sem a menor cerimônia.

Mas não é só a descontração a marca principal dessas entidades. Elas também são briguentas, mentirosas, zombeteiras e veneram a preguiça. Insolentes e provocadoras, não tem meias palavras. E ai de quem as menosprezar por isso! No mínimo, não vai poder falar com nenhum outro orixá.

Isso porque os Exus são espécies de “mensageiros” no candomblé. São eles que levam às altas entidades os pedidos dos seres humanos. Em troca de bebida forte, galinha preta, bode e farofa, eles abrem qualquer caminho. É a eles que se recorre quando não há mais nenhuma esperança. Mas não trabalham de graça. A única lei que respeitam sem reservas é a do dinheiro. Não há o que eles não façam pelo chamado vil metal. Acabam com casamentos, aproximam amantes, arruinam negócios, seduzem os namorados ou namoradas mais renitentes.

O que não quer dizer que entrem na dança do vale tudo, onde não há princípios nem justiça. A seu modo, eles são justos, capazes das façanha mais ousadas para atender aquilo que até então se julgava impossível. Inteligentes, de raciocínio rápido, não há quem consiga passá-los para trás. E se acaso isso acontecer, a pobre vítima vai se arrepender para sempre, os Exus são, sobretudo, vingativos.

A ligação da imagem deles com o diabo, torna praticamente impossível o surgimento de filhos de Exu. Se ele preside a cabeça de alguém, porém, capricha nos dotes, dá inteligência, alegria, vivacidade. Mas a verdade é que todos os seres, deuses ou homens, têm seu Exu particular. Sem ele, ninguém teria a consciência de estar vivo, ou seja, não desfrutaria a vida.

Elemento: Fogo. Dia: segunda. Cores: branco e azul. Signo: Gêmeos.


IANSÃ

Afirmar ninguém pode, mas é possível especular que o movimento feminista nasceu sob as bênçãos de Iansã. Determinada, corajosa e ativa, ela é forte, carismática, dona de uma personalidade ímpar. Essas qualidades, associadas a uma sensualidade intensa, funcionam, em relação aos deuses e aos homens, como verdadeiros imãs. Não há quem não se sinta atraído pela graça, pelo charme e pelas maneiras decididas de uma filha de Iansã.

Volúveis, mãe e filhas não hesitam em dar corpo e coração aos muitos homens por quem frequentemente se apaixonam. Hoje um, amanhã outro, elas seguem as ordens do próprio desejo, sem medir consequências e sem se sentirem intimidadas por isso. Ousadas, não tem medo de correr riscos. Ao contrário, preferem os desafios e dão conta das tarefas mais impossíveis. São conquistadoras inveteradas, capazes de mudar o destino dos homens.

Contam as lendas que Iansã chefiava uma sociedade secreta de mulheres, as quais mantinham os maridos sob domínio. Mas um dia elas se rebelaram e Iansã, chamada de Oiá, fugiu para longe, para onde vivem os mortos, os Eguns, e lá se tornou rainha. Por isso, é a única divindade que não tem medo do morte. Para ter direito à maternidade, ela foi possuída à força por Xangô, com quem teve nove filhos. Oito mudos e um de voz não decifrável, quase animal. Iansã abandonou a todos.

Ciumenta, irrequieta, impetuosa, autoritária e temperamental, a rainha dos raios, em contrapartida, é uma esposa extremamente dedicada, mas nunca submissa, ao contrário, num relacionamento, quem dá as cartas é ela. Líder nata, sabe se impor e ganhar o respeito das outras mulheres, à força, se preciso, pois Iansã não foge à luta. Livre de preconceitos e mil anos na frente, seu segredo é mutação.

Dona do vento da morte, divindade da floresta e das tempestades, é associada a Santa Bárbara católica. Mas basta fitar os olhos doces da santa, para perceber, que as duas são muito diferentes. Orixá do movimento, do fogo, do sexo e dos raios, Iansã representa a continuidade das gerações. É ela a deusa que domina os ventos, os raios e as tempestades. Sabe defender o que é seu e demonstrar todo o seu grande amor e alegria.

Elemento: Fogo. Dia: quarta. Cor: vermelho. Signo: Aquário.


IEMANJÁ

Quem já passou a noite de Ano Novo na praia certamente se encantou com a multidão vestida de branco que invade as areias, levando oferendas e acendendo velas para Iemanjá...

Rainha dos mares, mãe de todos os orixás, ela recebe as homenagens dos que desejam um ano de fartura e tranquilidade. Senhora das ondas e das oferendas, rainha das marés, abre os caminhos pela atração, pois dizem que não há nada que exerça mais atração do que o mar.

À deusa das águas recorrem as mulheres que não conseguem engravidar, porque é Iemanjá quem controla a fertilidade, simbolizada em seu corpo robusto, forte, em seus seios volumosos e na aparência sensual, qualidades, aliás, de todas as suas “filhas”, que se revelam excelentes como donas de casa, educadoras e mães.

Generosas, prestativas, eficientes, as pessoas que tem Iemanjá como protetora são, em contrapartida, possessivas e ciumentas. Embora se mostrem tranquilas a maioria do tempo, podem se tornar verdadeiras feras quando perdem a paciência. Mais que isso, não perdoam ofensas com facilidade. Intrometem-se tanto na vida dos familiares que chegam a sufocar. Mas a intenção é sempre das melhores.

Elemento: Água. Dia: sábado. Cores: azul, branco e verde. Signo: Peixes.

A origem mítica de Iemanjá é atribuída aos povos pertencentes ao tronco espiritual iorubá. Na Nigéria, a noroeste da capital nacional, Lagos, está “Ilé-Ifé”?, a antiguíssima cidade sagrada do mundo iorubá e lugar de nascimento, segundo a lenda transmitida oralmente desde remotas épocas, de todos os orixás.

Identificada com a água do mar, Iemanjá ocupa um lugar especial por ser considerada a matriz geradora de quase todos os orixás, sendo portanto símbolo da maternidade e procriação. Segundo a religião iorubá, Iemanjá deu à luz a maior parte dos orixás que encarnaram forças da natureza e estão associados a múltiplas atividades desempenhadas pelo ser humano.

Iemanjá chegou à América durante o período da escravidão. Cruzou o Atlântico com os africanos iorubás, os quais mantiveram aqui (Brasil, Uruguai etc) suas crenças, mesmo sendo vítimas de um grande processo de cristianização compulsiva. Os africanos escravizados procedentes de outras vertentes culturais professavam religiões muito similares a iorubá, que só se diferenciavam em alguns pontos, já que todas coincidiam nos mesmos núcleos ideológicos.

A convivência em cativeiro promoveu o assentamento de uma religião unificada, baseada na visão comum a todos os africanos e centrada fundamentalmente nos orixás do grupo iorubá, o qual exerceu maior influência cultural sobre o conjunto.

Os contingentes africanos que trouxeram sua cultura e religiosidade à América, começaram a predominar, mesmo diante dos brancos católicos dominantes e também dos indígenas, portadores estes de suas própias tradições religiosas.

LOGUM-EDÉ

Este orixá flerta com homens e mulheres. Conta a lenda que o filho de Oxum Okê e Oxóssi, sempre buscando o equilíbrio, tomou uma poção mágica para viver seis meses na forma de mulher, com sua mãe e seis meses como homem, com o seu pai. A lenda nos mostra que a dificuldade de Logum é a escolha. Sua palavra-chave é a opção.

Elemento: Água. Signo: Libra.

NANÃ

Nanã, senhora de muitos búzios, que simbolizam fecundidade, riqueza e morte, é a entidade mais antiga da candomblé. É associada ao barro com que foi moldado o primeiro homem, ao fundo de rios e mares, às águas paradas e aos pântanos. É o ponto de contato entre as águas e a terra. Suas filhas tem um temperamento introvertido. Ativas e severas, gostam de ordem e limpeza. São discretas, cumpridoras de suas promessas e adoram crianças.

Elemento: Água. Dia: sábado. Cores: azul-escuro e branco.

OBÁ

Presidido por Diana, a caçadora, deusa virgem da batalha e da luta, sua palavra de ordem é auto-suficiente. Signo: Virgem.

OBALUAIÊ

Está vinculado à morte e às doenças, mas tem também o poder da cura. Apresenta-se sempre com o rosto coberto de palha-da-costa.

OGUM

Quando você deparar com uma pessoa cheia de vontades, briguenta, que não se importa nem um pouco em apelar para a violência, pode ter certeza de que estará diante de um filho de Ogum. Guerreiro, comandante de exércitos que aniquilaram nações inteiras, ele é o macho viril que não admite relacionamentos homossexuais, ao contrário dos outros orixás.

Corajoso e forte, Ogum é um deus sanguinário, intolerante e é um viril lutador. Aquilo que se costuma chamar de um homem bruto. Seu passado de militar o capacita a enfrentar os momentos mais difíceis. Quem já o invocou nessas horas sabe que ele nunca falta. “Baixa” de modo rápido e violento, o corpo se movimenta ao som e ao ritmo da dança guerreira, brandindo a espada no ar. Ela age como se estivesse em meio à mais terrível das batalhas.

Detentor dos segredos da ferro, Ogum é o orixá dos processos técnicos e da civilização. Foi com o ferro que se fez o arado, por exemplo, permitindo que nações inteiras cultivassem a Terra e matassem a fome. Ogum é também considerado irmão gêmeo de Exu. De fato, há muita semelhança entre ambos, principalmente na coragem e na agitação.

Contam que foi Ogum quem se rebelou contra a dominação das mulheres, encabeçada por Iansã, e delas roubou o poder sobre os mortos. Chegou até mesmo a maltratar Oxum. Associado a São Jorge, protetor dos que trabalham com ferramentas, ele não descansa enquanto não obtém o que deseja e de maneira como quer. Sua palavra-chave é a ação.

Elemento: Terra. Dia: terça. Cores: vermelho, verde e azul. Signo: Áries.

OLORUM

Olorum não é propriamente um orixá. Não tem filhos na Terra e por isso não se manifesta, isto é, não “baixa” em ninguém. Não participa do cerimonial do candomblé, não exige oferendas nem comidas caprichadas ou vestimentas especiais. Na verdade Olorum, que alguns chamam de Olodumaré, está acima dessas e de outras necessidades.

Senhor de todas as coisas, ele é o princípio criador. Sem sua permissão, Odudua, orixá que se apresenta ora como homem ora como mulher, não teria gerado o mundo, nem Oxalá poderia dar vida aos orixás e aos homens.

Ele não é homem nem mulher, não tem características humanas, nem se envolve nos problemas do dia a dia. Sua única ligação com os homens acontece por intermédio dos orixás e do arco-íris, que ele criou especialmente para esse fim, em apenas quatro dias. Depois, retirou-se para o merecido descanso. Elemento: Ar.

Nota: Jurema Oliveira (jurema_oliveira@yahoo.com.br) 13/05/2008: Correção. Seu site está muito bonito, gostei. Porém: Solicito que faça uma correção na sua página Religião Candomblé onde você diz Orixás – “deuses”, orixás não são deuses, são ancestrais divinizados. O único Deus para os membros do candomblé é Olorum também chamado de Olodumare. Um abraço.
http://candomblenobrasil.blogspot.com/2008/04/candombl-culto-dos-orixs-de-origem.html

OMULU

A história de Omulu é, de longe, a mais triste do candomblé. Adolescente, foi expulso de casa pela mãe Nanã, senhora mais antiga do candomblé, por se envolver com prostitutas e contrair as mais variadas doenças venéreas. Quando Iemanjá o acolheu, oferecendo-lhe cuidado e proteção, era tarde demais. As feridas da alma de Omulu já estavam abertas e nunca mais iriam fechar.

Essa fase de sua vida iria marcá-lo para sempre, fazendo dele um deus amargo, solitário, pessimista, com tendências auto-destrutivas, Omulu costuma provocar doenças, que depois ajuda a curar graças à intervenção de Nanã. É o pai dos que sofrem com problemas crônicos na pele, é o senhor das epidemias. Seus filhos, sem exceção, são hipocondríacos, melancólicos e negativistas. Incapazes de identificar os aspectos positivos das próprias desgraças para aprender com elas, as pessoas consagradas a Omulu vivem se queixando.

Isso claro, não os ajuda a sair das situações difíceis em que se envolvem, nas quais não faltam decepções, frustrações, desencontros amorosos. “Pesados”, carrancudos, sem nenhum charme ou elegância, afastam os poucos que tentam se aproximar. Omulu usa uma vestimenta de palha-da-costa (capim claro e maleável), que vai até a cintura e lhe cobre o rosto. Inspira respeito, medo e é considerado um deus solitário.

Elemento: Terra. Dia: segunda. Cor: vermelho.

OSSAIM

“Kosi ewe, kosi orixá”, esse ditado popular do candomblé, que significa: “sem folhas não há orixás”, expressa bem a medida da importância das plantas, portadoras do axé, o poder e o princípio vital. Sem elas não haveria a vida. É por isso que Ossaim (ou Ossanha), deus das plantas, é tão venerado. Ossaim rege as plantas medicinais e tudo o que cresce livremente.

As folhas tem o dom de curar, matar, alucinar e acalmar. Produzem a fertilidade, mas também acabam com ela. Vem do reino vegetal as oferendas e os instrumentos dos orixás. E tudo isso depende do reino governado por Ossaim, que como seus filhos, é vegetariano.

Introvertidos e imprevisíveis, pais e filhos são no geral calados, discretos e cheios de mistérios. Muitos se tornam médicos ou cientistas, sob a benção do orixá. São pacientes, tolerantes e amam os animais. Principalmente os pássaros. Adora brilhar e que tudo gire em torno de si, sua palavra-chave é a admiração.

Acima de tudo, porém, Ossaim e seus filhos prezam a liberdade, marca aliás, de todos os deuses das florestas. As pessoas consagradas a Ossaim são gentis e delicadas e possuem quase sempre uma saúde frágil. Na velhice, podem ficar mancos ou aleijados. Ossaim, por sinal, se faz acompanhar sempre por Aroni, anão de um braço, uma perna e um olho, que lembra o saci-pererê ou o Caipora.

Elemento: Terra. Dia: segunda. Cor: verde. Signo: Leão.

OXALÁ

Orixá maior na mitologia africana, seu nome é providência. Contam as lendas que Oxalá, primeiro filho de Olorum, foi confiado a tarefa de criar o mundo. O deus supremo lhe deu um punhado de terra dentro de um camaleão e uma galinha de cinco patas para que ele executasse sem problemas a missão.

Mas Oxalá, sempre altivo e obstinado, recusou-se a fazer oferendas a Exu, o “mensageiro” do Candomblé, que jurou vingança e o deixou com uma sede terrível. Para saciá-la, Oxalá bebeu da seiva de uma palmeira e embriagado por ela, acabou se esquecendo da missão sagrada, então executada por Odudua, seu irmão mais novo e grande rival.

Quando a bebedeira passou, Oxalá, inconformado pela trapaça, foi contar a Olorum o que acontecera. Então o grande pai, para consolá-lo, encarregou-o de criar o homem e tudo o que povoa o mundo. Foi o que ele fez, modelou os corpos em argila e insuflou neles o Ar da vida.

No entanto, às vezes ele voltava a se embriagar com a seiva, mesmo durante o trabalho. Com isso, acabava esculpindo figuras deformadas ou as retirava do forno antes do tempo. Por esse motivo, todas as pessoas com defeitos físicos contam com a sua proteção.

Elemento: Ar. Dia: sexta-feira. Cor: branco. Signo: Capricórnio.

OXALUFÃ

É a representação de Oxalá mais velho. Sempre calmo, é respeitado por todos os filhos e como todo bom pai experiente, é também um tanto teimoso.

OXÓSSI

Guerreiro destemido, viril e aventureiro, senhor das matas e dos espíritos da floresta, Oxóssi é o mais belo dos orixás masculinos. Indomável, ele conquista o coração das mulheres, mas mostra-se indiferente às investidas amorosas, pois, é que Oxóssi acredita no amor estável, por isso, só quando ama revela sua face de amante sincero e dedicado.

Dizem que, quando Oxum o rejeitou, ele se refugiou na floresta, triste e solitário. Exatamente a atitude que se poderia esperar de um orixá discreto, introvertido e acima de tudo, honesto consigo e com os outros.

Sua franqueza, no entanto, chega a ser constrangedora. Ele não tem jogo de cintura e não se incomoda com isso. Não faz questão de ser hábil no trabalho com as pessoas. O que lhe importa é a sinceridade, a verdade, custe o que custar e doa a quem doer.

Modesto, um filho de Oxóssi, como o pai, jamais tentará fazer sua opinião prevalecer, tampouco, se considerará sábio, apesar do vasto conhecimento adquirido graças à sua intensa atividade intelectual. Refinado, tem bom gosto, o que confere elegância e nobreza a seu charme natural.

Essa fineza quase aristocrática, no entanto, pode muitas vezes levar à impressão de se estar diante de alguém sem interesse nem entusiasmo, não poderia haver engano maior. Oxóssi é cheio de iniciativa e sabe o que quer. Para o orixá lunar que acolhe e alimenta, a palavra-chave é a proteção.

Elemento: Terra. Dia: quinta. Cor: azul-turquesa. Signo: Câncer.

OXUM

Vaidosa e dengosa, Oxum é a mais bela das orixás. Adora se arrumar, toda a hora admira a própria beleza diante do espelho, não é para menos. Elegante e graciosa, ela usa esses artifícios para conseguir o que quer. Está sempre cercada de admiradores, que resolvem todos os seus problemas.

Doce e meiga, Oxum também pode ser preguiçosa, indecisa e superficial, o que acaba se tornando uma virtude. Não interfere na vida de ninguém e adora crianças. É símbolo da maternidade e da gestação, protege as mulheres grávidas e seus bebês.

Essa Oxum maternal, no entanto, contrapõe-se à Oxum sedutora, que age com falsidade para atingir seus objetivos, principalmente no amor. Identificada com a deusa do amor, curte o luxom e riqueza, mais os prazeres da mesa, sua palavra-chave é o valor.

Como ninguém, ela sabe esconder seu lado negativo, passa só a imagem de mulher maternal e agradável, amada por todos.

Elemento: Água. Dia: sábado. Cor: amarelo. Signo: Touro.

OXUMARÉ

Nunca ouse confiar num filho de Oxumaré, esse orixá do movimento que, a exemplo de Logum-Edé, o orixá adolescente, passa metade do ano como princesa e a outra metade como príncipe, ou como um demônio terrível, como afirmam os que já provaram de seu sarcasmo e falsidade. Porque Oxumaré derrama-se em gentilezas e sorrisos pela frente para depois maldizer pelas costas.

Elegantes, irônicos, amantes da riqueza e do luxo, Oxumaré e seus filhos tem o ar de superioridade e desdém de quem se acha o máximo. Adoram as fofocas e são extremamente divertidos. Não há quem resista a suas histórias, que eles sabem contar como ninguém.

Apesar de tudo isso, Oxumaré tem um lado forte e generoso. Força que governa a vida, orixá da fertilidade, da arte, da cura e da abundância, ele tem como símbolo uma serpente que morde a própria cauda, o que simboliza a perpetuação da espécie. Como arco-íris, liga a Terra dos homens ao órun, mundo sobrenatural dos orixás. Criou as montanhas, traçou o curso dos rios e escavou canais. E, ao girar em torno da Terra, põe os corpos celestes em movimento.

Elemento: Terra. Dia: terça. Cores: amarelo, verde, vermelho e preto. Signo: Escorpião.

XANGÔ

Quem tem a proteção de Xangô sabe que não há nada nem ninguém que destrua um filho desse orixá. Podem até conseguir levá-lo ao fundo do abismo, mas depois de algum tempo ele renasce com mais vigor e volta a enfrentar o mundo de peito aberto, sem medo. Essa é uma característica herdada do pai Xangô, a entidade mais forte do candomblé brasileiro.

São dele a força, o poder e a capacidade de fazer e desfazer todas as coisas. Mas ele não age sem uma boa razão. O impetuoso senhor dos raios e trovões tem a justiça como lema, pois Xangô tem um senso de justiça muito acentuado. Não tolera a mentira, a desonestidade e a corrupção. Por isso, ao lidar com seus filhos, pode tanto trazer a segurança e a lealdade, como criar um clima de medo no relacionamento. É que pai e filhos são absolutamente severos e implacáveis com quem se porta à sua imagem e semelhança.

Orgulhoso, dono de uma dignidade própria de um príncipe, vinda de sua origem como senhor de um império africano, Xangô não perdoa a fraqueza. Autoritário e dominador, o filho de Xangô tem um humor instável e é muito ciumento. Exige exclusividade, mas nunca consegue resistir a uma aventura. Segue os passos do pai, marido de muitas esposas, das quais as prediletas são a dengosa Oxum e a guerreira Iansã, esta, a parceira ideal, pois o acompanha a todas as frentes de batalha, luta sempre ao seu lado, ajudando-o a derrotar os inimigos.

São essas as características que os filhos de Xangô exigem dos parceiros. Ousados e cheios de iniciativa, quando se apaixonam, fazem o impossível para conquistar o ser amado. São diretos, sem rodeios, vão logo ao que interessa. Muito atrevidos, não descansam enquanto não conseguem o que querem. E adoram variar as relações amorosas.

Xangô é o próprio Fogo, energia inesgotável, devastadora. Ninguém fica imune ou indiferente a sua passagem. Não há como ignorar a pompa e a altivez desse integrante da alta aristocracia africana que um dia, encurralado pelas lutas em torno do poder, acabou se suicidando em plena selva. Preferiu a morte a perder a dignidade.

Além disso, Xangô nunca suportou disputas pelo poder. Tem consciência de que só ele possui as qualidades necessárias para exercê-lo com vigor e justiça. Porque não conhece o significado das palavras obediência, submissão e medo.

Elemento: Fogo. Dia: quarta. Cor: vermelho vibrante. Signo: Sagitário.

Máximos postais emitidos em 1982 que mostram o “Orixá Oxumaré” (lado esquerdo da tela) e o “Orixá Xangô” (lado direito), ambos obliterados por carimbo comemorativo CBC Salvador – Bahia (BA).

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Umbanda é a religião dos negros iorubás na Bahia que consiste sobretudo em grandes festas aos orixás...
UMBANDA

A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy. Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos...

Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto, somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.

O termo Umbanda, considerado a “Palavra Perdida” de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais.

Estes espíritos são Seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá – O Cristo Jesus.

Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Os radicais que compõem o mote UMBANDA são, respectivamente: AUM – BAN – DAN. Sua tradução pode ser comprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo Marquês Alexandre Saint-Yves d'Alveydre, na sua obra “O ARQUEÔMETRO”.

AUM significa “A DIVINDADE SUPREMA”
BAN significa “CONJUNTO OU SISTEMA”
DAN significa “REGRA OU LEI”

A UNIÃO destes princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa “O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS”.

Portanto, o AUMBANDAN ou CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS é a PROTO-SÍNTESE CÓSMICA, encerra em si os princípios geradores do Universo, que são a SABEDORIA e o AMOR DIVINOS.

Estende-se ao Ser Humano como a PROTO-SÍNTESE RELIGIO-CIENTÍFICA que contem e dá origem aos quatro pilares do conhecimento humano, ditos como FILOSOFIA, CIÊNCIA, ARTE E RELIGIÃO.

Pelo acima exposto, entendemos que a Umbanda é patrimônio dos Seres Espirituais de Alta Evolução que governam o Planeta Terra, os Seres Humanos encarnados e desencarnados são herdeiros deste Conhecimento-Uno.

Entretanto, a aquisição deste conhecimento cósmico depende de condições ou pré-requisitos que o indivíduo deve possuir para que possa compreender a extensão e significado deste patrimônio. Deve ser, também, capaz de participar efetivamente da marcha evolutiva do Planeta como um espírito de horizontes largos e consciência cósmica.

Os sete nomes principais que atribuíamos aos Orixás Ancestrais na Umbanda Esotérica: Oxalá, Ogum, Oxossi, Xango, Yemanjá, Yori e Yorimá.

Têm raízes de etnias africanas Bantu e Sudanesa, bem como raiz da raça Tupi-Guarani brasileira e raízes de Egípcio-Heleno-Semita, compondo os Três Pilares da Umbanda Esotérica, constituindo-se na Filosofia das Forças Vitais da Natureza.

Orisa Orunmila Ifa na Umbanda Esotérica tem a denominação de “Yorimá”, o qual, neste credo, é “patrono” da Falange dos “Pretos-velhos”... Primeiramente, existia a figura do Orisa Obaluaiye, o Senhor da Terra da Vida, e, acima dele, a do Orisa Orunmila Ifa, o Senhor dos Destinos Humanos...

A denominação “Yori” atribuída à Falange das “Crianças” da Umbanda e cujos “patronos” são São Cosme e São Damião, havia eclipsado os Gêmeos Sagrados Ibeji, chamados Taiwo e Kehinde. Também os Ere e os Tobossi africanos haviam sido sincretizados no terceiro gêmeo africano – Idowu – aquele que, na Umbanda, é conhecido por “Doum”.

A partir dessa síntese, em termos de Umbanda Esotérica, as denominações Tupan, Zambi, Olorun e Jeovah são nomes diferentes nos quais diferentes raças expressam o mesmo conceito de Deus Único, Onipotente e Onipresente!

E quer os chamemos por Guaracy, Yacy e Rudá – Xangô, Yemanjá e Yori – São Gerônimo, N.S. da Conceição e São Cosme e São Damião, todos são Seres Espirituais de Origem Divina para os que assim os chamam e que todos eles, incluídos os demais restantes, eu posso agrupar sob a denominação genérica e atual de Orixás Ancestrais, sem com isso estar ofendendo, por diminuir ou engrandecer, nenhuma corrente religiosa. O ponto de semelhança entre eles é inquestionável em sua grandeza: Deus!

MANTENDO A POSIÇÃO

Arcebispo pede boicote de ópera sul-africana a Israel
26 de outubro de 2010 | 17h 53

AE-AP - Agência Estado

O arcebispo aposentado da Igreja Anglicana, Desmond Tutu, que venceu o prêmio Nobel da Paz de 1984 por sua oposição pacífica ao regime do Apartheid na África do Sul, fez um apelo hoje à renomada Ópera da Cidade do Cabo a que não se apresente em Israel até que o governo israelense acabe com o que ele chamou de discriminação.

Em comunicado, Tutu comparou a programada viagem da Ópera da Cidade do Cabo a Israel, prevista para o próximo mês, às apresentações que artistas internacionais faziam na África do Sul na época do Apartheid, quando o país africano era "uma sociedade baseada em leis discriminatórias e exclusão racial".

"A Ópera da Cidade do Cabo deveria adiar sua turnê prevista para o próximo mês, até que tanto os admiradores israelenses quanto os palestinos de ópera tenham oportunidades iguais e acesso irrestrito para assistir às apresentações", disse o arcebispo Tutu.

Tópicos: Desmond Tutu, Israel, Apresentação, ópera sul-africana, Internacional, Geral

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O CANDIDATO E A RELIGIÃO

Gostei, porque só se condena um político que busca sua eleição, quando se trata de religião de matizes africanas.

Vi na propaganda política, o eleito senador Cassol, junto com Agnaldo Mniz, Cahula e tantos outros fazendo oração de agradecimento, em uma igreja evangélica, não li nada a respeito em nenhum site, dizendo que esse ou aquele candidato estava buscando sua eleição através da religião, ninguém condenou.

Ninguém escreveu que se tratava de uma apelação, afronta, eresia, na Igreja pode, no terreiro não, Porque?

Vários padres de várias tendências, manifestam suas prioridades, missas sào rezadas em prol de determinado candidato, mas ir a um Babaloxirá, ou Ialorixá, pedir luz, paz,ajuda espiritual, não pode, geralmente, quem condena é geralmente, quem desconhece a religião, ainda a toma com: Um bando de negros fazendo arruaça, bebendo cachaça.

Concordo com o colunista, a constituição reserva o direiro a religião, (credo), considero até interessante na propaganda da Senhora candidata Dilma, quando ela se refere ao Estatuto da Igualdade Racial, recém aprovado (depois de doze anos de relutância), dizendo qoe no Brasil não se distingue ninguém pela cor ou credo e precisa de um Estatudo para garantia de direitos?

Concordo quando o nobre colunista sai em defesa do direito a religião, se qualquer candidato, tiver fé em suas origens ou eceitar todo tipo de credo e respeitar, não há do que se envergonhar, até porque, o Candomblé é a religião mais antiga da face da terra, é a única que sobrevive de ensinamentos de forma oral, de pai para filho, como diz a BÍBLIA.

OXALÁ ABENÇOE!



--
Carlinhos Maracanã

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LITERATURA MUSICAL

LIVRO

O Brasil em ritmos musicais

Canção popular no Brasil oferece um instigante passeio pelos diversos ritmos musicais nascidos no país. Santuza Naves apresenta o resultado de anos de pesquisa no tema em forma de um rico panorama que reflete a própria história cultural e social do país no século XX. A Tropicália, o samba, a bossa nova, o rock, o rap e muitos outros ritmos ganham a análise da autora.

Na análise de Santuza, a Bossa Nova foi um divisor de águas e revelou um novo personagem: o compositor como intelectual, que passa a comentar todos os aspectos da vida, do político ao cultural, através da canção crítica. A importância de Chico Buarque, Tom Jobim e Nara Leão neste âmbito fez com que a autora dedicasse capítulos à parte para estes artistas. Se o primeiro foi um dos criadores da MPB, Jobim em parceria com João Gilberto lançou os alicerces da bossa nova e foi além. Já a musa da juventude dourada carioca dos anos de 1960 levou o “ser artista” as últimas conseqüências e influenciou toda uma geração com sua militância cultural.

“(...) a música popular tornou-se, sobretudo a partir da bossa nova, o veículo por excelência do debate intelectual, operando duplamente o texto e o contexto. (...) Ao estender a atitude crítica para além dos aspectos formais da canção, o compositor popular tornou-se um pensador da cultura”, analisa a autora.

Os antecedentes da canção crítica também são investigados. Santuza resgata a modinha e o lundu para mostrar suas influências em ritmos como o samba e o chorinho. Os chamados “anos de ouro” (1920-1930) e o samba-cação também ganham destaque. A autora aponta a tropicália como momento de ruptura do conceito de canção até então conhecida. Ela diz que para compreender a canção tropicalista deve-se associar aos elementos poético-musicais a performance de seus cantores, rica em coreografias e máscaras.

Santuza analisa o advento do rock em um momento político-cultural chamado de pós-tropicalismo e sua evolução para o BRock dos anos de 1980. Ela mostra como a linguagem do ritmo foi adaptada para as necessidades locais. A efervescência dos anos de 1960 fica evidente com a quantidade de novidades musicais. A música negra foi outro componente neste caldeirão cultural, com Jorge Bem Jor, Tim Maia, nos anos 70, culminando com o rap e funk das periferias.

Em Canção popular no Brasil, a autora descarta a visão evolucionista sobre o tema e faz uma análise aprofundada sobre as influências da chamada canção crítica na cultura brasileira.

Santuza Cambraia Naves é professora de antropologia do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio e pesquisadora de música popular. Além de vários ensaios acadêmicos, publicou os seguintes livros: O violão azul: modernismo e música popular; Da bossa nova à tropicália; A MPB em discussão — entrevistas, em co-autoria com Frederico Oliveira Coelho e Tatiana Bacal, e Velô.

SERVIÇO

Canção popular no Brasil

Santuza Cambraia Neves

Coleção Contemporânea

Organização: Evando Nascimento

160 páginas

Formato: 14 X 21 cm

Preço: R$ 29,90

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

AINDA NO CINEMA

por : Sérgio Ramos
Fundação Cultural leva cinema à universidade

CINEMA

Os documentários “Povo Amondawa”, de Luiz Brito, “Ver-O-Peso”, de Januário Guedes, e “São Carlos do Jamari”, de Alejandro Bedotti, serão exibidos e debatidos nos campus da Faculdade Panamericana de Ji-Paraná – UNIJIPA, e da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, nos dias 27 e 28 de outubro, respectivamente, durante a programação do Festival Só Curta – Estadual de Curta-Metragem, realizado pela Fundação Cultural de Ji-Paraná a partir do dia 25.

“Povo Amondawa”, de Luiz Brito, retrata a nação homônima, vítima do avanço da civilização através de projeto de colonização incentivado pelo governo federal a partir do final da década de 70. Luiz Brito estará também com o documentário “Taba, Querida Taba” no Festival Só Curta, a ser exibido no Cine Colúmbia. Este, é uma homenagem à Taba do Cacique, casa noturna referência por décadas à boêmia da cidade de Porto Velho. “Ver-O-Peso”, de Januário Guedes, une elementos de documentário e de ficção numa poética a um dos mercados mais conhecidos no Brasil. “São Carlos do Jamari”, de Alejandro Bedotti, vencedor em 2003 do FestCine Amazônia, faz um registro documental da história de São Carlos do Jamari.

Após a exibição haverá comentários sobre os filmes pelos diretores Luiz Brito, Alejandro Bedotti e outros convidados ligados à produção audiovisual do Estado de Rondônia, seguido de abertura para perguntas e comentários dos presentes. “Levar o cinema à universidade é uma forma não só de ampliar o conhecimento acadêmico, mas de provocar discussão sobre a importância do fazer cultural nestas instituições”, ressaltou Carlos Reis, coordenador do Festival.

Fonte: Assessoria

EXEMPLO SER SEGUIDO

Sérgio Ramos
JARU - Estádio Leal Chapelão é palco de exibições gratuitas de filmes, neste fim de semana

CINEMA

As exibições gratuitas de filmes nacionais e internacionais do Cine Sesi deste fim de semana, de 22 a 24 deste mês, serão no Estádio Municipal Leal Chapelão, em Jaru (RO).
O projeto já foi visto por quase 3 milhões de pessoas em mais de 400 cidades brasileiras. A caravana já passou por Candeias do Jamari, Guajará-Mirim, Alto Paraíso, Machadinho do Oeste e Buritis. O projeto existe há oito anos, levando cinema a lugares que não possuem salas de projeção em funcionamento.

As projeções ocorrem sempre a partir das 18h30 de sexta-feira, sábado e domingo, ao ar-livre, em área cedida pelo Sesi, em acordo com a prefeitura local. Os filmes são apresentados em tela alto alvura de 12 x 5 metros, com um projetor de 35 mm. O som possui três vias de 2 mil watts e projetor Hi-Light Xenon de 2 mil watts, além de cinemascope, o que permite uma boa visualização e audição a uma distância de até 25 metros. Tudo isso garante o elevado padrão de qualidade técnica e de conteúdo das projeções.

Serão exibidos, nesta sexta-feira, “Até o sol raiá” (curta) e “Se eu fosse você 2” (longa). No sábado, será a vez de “O branco” (curta) e “Pequenas histórias” (longa). No domingo, o público poderá assistir a “Vida Maria” (curta) e “A era do gelo 3” (longa).

Programação:
22, 23 e 24/10/2010 – Jaru - Estádio Municipal Leal Chapelão
05, 06 e 07/11/2010 - Ouro Preto do Oeste - Praça da Liberdade
01, 02 e 03/04/2011 - Presidente Médici - Praça Pública (em frente a Prefeitura)
08, 09 e 10/04/2011 - São Miguel do Guaporé - Pç da Prefeitura (ao lado da Qd Municipal)
15, 16 e 17/04/2011 - Santa Luzia do Oeste - Estádio Municipal
22, 23 e 24/04/2011 - Pimenta Bueno - Pç dos Pioneiros(em frente a Sec. Saúde)
29, 30/04 e 01/05/2011 - Espigão do Oeste - R. Minas Gerais (ao lado da Igreja Matriz)
06, 07 e 08/05/2011 - Colorado do Oeste - Campo ao lado do Ginásio de Esportes
13, 14 e 15/05/2011 – Cerejeiras - Praça dos Pioneiros

SINOPSES:

Sexta-feira
“ATÉ O SOL RAIÁ” - Curta
Até o sol raiá é um conto de fantasia e de celebração ao imaginário nordestino. Personagens criados por um artesão em barro ganham vida própria e agitam uma pacata vila sertaneja numa noite de festa. Animado em 3D, o curta-metragem funde a tradição do artesanato em barro com o cangaço, numa referência a dois ícones da cultura do Nordeste.

“SE EU FOSSE VOCÊ 2” - Longa
Grande sucesso do cinema nacional, graças a competente direção de Daniel Filho e da dupla de atores/protagonistas Gloria Pires e Tony Ramos. O casal Cláudio e Helena Maria, interpretado por Tony Ramos e Glória Pires, volta a viver uma troca de papéis. Depois de alguns anos da primeira troca, os conflitos constantes voltam a prejudicar a relação e o casal resolve se separar. Para tornar a situação ainda mais complicada, eles descobrem que a filha, Bia, agora com 18 anos, está grávida e vai se casar.
Quando decidem formalizar a separação, o destino intervém na situação e, pela segunda vez, trocam de corpo. Familiarizados com a situação, decidem sumir durante quatro dias - tempo que durou o fenômeno da última vez. Porém, a tentativa não dá certo. Quando chega o quarto dia, eles continuam com as personalidades trocadas. Então, Cláudio e Helena entram em desespero e começam a buscar o motivo que não favoreceu a destroca. Tentam repetir algo que resolveu a outra ocasião, e fazem sexo - o que também não funciona, e acaba engravidando Helena (ainda com a mente de Cláudio).
Contrariados, os pais precisam continuar juntos, um no corpo do outro, para poderem organizar a festa de casamento da filha e, assim, viverem várias confusões com o genro, os ricos sogros e os amigos dos noivos.

Sábado
“O BRANCO” – Curta
Um garoto cego especula sobre as cores das coisas e manifesta uma predileção pela cor branca, síntese de tudo o que para ele é inatingível.

“PEQUENAS HISTÓRIAS” - Longa
Na varanda de uma fazenda, uma senhora conta quatro histórias protagonizadas por personagens do imaginário popular brasileiro - principalmente da cultura mineira. Do mineiro Helvécio Ratton, com um elenco de primeira grandeza, como Marieta Severo, Patrícia Pillar, Maurício Tizumba. Ganhou o Premio de Melhor Filme Infantil de 3009 pela Academia Brasileira de Cinema.

Domingo
“VIDA MARIA” - Curta
"Vida Maria" é um belíssimo curta de pouco mais de oito minutos, que fez maior sucesso no Festival de Cinema de Pernambuco (Arte Cine PE). A animação, produzida quase que inteiramente por Márcio Ramos, conta de forma concisa e com toques de humor a contradição entre os desejos pessoais e a realidade que se impõe a qualquer pessoa. Narra a história de Maria, durante seu trabalho no sitivo onde vive. Vai dos cinco aos 45 anos e passa todo o seu estilo de viver para sua filha Lurdes.

“A ERA DO GELO 3” - Longa
Em A ERA DO GELO 3, Scrat continua tentando agarrar a noz fujona e nesse processo talvez encontre o verdadeiro amor; Manny e Ellie esperam o nascimento de seu mini-mamute; a preguiça Sid forma sua própria família adotiva seqüestrando alguns ovos de dinossauro; e Diego, o tigre dentes-de-sabre, se pergunta se não está ficando “mole” demais devido à convivência com seus amigos.

Em uma missão para resgatar o azarado Sid, a turma se aventura em uma nova era, onde a fauna e a flora são diferentes. Neste local, dão de cara com dinossauros, lutam contra plantas carnívoras de fúria assassina – e conhecem uma incansável doninha de um olho só, caçadora de dinossauros, chamada Buck. Carlos Saldanha, o brasileiro que co-dirigiu o primeiro filme desta série, dirigiu o segundo e volta a comandar o terceiro.

Fonte: Assessoria

PARTE DA HISTÓRIA

O negro na história de RO será o novo tema da ACLER

HISTÓRIA

Por Lúcio Albuquerque

A participação do negro na história e na cultura rondoniense deverá ser o novo tema a ser debatido pela Academia de Letras de Rondônia, na segunda quinzena de novembro. A programação já está sendo preparada pela ACLER, e que deverá contar, como das vezes anteriores,com a parceria do Departamento de História e Arquelogia da UNIR.

Será o quarto evento específico sobre a história regional que a ACLER realiza este ano - os anteriores foram sobre Rondon, sob os aspectos do positivismo e da importância científica da missão; a BR-364, abordando sua influência na região e a importância da estrada para o desenvolvimento regional; e ao septuagésimo aniversário de criação do Território Federal, a partir da ocupação brasileira da região Oeste.

"Nessa nova discussão pretendemos abordar ã importante presença do negro em Rondônia nos aspectos da ocupação do vale do Guaporé, feita por escravos que fugiam das minas de ouro de Mato Grosso, a religiosidade e as tradições; o outro perfil representado pelos negros que vieram para construir a Madeira-Mamoré e, o último sub-tema envolve os marinheiros da Revolta da Chibata que foram mandados para cá pelo navio Satélite, cada grupo foerecendo meios para um estudo a respeito da participação dos membros dessa etnia", explicou o rpesidente da ACLER, Lúcio Albuquerque.

OUTROS ASSUNTOS

A Academia Cacoalense de Letras está comemorando dois anos de criação, com ingresso de novos acadêmicos e evento especial na sede do Sindsef naquela cidade.

Será no próximo dia 21, quinta-feira, o lançamento do livro "Novos poemas de amor", assinado pelo acadêmico Pedro Albino. Vai acontecer no hall da casa de cultura "Ivan Marrocos" a partir das 19h30. No dia 26, terça-feira da outra semana, o escritor João Moreira, de Ji-Paraná, vai lançar, no mesmo local e horário, o livro "Na Baiuca de Longwood & outros contos de amor e guerra".

Já em Guajará-Mirim, a Academia local, em parceria com a ACLER, prepara a realização no primeiro trimestre de 2011 do SEminário Internacional de Literatura e História da Fronteira.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

RIR, O MELHOR REMÉDIO

VEM AÍ O "DIA INTERNACIONAL DA ANIMAÇÃO”, MAIOR EVENTO SIMULTÂNEO DE ANIMAÇÃO DO MUNDO

Começa nesse sábado dia 23 de outubro, na Casa de Cultura Ivan Marrocos, a programação da "Semana de Animação" que antecede a comemoração do Dia Internacional da Animação, o maior evento do cinema de animação simultâneo no mundo,com entrada gratuita, oferecendo ao público a possibilidade de assistir curtas nacionais e internacionais, bem como,participar de oficinas básicas de animação através do Ponto de Cultura ACME em parceria com o NUCAR - Núcleo de Cinema de Animação de Rondônia, com o apoio da SECEL e do CFP da Prefeitura Municipal de Porto Velho.

A mostra "DIA" foi criada em 2002 pela Associação Internacional do Filme de Animação (ASIFA) para comemorar o Dia Internacional da Animação, 28 de outubro. Foi nesta data que Émile Reynaud, em 1892, realizou a primeira projeção do seu teatro óptico no Museu Grevin, em Paris. Essa projeção foi à primeira exibição pública de imagens animadas (desenhos animados) do mundo.

A organização nacional do evento contará novamente com o apoio na divulgação da Globo Filmes, TV Rá-Tim-Bum, TV Brasil, TV Cultura, Canal Futura, Espaço Z, Rain, Movie Mobz, Sesc TV e Cine Brasil TV, além do apoio do CTAV – Centro Técnico do Audiovisual , do Conselho Nacional de Cineclubes, do Fórum dos Festivais, do Centro de Produção de Legendas e do Habanero Áudio.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Associação Coletivo Madeirista através do Ponto de Cultura ACME, traz para Porto Velho alguns dos melhores trabalhos de animação já produzidos no Brasil e no mundo,com a diferença de que, desta vez, oferece à comunidade a possibilidade de "meter a mão na massa", através de duas oficinas básicas de animação 2D, uma baseada na técnica tradicional e outra na digital, ambas gratuitas e com certificado, com vinte vagas cada uma.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO :

Dia 23 - sábado
Mostra Inaugural da Semana de Animação
das 19:30 as 21:30h
Organização: Cineclube ACME

Dia 24 - domingo
Oficina Básica de Animação em 2D - Técnica Tradicional
das 9:30 as 12:30h - 15:00 as 18:00h
Local: Casa de Cultura Ivan Marrocos - Espaço Pioneiros
Instrutor: Fernando Caetano/NUCAR

Dia 25 - segunda
Oficina Básica de Animação em 2D - Técnica Tradicional
das 9:30 as 12:30h - 15:00 as 18:00h
Local: Casa de Cultura Ivan Marrocos - Espaço Pioneiros
Instrutor: Fernando Caetano/NUCAR

Oficina Básica de Animação em 2D - Técnica Digital (Flash)
das 19:00 as 22:00h
Local: Centro de Formação de Professores - Teatro Banzeiros
Instrutor: Joesér Alvarez/Ponto de Cultura ACME

Dia 26 - Terça
Oficina Básica de Animação em 2D - Técnica Digital (Flash)
das 19:00 as 22:00h
Local: Centro de Formação de Professores - Teatro Banzeiros
Instrutor: Joesér Alvarez/Ponto de Cultura ACME

Dia 27 - Quarta
Oficina Básica de Animação Básica em 2D - Técnica Digital (Flash)
das 19:00 as 22:00h
Local: Centro de Formação de Professores - Teatro Banzeiros
Instrutor: Joesér Alvarez/Ponto de Cultura ACME

Dia 28 - Quinta
Mostra do Dia Internacional da Animação e entrega de certificados
das 19:30 as 21:30h
Organização: Cineclube ACM


Informações e Inscrições :
Joesér Alvarez - 99526643
Fernando Caetano - 99042593
ou pelo e-mail animazonia2010@gmail.com

saiba mais sobre o Dia Internacional da Animação:

FONTE: Assessoria ACME

SALVANDO VIDAS

A AGULHA QUE SALVA...

UTILÍSSIMO...
GUARDE E USE NA EMERGÊNCIA...
Agulha que salva!

Uma agulha pode salvar a vida de alguém com começo de AVC.
Vale a pena 2 min de leitura.
Uma agulha pode salvar a vida de um paciente com princípios de derrame...
Dito por uma professora chinesa.
Guarde uma seringa ou uma agulha para fazer isto - é um método inconvencional para recuperar alguém de um derrame.
Quando um derrame estiver a ocorrer fique calmo.

Independentemente de onde a vitima estiver, não a mova do lugar.
Quando o derrame acontece, as veias capilares no cérebro vão-se gradualmente rompendo.
Se a pessoa for movida os capilares vão se romper.
Se tiver na sua casa uma seringa melhor.
Se não tiver, pode usar uma agulha de costura ou um alfinete.

1. Aqueça a agulha/ alfinete para esterilizar e depois dê uma alfinetada em todos os dedos das mãos do paciente.
2. Não há pontos específicos nos dedos para a acupuntura, mas pode picar 1 milímetro perto da unha.
3. Pique até o sangue começar sair.
4. Se o sangue não começar a sair, então aperte com os dedos.
5. Quando todos os dedos começarem a sangrar, espere alguns minutos e depois puxe as orelhas do paciente até ficarem vermelhas.
6. Pique cada um dos lóbulos das orelhas até começar a sair uma gota de sangue de cada lóbulo. Depois de alguns minutos a pessoa começará a recuperar os sentidos.
Espere até que recupere o estado normal e leve-o para o hospital.
Se for levado às pressas para o hospital, a viagem turbulenta vai fazer com que os vasos capilares no cérebro se rompam.
'Eu aprendi a tirar gotas de sangue para salvar vidas através de um médico de medicina tradicional chinesa.
Ele chama-se Ha Bu Ting.
Mais tarde tive experiência prática sobre o assunto e posso dizer que este método é 100% eficaz.
Em 1979, eu era professora no colégio de Fung Gaap em Tai Chung.
Uma tarde, um outro professor veio correndo para a minha sala e disse 'Sra. Liu, venha rápido, o nosso supervisor teve um derrame!'
Eu fui imediatamente para o 3º andar.
O Sr. Chen Fu Tien estava pálido, o seu discurso era feito através de sussurros, a boca torta - sintomas de um derrame.
Imediatamente pedi a um dos estudantes para ir a uma farmácia comprar uma seringa, que usei para picar o Sr. Chen em todos os dedos.
Quando todos os dedos estavam a sangrar (cada um dos dedos com uma gota de sangue do tamanho de uma ervilha), o Sr. Chen começou a recuperar a sua cor.
Mas a boca continuava torta.
Então, eu puxei as orelhas dele para enchê-las de sangue.
Quando as orelhas dele começaram a ficar vermelhas, eu piquei o lóbulo da orelha direita por 2 vezes para saírem duas gotas de sangue E depois o lóbulo da orelha esquerda.
Dentro de 3 a 5 minutos o formato da boca voltou ao normal e a sua maneira de falar tornou-se clara.
Nós o deixamos descansar algum tempo e o levamos para o hospital.
Ele ficou lá em repouso por uma noite e no dia seguinte deram alta para dar aula.
Tudo correu normalmente.
Não apareceu nenhuma doença derivada do primeiro Socorro que lhe foi aplicado.
Por outro lado, normalmente as vitimas de derrame sofrem danos irreparáveis nos capilares do cérebro durante o percurso para o Hospital.
Como resultado, essas vítimas nunca se recuperam.
Por isso, o derrame é a segunda maior causa de morte..

O que se sente?

Geralmente vai depender do tipo de acidente vascular cerebral que o paciente está sofrendo se isquêmico ou hemorrágico. Os sintomas podem depender da sua localização e da idade do paciente. Os principais sintomas do acidente vascular cerebral incluem:
Fraqueza:

O início súbito de uma fraqueza em um dos membros (braço, perna) ou face é o sintoma mais comum dos acidentes vasculares cerebrais. Pode significar a isquemia de todo um hemisfério cerebral ou apenas de uma área pequena e específica. Podem ocorrer de diferentes formas apresentando-se por fraqueza maior na face e no braço que na perna; ou fraqueza maior na perna que no braço ou na face; ou ainda a fraqueza pode se acompanhar de outros sintomas. Estas diferenças dependem da localização da isquemia, da extensão e da circulação cerebral acometida.
Distúrbios Visuais:

A perda da visão em um dos olhos, principalmente aguda, alarma os pacientes e geralmente os leva a procurar avaliação médica. O paciente pode ter uma sensação de "sombra'' ou "cortina" ao enxergar ou ainda pode apresentar cegueira transitória (amaurose fugaz).
Perda sensitiva:

A dormência ocorre mais comumente junto com a diminuição de força (fraqueza), confundindo o paciente; a sensibilidade é subjetiva.
Linguagem e fala (afasia):

É comum os pacientes apresentarem alterações de linguagem e fala; assim alguns pacientes apresentam fala curta e com esforço, acarretando muita frustração (consciência do esforço e dificuldade para falar); alguns pacientes apresentam uma outra alteração de linguagem, falando frases longas, fluentes, fazendo pouco sentido, com grande dificuldade para compreensão da linguagem. Familiares e amigos podem descrever ao médico este sintoma como um ataque de confusão ou estresse.
Convulsões:

Nos casos da hemorragia intracerebral, do acidente vascular dito hemorrágico, os sintomas podem se manifestar como os já descritos acima, geralmente mais graves e de rápida evolução. Pode acontecer uma hemiparesia (diminuição de força do lado oposto ao sangramento) , além de desvio do olhar. O hematoma pode crescer, causar edema (inchaço), atingindo outras estruturas adjacentes, levando a pessoa ao coma. Os sintomas podem desenvolver-se rapidamente em questão de minutos.


Enviem este e-mail depois de ler.
Você pode salvar alguém de ter um derrame.

Leia pelo menos umas 3 vezes esse email para que no futuro, você também,

possa ajudar alguém.

--
Geraldo Cruz
30 anos de arte

terça-feira, 19 de outubro de 2010

NEGROS, HISTÓRIA E MEMÓRIA

Museu Afro Brasil

O Museu Afro Brasil é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. Localiza-se no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no "Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega" – edifício integrante do conjunto arquitetônico do parque projetado por Oscar Niemeyer na década de 1950. Inaugurado em 2004, o Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria Municipal de Cultura e administrada por uma organização da sociedade civil.

Conserva um acervo de aproximadamente 4 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de hoje. O acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africano e afro-brasileiro, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão, e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. O museu também oferece diversas atividades culturais e didáticas, exposições temporárias, conta Histórico



O Museu Afro Brasil nasceu por iniciativa de Emanoel Araújo, artista plástico baiano, ex-curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo e atual curador do museu. Ao longo de duas décadas, Emanoel Araújo realizou uma série de pesquisas, publicações e exposições relacionadas à herança histórica, cultural e artística do negro no Brasil. A partir da década de 1990, o artista plástico organizou importantes mostras sobre o tema, em diversas cidades do Brasil e em alguns países europeus, culminando com duas mega-exposições: Negro de Corpo e Alma, apresentada durante a "Mostra do Redescobrimento", em 2000, e Brazil: Body and Soul, no Museu Guggenheim de Nova Iorque, em 2001. Durante esse tempo, Emanoel Araújo também amealhou uma valiosa coleção particular, com mais de 5 mil obras referentes ao universo cultural afro-brasileiro.


O Presidente Lula, o curador e outras autoridades na inauguração do Museu Afro Brasil.
Em 2004, Araújo - que já tentara frustradamente viabilizar a criação de uma instituição voltada ao estudo das contribuições africanas à cultura nacional - apresentou a proposta museológica à então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Encampada a idéia pelo poder público municipal, iniciou-se o projeto de implementação do museu. Foram utilizados recursos advindos de patrocínio da Petrobrás e do Ministério da Cultura (Lei Rouanet). A gestão do projeto museológico ficou a cargo do Instituto Florestan Fernandes. Para formar o acervo inicial, Emanoel Araújo cedeu 1100 peças de sua coleção particular em regime de comodato. Ficou decidido que o museu seria instalado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega. O edifício, pertencente à prefeitura, encontrava-se cedido ao Governo do Estado desde 1992 e abrigou por um tempo uma extensão da Pinacoteca do Estado. Em 2004, retornou à administração municipal e passou por adaptações para receber o museu. A 23 de outubro desse mesmo ano, o Museu Afro Brasil foi inaugurado, na presença do Presidente Luís Inácio Lula da Silva e de outras autoridades.
O Museu Afro Brasil se propõe a tratar da contribuição do homem negro no Brasil por meio de três vertentes: memória, história e arte. O objetivo da instituição é utilizar seu acervo etnográfico, histórico e artístico para embasar a criação de um centro de reflexões sobre a cultura afro-brasileira, que envolva também as suas decorrências imateriais e a necessidade de preservar a consciência histórica. Visando a formação do público, o museu mantém uma eclética agenda cultural, oferece palestras e cursos e diversas exposições temporárias ligadas ao tema da produção cultural afro-brasileira e do resgate da memória do universo negro. O museu tem conseguido ampliar consideravelmente seu acervo, por meio de aquisições, doações e empréstimos de colecionadores particulares e de outras instituições. Em 2005, o museu inaugurou a "Biblioteca Carolina Maria de Jesus". Formado a partir da coleção particular de Emanoel Araújo, o acervo da biblioteca foi recentemente magistralmente ampliado por meio da doação da Biblioteca Escravidão - Tráfico - Abolição, o mais importante e raro acervo de títulos sobre o tema existente no país, oferecido à instituição por Ruy Souza e Silva e Leonardo Kossoy.

O Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega


O Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, originalmente denominado Palácio das Nações, é um dos edifícios integrantes do conjunto arquitetônico do Parque do Ibirapuera, projetado por Oscar Niemeyer para as comemorações oficiais do IV Centenário da Cidade de São Paulo. O projeto, encomendado ao arquiteto por Ciccillo Matarazzo, pretendia transformar o novo parque da cidade em um centro irradiador de arte e cultura. Além do Palácio das Nações, compõem o conjunto o Palácio dos Estados (sede da PRODAM), o Palácio das Indústrias (Pavilhão da Bienal), o Palácio das Exposições (Oca), o Palácio da Agricultura (sede do DETRAN) e o auditório (construído recentemente). O conjunto é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
O Palácio das Nações foi inaugurado em dezembro de 1953. Nesse mesmo ano, divide com o Palácio das Indústrias a função de sede da histórica II Bienal Internacional de São Paulo, abrigando parte das 3.374 obras expostas nessa edição, dentre as quais, 74 telas de Pablo Picasso, incluindo a célebre Guernica. Os dois pavilhões também sediaram a III edição da Bienal, em 1955. Entre 1961 e 1991, o edifício, já rebatizado como "Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega", abrigou a prefeitura de São Paulo. Com a transferência do executivo municipal para o Palácio das Indústrias, o edifício foi cedido ao Governo do Estado em 1992, e passou a ser utilizado como extensão da Pinacoteca do Estado. Em 2004, o pavilhão retornou à administração municipal, tornando-se sede do Museu Afro Brasil.
O edifício possui 11 mil metros quadrados de área construída, divididos em três pavimentos. Além dos espaços expositivos, áreas de atuação didática, reserva técnica e escritórios administrativos, abriga a Biblioteca Carolina Maria de Jesus e o Teatro Ruth de Souza.


África
O núcleo do acervo dedicado à história, cultura e arte da África conserva um grande número de objetos, das mais diversas concepções estéticas e funcionalidades, produzidos, majoritariamente, por grupos étnicos das nações subsaarianas, entre os séculos XV e XX. Há obras de uso ritual, mágico ou religioso (representações de deuses e outras entidades divinas, figuras maternas ligadas a rituais de fertilidade, estatuetas investidas de poder medicinal, etc.) e artefatos de uso cotidiano (cachimbos de procissão, pentes, relicários e elementos do mobiliário).


Os materiais utilizados (madeira, marfim, terracota, tecidos, contas etc.) variam de acordo com a proveniência. Diversos grupos culturais e países estão representados: Attie (Costa do Marfim), Bamileque (Camarões), Yombe, Luba (Rep. Democrática do Congo), Iorubás (Nigéria), entre muitos outros. Destaca-se a rica coleção de máscaras africanas, composta por peças de admirável senso estético e imbuídas de diversas simbologias, utilizadas em cultos e ritos ancestrais e como instrumentos de controle e regulamentação da ordem social em inúmeros grupos étnicos (Iorubás, Ekoi, Bobo, Gueledé, etc.).
O núcleo também abarca uma série de obras produzidas por artistas europeus, abordando aspectos importantes da historiografia africana. Há mapas holandeses do século XVII, reproduzindo o território africano, litografias de cunho etnológico produzidas por Rugendas, gravuras e fotografias retratando poderosas figuras dos reinos africanos do passado.
Esse núcleo trata do papel dos africanos escravizados e seus descendentes na construção da sociedade brasileira, como mão-de-obra fundamental em todos os ciclos de desenvolvimento econômico do país. Conserva documentos iconográficos que atestam tanto a brutalidade desse processo quanto a assimilação gradual e silenciosa por parte da sociedade dos valores e costumes africanos advindos com a diáspora. Há várias litografias de Debret e Rugendas, registrando os castigos aplicados aos escravos por seus senhores, as viagens nos porões dos navios negreiros e o trabalho forçado nos engenhos de açúcar.
O núcleo conserva diversas ferramentas de marcenaria, carpintaria e outros instrumentos de trabalho utilizados por escravos, além de uma série de instrumentos de tortura e castigo, como gargalheiras, palmatórias e vira-mundos. O núcleo também abarca uma série de fotografias, de autores como Marc Ferrez, Victor Frond e Virgílio Calegari, registrando negros escravos e libertos em seus ofícios.
Outra coleção importante desse núcleo é composta por documentos relacionados à resistência africana à escravidão e a participação dos negros nos movimentos de independência do Brasil. Há mapas de quilombos do século XVIII, anúncios de recompensas pela captura de escravos fugidos, representações artísticas de líderes da resistência negra e personalidades ligadas ao movimento abolicionista, como Zumbi dos Palmares e José do Patrocínio, executadas por artistas como Alípio Dutra e Antônio Parreiras.


Santa Ifigênia (Minas Gerais, século XVIII).
Nesse núcleo são conservadas obras relacionadas à imposição da fé cristã sobre os negros cativos, documentando amplamente o subseqüente sincretismo religioso que marca a sociedade brasileira. As celebrações festivas católicas – vistas no período colonial como grandes acontecimentos cívicos e importantes instrumentos para a difusão da doutrina cristã - forneceram espaços sociais para que os escravos africanos e seus descendentes se apropriassem dessas festividades, muitas vezes adaptando a simbologia católica aos referenciais de suas culturas e ritos de origem.
Destaca-se no acervo um grande número de gravuras, aquarelas e fotografias, documentando tanto festas religiosas do catolicismo popular e das confrarias afro-brasileiras (festas de Nossa Senhora do Rosário, do Divino e da Irmandade da Boa Morte) quanto celebrações "folclóricas" de influência negra (congadas, maracatu, bumba-meu-boi, coroação dos reis negros, etc.), além dos adornos, máscaras, objetos e vestimentas utilizados nessas festividades. O culto a santos negros, como Santo Elesbão, Santa Ifigênia e São Benedito, está representado por meio de uma seleção de imaginária do período colonial. É importante também a ampla coleção de ex-votos – imaginária imbuída de intenção votiva, quer mágica, quer religiosa, amplamente produzida no Brasil Colônia.


Ibejis e Iemanjá (séc. XIX).
Além da apropriação e reinterpretação de elementos presentes nas festividades católicas, a escravidão forçou o contato e a convivência entre religiões de distintos povos africanos, resultando em uma múltipla assimilação de elementos semelhantes de suas culturas. Dessa forma, fundiram-se divindades, ritos e cultos de origens distintas em uma amálgama comum, de que resultaram as religiões afro-brasileiras. Neste núcleo são conservadas peças relacionadas a essas religiões, seus personagens e ritos, compreendendo desde esculturas e fotografias até vestimentas e altares, datados do período colonial aos dias de hoje.
Destacam-se as várias peças relativas ao Quimbanda, ao Xangô e, principalmente, ao Candomblé – religião de origem Iorubá, bastante difundida em todo o território brasileiro -, como estatuetas de Iemanjá, Ibejis e objetos rituais de orixás, produzidos no Brasil e na África, em suas mais diversas vertentes (Kekes, Jejes, Angola, etc.). Há vários exemplares de balangandãs, jóias e amuletos utilizados por baianas em ocasiões festivas e rituais. Há também um importante conjunto de fotografias de artistas como Pierre Verger, Mário Cravo Neto, Maureen Bisilliat e Adenor Gondim, documentando ritos religiosos afro-brasileiros.


História e memória
No núcleo dedicado à história e à memória, a preocupação maior encontra-se em resgatar e recordar os grandes expoentes negros e mulatos que se destacaram em diversas áreas, desde o período colonial até os dias de hoje. Assim, conservam-se pinturas, fotografias, esculturas, gravuras e documentos relacionados a personalidades históricas (Zumbi dos Palmares, Henrique Dias, José do Patrocínio), escritores e jornalistas (Luís Gama, Antônio Gonçalves Crespo, Cruz e Souza, Machado de Assis), engenheiros (André Rebouças, Teodoro Sampaio), médicos (Juliano Moreira), artistas (Ruth de Souza) e intelectuais em geral (Milton Santos, Manuel Querino, etc.).
O núcleo também é composto testemunhos materiais da evolução histórica do negro no Brasil. Há objetos e documentos que relatam o envolvimento dos negros em episódios históricos como a Batalha dos Guararapes, o Levante dos Malês, a Guerra do Paraguai, a Revolta da Chibata e a Revolução de 1932. Há uma vasta iconografia acerca do movimento abolicionista do século XIX, além de uma significativa mostra de ensaios e periódicos produzidos pela imprensa negra do Brasil nos séculos XIX e XX (coleções de jornais como A Liberdade, A Voz da Raça e O Clarim d'Alvorada, entre outros).

Este núcleo conserva importantes exemplares da presença negra ao longo de toda a evolução das artes no Brasil. Conserva sobretudo obras de arte executadas por artistas negros e mulatos, mas também abarca peças que possuam o universo negro como tema. É perceptível e bem documentada a forte presença de artistas negros durante o período colonial, que acabaria por marcar de forma definitiva a arte brasileira. No inventário de preciosidades do museu, conservam-se esculturas de Aleijadinho e Mestre Valentim, e pinturas de José Teófilo de Jesus, Frei Jesuíno do Monte Carmelo, Veríssimo de Freitas e Joaquim José da Natividade.


Artur Timóteo da Costa. Estudo de Cabeças, século XIX.
Com a instituição do ensino oficial pela Academia Imperial de Belas Artes (intimamente associado à formação da elite econômica do país) diminui sensivelmente a contribuição negra à arte nacional. Mesmo assim, conservam-se importantes exemplares dessa corrente, representada no acervo pelas naturezas-mortas de Estêvão Silva, nos retratos realizados por Antônio Rafael Pinto Bandeira e Emmanuel Zamor, nas paisagens de Antônio Firmino Monteiro e no vasto conjunto de pinturas executadas pelos irmãos João e Artur Timóteo da Costa (auto-retratos e retratos de negros, marinhas, paisagens e estudos de nus, entre outros).
No segmento referente à arte do século XX, há um conjunto de telas de Benedito José Tobias, várias serigrafias e esculturas de Rubem Valentim, e outras obras de Heitor dos Prazeres, Ronaldo Rêgo, Octávio Araújo, Manuel Messias, Caetano Dias, José Igino, Tibério, Jorge Luís dos Anjos, entre outros. Por fim, há conjuntos representativos de arte popular afro-brasileira, onde se destacam as obras de Mestre Didi, e uma coleção de fotografias artísticas, de nomes como Madalena Schwartz, André Vilaron,

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Aprendizado

Curso de Direção de Fotografia para Cinema em Porto Velho.

As Oficinas de Direção de Fotografia e Oficina de Desenho de Som, de forma gratuita, que serão oferecidas pela Fundação Joaquim Nabuco e Canne (Centro Audiovisual Norte-Nordeste) ambos de Pernambuco, em parceria com a SECEL que apóia dando a logística local e ABD/ RO que fez o interface para que aconteça os cursos aqui em Porto Velho com participação de profissionais da capital e interior.

Foto: AICinemaOs cursos apresentados vem propiciar o aumento de conhecimento técnico aos nossos realizadores e produtores locais, ajudando inclusive os mesmos à finalizarem seus trabalhos com mais qualidade técnica. Aqui no Norte, temos uma carência enorme de cursos específicos dessa natureza aos nossos profissionais que atuam em Rondônia, isso porque estamos longe dos grandes centros produtores e os cursos desse tipo de formação tem custos elevados.

A Oficina de Direção de Fotografia para Cinema acontecerá em Porto Velho de 18 à 22 deOutubro, no Rondon Palace Hotel, ministrada por Alziro Barbosa cuja formação é de Mestre e Bacharel em Direção de Fotografia pelo VGIK - Instituto Estatal de Cinema da Rússia, Bacharelado com diploma revalidado pela Universidade de São Paulo. Atuou como Diretor de Fotografia em diversos filmes, confira alguns: 2007 - Mistéryos, longa metragem, 35mm, Dir. Beto Carminatti e Pedro Merege Zelito.


A Cauda do Dinossauro, curta, S16mm, Dir.Francisco Garcia. 2006 - JK- Uma pela Noite Para Voar, longa metragem, 35mm, Dir. Zelito Viana. Ao Vivo, curta, S16mm,Dir. Giuseppe Siffredi e Antonio Guerino, em finalização. A Balada do Vampiro, curta, 35 mm, Dir. Estevan Silvera e B. Carminatti, em finalização.B. End. curta, 35 mm, Beto Carminatti, em finalização.

Mapa Imundi, curta, 35 mm, 15min, Beto Carminatti, em finalização. E os Negros do Quilombo Gritam na Cidade, documentário, dvcam, Dir. Amilca Claro. Jardim S.Paulo, documentário, hdv, Dir. Luiz Adelmo. 2005 - Gatão de Meia Idade, longa metragem, HDCAM, Antonio Carlos da Fontoura. Serras da Desordem, documentário, longa metragem, 35mm, Andrea Tonacci. Terra Incógnita,curta metragem, 35mm,15mim, Dir. Gil Baroni e Beto Carminatti Origem dos Nomes, curta metragem, 35mm, 14min, Marta Nassar O Mistério da Japonesa, curta metragem,35 mm, 15min, Beto Carminatti e Pedro Merege

PRINCIPAIS PRÊMIOS E INDICAÇÕES: 2006 - Prêmio de melhor fotografia Longa Metragem, Festival de Gramado para o filme Serras da Desordem, documentário, 35mm, Andrea Tonacci. 2006- Prêmio de melhor fotografia brasileira, concedido pela Ass. Br. Cinematografia (ABC), na categoria curta-metragem, para o filme O Mistério da Japonesa.
2005- Prêmio de melhor fotografia brasileira, concedido pela Ass. Br. Cinematografia (ABC), na categoria curta-metragem, para o filme A Ira.

“Estamos preocupados com a formação de mão-de-obra local dos nossos técnicos e futuros cineastas que estão surgindo aqui em Rondônia. O foco principal da Oficina de Direção de Fotografia é trazer para o realizador e técnico aqui em Rondônia mais conteúdos para aumentar o seu conhecimento na área do cinema e do audiovisual em seus futuros trabalhos num mercado mais especializado e competitivo, e teremos uma outra Oficina de Desenho de Som no mês de novembro aqui em Porto Velho”, enfatizou Luiz Brito presidente da ABD/RO. Informações no email: abdrondonia@yahoo.com.br.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CARNAVAL 2011/ PORTO VELHO

GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA ARMÁRIO GRANDE.

CARNAVAL 2011.

ENRÊDO: O SONHO DO PROFESSOR MARCOS TEIXEIRA. (O CARA QUE CONTAVA HISTÓRIAS).


Samba de Enredo.
LETRA E MÚSICA: Carlinhos Maracanã.
HARMONIA: Wilson Nicola, Audízio do Cavaco.


O HISTORIADOR ADORMECEU
NAS ASAS DA MITOLOGIA
LEVADO PELOS BRAÇOS DE MORFEU
SONHOU COM VIDA PLENA EM HARMONIA
A TERRA DE COCANHA É ETERNIDADAE
NINGAL A DEUSA, INDUZ E FAZ SONHAR.
SEM ÓDIO E COM DIREITO A LIBERDADE
ESSA É A YVY-MARÃ EI, ESSE É O LUGAR.

SONHADO PELOS ÍNDIOS, NO PASSADO.
FLORESTA PRESERVADA, AMOR E PAZ.
O HISTORIADOR CONSEGUE AGORA
FAZER O QUE O HOMEM, SÓ DESFAZ.

ME RESPEITE,
E DE QUEM GOSTO
NÃO INTERESSA A VOCÊ
DEFENDENDO A INTOLERÂNCIA B I S
UM MUNDO NOVO
EU QUERO VER.

É O ARCO-ÍRIS...

NOS SONHOS DE TEREZA DE BENGELA
DO POVO DO QUILOMBO EM GUAPORÉ
DAS NOITES DE BATUQUE, SANTA BÁRBARA.
DO OGAN, DE MÃE OXUN, DO CANDOMBLÉ.
DA ENERGIA E NOVOS BARRAGEIROS
DAS ATIVIDADES CULTURAIS
UM APITO ECOA E ANUNCIA
A AMAZÔNIA SONHA E PEDE PAZ


SE SONHAR SONHO SONHADO,
NÃO É SONHO DE VERDADE R E F R Ã O
SONHAR SÓ, É SÓ UM SONHO.
SONHAR JUNTO É REALIDADE!

EU SONHEI!!!!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

NOSSOS ARTISTAS

A visão dos críticos

O Crítico Paulista Sebastião Milaré, descreve Filhas da Mata assim:

Vindo de Rondônia, o Grupo “O Imaginário” banhou (literalmente) o Festival com lendas amazônicas vinculadas à água. Depois de passar por uma “lagoa”, único acesso ao espaço cênico, o espectador se vê aprisionado em sítio onde o rio domina as vidas ribeirinhas e os esconsos da mata profunda. A dramaturgia de Jória Lima parte da pesquisa histórica sobre a formação da sociedade local, que se inicia com o ciclo da borracha e a desastrosa construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Desse contexto, seu olhar particulariza a situação da mulher, à época tratada como “moeda de troca” e desde então vítima de toda a sorte de violências. O diretor Chicão Santos, com fina sensibilidade, construiu o discurso estético usando o mínimo de elementos, estabelecendo um ritual de três mulheres, Filhas da Mata, com suas memórias em que a realidade é gerada pelos mitos dos rios e da selva, banhando-se mutuamente com jatos de água lançados quase que ininterruptamente pelo espaço. Atrizes fortes, de expressão dura, que de repente ganham suavidade, ternura, toda revestida de mistérios daquele universo primitivo, habitado por incubos e súcubos em permanente relação com os humanos. Um grupo de senhoras de Porto Alegre, voluntárias, enriquece a encenação com suas roupas brancas, fazendo lavadeiras na “lagoa” da entrada, que cantam canções folclóricas do sul. Desse modo, o grupo busca o diálogo com o imaginário de outras regiões, acentuando o espírito ritualístico do trabalho e estabelecendo diálogo com as muitas culturas que compõem nossa nacionalidade.


Víctor Prieto Rodríguez é ator, professor e director de teatro em CUBA desenvolve a seguinte crítica:


La ciudad de Porto Velho se ha convertido en todo un seceso teatral al desarrolla desde el día primero y hasta el 30 de septiembre el evento “Un Palco en la Escena” que ha reunido a grupos teatrales de todo el país. Con variadas funciones la sala teatro del Sesc y diferentes lugares de la capital citadina han mostrado al público rondoniense diferentes propuestas de este milenario arte dentro de las que se encontró la desarrollada por el grupo O Imaginário y la obra Filhas da Mata, que traducido al español seria “Hijas del Monte”. Esta interesante propuesta nos relata la historia de tres mujeres que sus vidas han estado ligadas entre sí enajenadas del mundo en medio del monte, lo cual provoca, además de todo lo que han sufrido a lo largo de sus existencias, una locura que se complementan en cada una de ellas. Una bien pensada dramaturgia, la inteligente puesta en escena del director del grupo Chicão Santos las excelentes actuaciones de Jória Lima, Zaine Diniz e Val Barbosa las cuales saben resolver las situaciones que se crean en escena, hace que Hijas del Monte sea una obra para presentar en cualquier teatro del mundo. Las imágenes que utiliza Chicão para recrearnos el mundo interno en que viven estas tres mujeres funciona muy bien, aunque no se conozca el portugués, las imágenes, son entendibles para cualquier tipo de público que conozca solo un poco del lenguaje teatral. En fin, creo que “Hijas del Monte” puede representar dignamente a la ciudad de Porto Velho en cualquier lugar de Brasil, así como en los festivales de teatro de Cuba, España, Portugal, Francia, entre otros muchos y no nos asombremos si en alguno de