sexta-feira, 30 de abril de 2010

Revista ISTOÉ denigre Rondônia nacionalmente - Alex Sakai

Outro ponto que demonstra desconhecimento e desrespeito com a população é a citação de que (sic) “Rondônia contabilizava 1,5 milhões de habitantes, quase 60% de analfabetos funcionais”.

A Revista ISTOÉ, em sua edição de 28 de abril, publicou uma matéria intitulada energia solidária que demonstra um grande desconhecimento e presta um serviço de desinformação sobre o Estado de Rondônia.

Ao buscar dar foco a um projeto desenvolvido pela construtora da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, a revista pinta um quadro artificial, dando a entender que antes da chegada da Usina o Estado de Rondônia era apenas um (sic) “encravado no meio da Amazônia, onde a população trabalhava com extrativismo de minérios e da floresta”.

Rondônia é um jovem Estado, mas que desde sua criação teve sempre um desenvolvimento avassalador. Segundo o Professor Francis Bernier, da Sociedade Geográfica de Paris, que desenvolveu um estudo sobre Rondônia, publicado sob o título de “Rondônia La terre de Promise” (Rondônia: a Terra prometida), o Estado se tornou a maior frente de colonização do mundo, desde sua criação. Primeiro pela colonização protagonizada pelo INCRA, que na década de setenta trouxe um milhão de brasileiros que sonhavam com a terra prometida. Depois com a expansão da agropecuária que abastece de carne o mercado interno e exporta para o mundo. Não sei se o repórter sabe que os maiores produtores de carne do país têm fazendas em Rondônia, que tem gado livre de aftosa. Rondônia também tem trabalhadores rurais organizados que exportam café para a Europa, através do mercado Justo. Possui também Associações que trabalham com agroecologia como a RECA e a APA que exportam palmito, biojóias, couro vegetal, mel, bombons de castanha, polpa de frutas e alguns já são certificados como produtores orgânicos, ou seja, não é extrativismo, é agroindústria.

Outro ponto que demonstra desconhecimento e desrespeito com a população rondoniense é a citação de que (sic) “Rondônia contabilizava 1,5 milhões de habitantes, quase 60% de analfabetos funcionais”. Não sei se o repórter serviçal sabe, mas só a capital Porto Velho conta com treze estabelecimentos de ensino superior, com cursos de todas as áreas, fazendo com que hoje, Rondônia tenha uma população estudantil que rivaliza com centros mais avançados do país, tendo recebido boas notas do ENAD. Inclusive algumas conseguindo conceito “A”.

Entendemos que a construção das usinas é um ponto marcante no desenvolvimento do Estado, dado o vultoso investimento e a grandiosidade da obra. Mas desconhecer que além da usina, Rondônia faz parte, hoje, de um projeto estratégico que envolve o comércio com os outros países sul americanos e com o oriente, através da “saída para o pacífico”, que há anos vem sendo organizada por países andinos e o Brasil, para que haja uma nova alternativa de comércio com a Ásia, em especial a China, consumindo milhões em recursos que estão virando pontes, estradas, portos e ferrovias, é um deslize monumental da revista.

Ao se fazer apologia do programa desenvolvido pelo consórcio de construção das Usinas, a revista tenta construir um pioneiro artificialmente, colocando o dirigente da empresa como um personagem central, dedicando diversos parágrafos para discorrer sobre o périplo do engenheiro e citando-o nominalmente sete vezes na matéria, com direito a negrito. Ora, Não sei se o repórter sabe, mas Rondônia não precisa de pioneiros construídos artificialmente com matéria pagas. Os “destemidos pioneiros”, que são exaltados no hino do Estado, constroem no meio da selva amazônica, há décadas, um lugar aprazível, como dizia o grande Darci Ribeiro, um Estado pujante como diz Francis Bernier. E pioneiro por pioneiro Rondônia tem o Marechal Rondon. Verdadeiro Pioneiro que dá nome ao Estado.


Alex Sakai

Jornalista
Espontaneidade e reivindicações na entrega do 10 Prêmio de Expressões Culturais Afrobrasileiras
- ( Cultura )

Os 20 ganhadores do 10 Prêmio de Expressões Culturais Afrobrasileiras receberam seus prêmios na noite desta terça-feira em Brasília, numa festa marcada pela espontaneidade, reconhecimento da importância da iniciativa e solicitação por sua continuidade. Manoel dos Santos Júnior do Projeto Lagoa da Pedra e a Roda de São Gonçalo, de Tocantins, falou em nome dos vencedores e afirmou que só a divulgação da conquista já abriu novas oportunidades para o grupo: “É fundamental essa chance para a cultura afrobrasileira. O segmento agora está mapeado e muito bem falado. Vai ajudar as iniciativas existentes e novas que poderão surgir.”

Na mesma linha a presidente do Cadon (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo Neves), Ruth Pinheiro, lembrou que foi a mobilização de parcerias e dos artistas que viabilizou o prêmio: “A cultura afrobrasileira merece e precisa da continuidade deste prêmio, que é fruto de muita luta”. Ruth entregou os certificados aos vencedores na categoria artes plásticas.

O presidente da Fundação Palmares, Zulu Araújo, entregou os prêmios da categoria teatro e afirmou que era a concretização de um sonho: “Esse prêmio possibilita alcançar o Brasil de maneira transparente, democrática e inclusiva, além de permitir a descoberta de novos talentos e estimular o desenvolvimento da cultura afrobrasileira”.
Zulu anunciou o lançamento de três novos editais pela Fundação, um direcionado ao aniversário da entidade, outro focado em idéias criativas e um direcionado à juventude negra.

José Samuel Magalhães, gerente de comunicação da Petrobras nas regiões Centro Oeste e Norte e em Minas Gerais, destacou a descentralização dos ganhadores: “Na Petrobras ficamos muito satisfeitos com o fato do prêmio ter chegado aos pequenos projetos de regiões geralmente não contempladas. É importante agora que o setor realize as atividades comprometidas e mantenha a mobilização para ressaltar a importância da iniciativa e sua manutenção. Ele entregou os prêmios na categoria dança.

Espontaneidade e reivindicação - A festa foi marcada pela descontração e espontaneidade, embora com forte teor reivindicatório. Um dos destaques foi na hora da premiação de Rubens Barbot, quando, incentivado pela platéia aos gritos de “dança, dança” o artista do Rio de Janeiro atendeu. Na falta de instrumentos musicais ou trilha sonora preparada, a atriz Zezé Mota, apresentadora do prêmio junto com o ator Antônio Pompêo, cantou e Barbot dançou.

Ainda durante a entrega Hamilton Sá Barreto, do projeto Emí- a concepção yorubana do universo, do Pará, ressaltou o valor do prêmio para a região norte do país e reivindicou a criação de políticas culturais de caráter permanentes com a inclusão da região. Concluiu sob aplausos: “O país tem que saber que a região Norte não se escreve com a letra M.”
O ator e diretor Hilton Cobra, o Cobrinha, da Cia dos Comuns defendeu que as grandes empresas públicas tenham políticas culturais inclusivas: “Todas as comissões de seleção dos editais devem ser realmente democráticas e atenderem à diversidade do país, com representantes afrodescendentes em suas composições”. Segundo disse, é uma forma de levar novas visões às instâncias que decidem apoio aos projetos.

O prêmio - Aberto com a apresentação do Grupo Cabeça Feita, a festa no Museu da República contou a presença de membros de representações diplomáticas de países como Angola, Moçambique, Cuba, Panamá e Cabo Verde, além do diretor do Departamento de África do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Simas.

O prêmio é uma iniciativa do Centro de Apoio ao Desenvolvimento (Cadon) e da Fundação Palmares, com patrocínio da Petrobras, por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Ao todo foram distribuídos R$1.100.000,00 para 20 projetos de três categorias artísticas com estética negra contempladas nesta edição: teatro, dança e artes visuais.

Os projetos – Os projetos ganhadores em todo o país são os seguintes: categoria dança: Acorda Raça – Resgate e Preservação da Cultura Negra como Instrumento de Conscientização e de auto-estima (Paraná ); Bata-Kotô (Distrito Federal); Dança Afro-Brasileira nas Escolas (Alagoas); Elegbará – O Guardião da Vida (Pará) e 40 + 20 – Rubens Barbot (Rio de Janeiro). Na categoria teatro: Emi – A Concepção Yorubana do Universo (Pará); Mãe Coragem (Rio Grande do Sul); No Muro – Ópera Hip Hop (Distrito Federal); Oficina Comuns (Rio de Janeiro) e Ogum – O deus e o Homem (Bahia). Em artes visuais foram: Arte Resgatando o Quilombo (Santa Catarina); Essas Mulheres (Rondônia); Memórias de Sombras (São Paulo); Mestre do Coco Pernambucano (Pernambuco); Negro por Inteiro (Mato Grosso); Animais de Concreto (São Paulo); E o Silêncio Nagô Calou em Mim (Distrito Federal); Invernada dos Negros (Rio Grande do Sul); Lagoa da Pedra e a Roda de São Gonçalo (Tocantins) e Zeladores de Voduns de Benim ao Maranhão (Maranhão).


Fonte : ImagemNews.com.br Autor : IAA Comunicação