segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Novembro Mês da Consciência Negra

SHOW

O canto do Carlinhos Maracanã

Por Silvio M. Santos

O show musical “Quando eu Canto”, apresentado pelo compositor e agitador cultural João Carlos Alves popularmente conhecido como Carlinhos Maracanã na noite da última sexta feira 19, durante a realização de mais um módulo do projeto A Fina Flor do Samba no Mercado Cultural, foi dos melhores já apresentados dentro do Projeto coordenado pelo compositor Ernesto Melo.

Concentrado como se fora um jogador de futebol em dia de decisão, Carlinhos Maracanã desde a boca da noite, sentado em uma das mesas do Café com Arte da dona Almira lia, relia e cantarolava o repertório ensaiado com os músicos da Fina Flor na quarta feira. O nervosismo era evidente, apesar da experiência de mais de 30 anos como músico. “O frio na barriga sempre aparece nessas horas”. Dona Cristina esposa e musa do cantor não saia do seu lado, ora ajeitando o colar do guia espiritual, ora tirando algum cisco da roupa toda branca ou ajeitando a boina na cabeça de Carlinhos.

Oscar Knight mestre cerimônia do Projeto, de vez em quando anunciava o show “Quando eu Canto” com Carlinhos Maracanã de modo que a platéia já estava ansiosa, pois “deu” dez horas da noite e nada do show começar. Ernesto anunciou a participação do Bainha, seguido de Silvio Santos, e dos irmãos Coimbra de Pururucu. Entoou o hino de Rondônia após cantar Porto Velho Meu Dengo e aproveitou a oportunidade para convidar Carlinhos Maracanã, isso já era quase meia noite.

Lá de dentro do mercado Carlinhos soltou o vozeirão: “Quando eu canto é para aliviar meu pranto...” acompanhado apenas pelo tamborim do Oscar. O pessoal da harmonia ficou preocupado. “Ele começou num tom muito alto, não foi isso que ensaiamos”. Mas, como só o músico sabe desses detalhes, quando Carlinhos fez sinal para a “orquestra” entrar, deu tudo certinho como o combinado.

O show fluiu numa viagem que Carlinhos denominou de três estações. A primeira passava pela estação Palmares, uma homenagem a Zumbi pelo dia da Consciência Negra; parou na estação Paixão e homenageou as mulheres, em especial, dona Cristina. Uma pausa para molhar a garganta (por incrível que possa parecer, com água mineral), e chegou à estação Saudade. Saudade de deixar saudades do maravilhoso espetáculo musical que o Carlinhos Maracanã nos proporcionou.

Que o canto do Carlinhos Maracanã continue ecoando pelas ruas do centro histórico da nossa Porto Velho. Valeu Zumbi!

FALANDO DE CULTURA !!!

POLÍTICA CULTURAL

Em 180 dias após a sanção do Plano Nacional de Cultura (PNC) pelo presidente da República, o Ministério da Cultura deverá estabelecer metas para implementação de seus objetivos. Nesse mesmo prazo, o MinC deverá criar o Conselho e a coordenação-executiva do plano.

A principal ferramenta de acompanhamento metas estipuladas pelo Ministério da Cultura após a promulgação do PNC será o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC).

O SNIIC já está em desenvolvimento tecnológico e será uma ampla base de dados e indicadores culturais, que abrangerá informações sobre equipamentos culturais, grupos artísticos, órgãos gestores da cultura, conselhos municipais, editais, sobre a economia da cultura, estudos e pesquisas sobre o setor cultural, entre outros.

A plataforma será essencial ao compartilhamento de informações da cultura entre os governos federal, estadual e municipal e o setor privado. Também irá gerar indicadores da gestão pública, permitindo o conhecimento e a interação da sociedade civil com as ações e políticas.

O Plano Nacional é uma diretriz a ser seguida pelos estados e municípios para criarem seus próprios planos de cultura. A adesão, porém, não é automática ou obrigatória. O MinC irá criar protocolos de adesão para esses entes federativos e então subsidiar com consultoria técnica e apoio orçamentário a elaboração desses planos.

As linguagens artísticas também irão elaborar planos para seus setores. Os colegiados setoriais ligados ao Conselho Nacional de Política Cultural os responsáveis por isso. Música, Teatro, Dança, Circo, Museus, Culturas Populares e Culturas Indígenas já têm planos.

Os 13 princípios do PNC são:

- Liberdade de expressão, criação e fruição

- Diversidade cultural

- Respeito aos direitos humanos

- Direito de todos à arte e à cultura

- Direito à informação, à comunicação e à crítica cultural

- Direito à memória e às tradições

- Responsabilidade socioambiental

- Valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável

- Democratização das instâncias de formulação das políticas culturais

- Responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais

- Colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura

- Participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais

São objetivos do Plano Nacional de Cultura:

I – reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira;
II – proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial;
III – valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais;
IV – promover o direito à memória por meio dos museus, arquivos e coleções;
V – universalizar o acesso à arte e à cultura;
VI – estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional; VII – estimular o pensamento crítico e reflexivo em torno dos valores simbólicos;
VIII – estimular a sustentabilidade socioambiental;
IX – desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a exportação de bens, serviços e conteúdos culturais;
X – reconhecer os saberes, conhecimentos e expressões tradicionais e os direitos de seus detentores;
XI – qualificar a gestão na área cultural nos setores público e privado;
XII – profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais;
XIII – descentralizar a implementação das políticas públicas de cultura;
XIV – consolidar processos de consulta e participação da sociedade na formulação das políticas culturais;
XV – ampliar a presença e o intercâmbio da cultura brasileira no mundo contemporâneo;
XVI – articular e integrar sistemas de gestão cultural.
Leia mais: http://blogs.cultura.gov.br/pnc/

Fonte: MinC/ABD/RO

A FELICIDADE NA VISÃO DO POETA

FELICIDADE REALISTA
A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum.
Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá d entro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a.
Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.
Faça o que for necessário para ser feliz.
Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

Mário Quintana