WILSON NICOLA
Viajei por tantos mares
Atravessei tantos mundos
Tornei-me um deus desterrado
Dentro de um outro terreiro
Um a um perdi meus reinos
Meus tesouros meus assuntos
Mas serei um deus guerreiro.
Mesmo que um navio negreiro
Me leve pra outro mundo
Sou oxum e iemanjá
Sou os ventos de iansã
Beleza, força, coragem
Todas na grande viagem
Vem junto obá e nanã
Sou ogum e sou xangô
Sou oxóssi o caçador
Ferro, fogo e paciência
Levados pra terra estranha
Sem hoje, só, amanhã
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Novembro Mês da Consciência Negra
Mano assim como voce, que esperou que alguém "mais abalizado",
lembrasse de um dos principais ícones da Universidade Diplomata do
Samba - Leônidas -, eu também esperei que algum "bamba" registrasse os
ensinamentos de nosso mestre Nelson Sargente, em letras de samba. Já
que não veio, passo à suas mãso os rascunhos, sem pretenção. Use e
abuse.
Abraços
zola
Como disse o mestre Nelson Sargento
O samba veio nos navios negreiros
Atravessando o oceano
Carregando em seus porões
Dor, saudade e lamentos
Nasceu para cantar
O que se passou
Na travessia do mar
A morte, a fome, acoite e a desilusão
Sua cadência trazemos pra avenida
Nos passos das passistas
No ronco da cuíca, pandeiros e tamborins
A bateria do enorme porão
E assim diz o mestre da Mangueira
Essa história esquecida
Que insiste em continuar
lembrasse de um dos principais ícones da Universidade Diplomata do
Samba - Leônidas -, eu também esperei que algum "bamba" registrasse os
ensinamentos de nosso mestre Nelson Sargente, em letras de samba. Já
que não veio, passo à suas mãso os rascunhos, sem pretenção. Use e
abuse.
Abraços
zola
Como disse o mestre Nelson Sargento
O samba veio nos navios negreiros
Atravessando o oceano
Carregando em seus porões
Dor, saudade e lamentos
Nasceu para cantar
O que se passou
Na travessia do mar
A morte, a fome, acoite e a desilusão
Sua cadência trazemos pra avenida
Nos passos das passistas
No ronco da cuíca, pandeiros e tamborins
A bateria do enorme porão
E assim diz o mestre da Mangueira
Essa história esquecida
Que insiste em continuar
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Para Refletir Democraticamente!
Empreiteiras e Banqueiros doaram mais de dois BILHÕES aos candidatos e partidos em todo o Brasil
“Tudo em nome da democracia e da erradicação da miséria”
Os números até agora contabilizados pelo TSE somam mais de 237 milhões de reais e somados as médias e pequenas empreiteiras, banqueiros e as grandes concessionárias de serviços públicos privadas, os números passam de dois bilhões. Nesta conta, não estão os valores repassados via “caixa dois”, aqueles em que todos sabem que doou e ninguém quer registrar que recebeu, porém alimentam as campanhas onde o dinheiro não pode aparecer, já que os candidatos costumam não declarar recursos gastos com espionagem e segurança, gastos com empresas de pesquisas, gastos com postos de gasolina na sua totalidade, gastos com agências de propagandas, gastos com bancas de advogados e gastos principalmente com acertos com lideres religiosas e comunitários no fechamento de votos na semana anterior ao sufrágio. Sem falar dos “cabos eleitorais e formiguinhas” de última honra para votar e pedir votos para a família e a sua comunidade.
Com as prestações de contas junto ao TSE de forma parcial, o retrato de como o dinheiro público vira apoio eleitoral fica evidente já que 90% das empreiteiras, banqueiros, prestadores de serviços e concessionárias que doaram grana viva para os políticos estão com contratos direitos com o governo federal, governos estaduais e até as médias e pequenas empreiteiras com obras municipais ligadas aos convênios do PAC e emendas parlamentares.
Só para esclarecer o volume de desvio de dinheiro público, atualmente o PAC da União comanda um pacote de obras com recursos superiores a 300 bilhões de reais com as grandes empreiteiras e outros 400 bilhões correm em obras federais, estaduais e municipais com obras descentralizadas através de convênios, emendas parlamentares e de bancadas em todo o Brasil.
Os órgãos de fiscalização do governo federal, já auditaram 70% das obras do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento e foi detectado superfaturamento, corrupção, desvio de recursos e outras mazelas, que dão uma dimensão do problema e mostra o caminho de grande parte destes bilionários recursos.
As principais empreiteiras que oficialmente doaram foram OAS, Camargo Corrêa, Odebrecht, Votorantim, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Delta e Serveng-Civilsan juntos já registram o volume de 237 milhões de reais para campanhas nestas eleições, sem computar as duas campanhas de presidente e governadores no segundo turno, que as prestações finais serão apresentadas até o final de novembro de 2010.
No site do TSE, já podemos levantar que 155 milhões de reais foram repassados por meio dos comitês financeiros ou das direções partidárias. Esse valor representa 65% das doações feitas pelas sete maiores construtoras na campanha de primeiro turno.
Os números até o memento são milionários, superiores aos maiores prêmios da mega-sena, ou seja: Queiroz Galvão, com 46,9 milhões de reais, é a primeira colocada em doações por esse formato. Logo em seguida vem a Camargo Correa, com 44 milhões, e Andrade Gutierrez, com 41 milhões e os prêmios partidários seguem caminhos sombrios ligados as grandes obras públicas do PAC e dos cofres públicos.
O que se espera é que até dezembro, prazo final para as analises técnicas e financeiras de todos os candidatos do primeiro e segundo turno, o eleitor ficará sabendo e poderá perceber com as amostras finais dos valores doados por empreiteiros, banqueiros e grandes empresas prestadoras de serviços e outras com obras diretas com os governos federal, estaduais e municipais, que, quem realmente teve chance de vencer as eleições, foram aqueles que receberam “ajuda” financeira indireta dos cofres públicos através das empreiteiras com contratos milionários de obras públicas. “A democracia e as oportunidades de ser eleito aos cargos no Brasil ainda estão atrelados aos grandes partidos ligados diretamente as grandes obras de infra-estruturas”.
Neste trem da alegria e festa do erário indiretamente nas campanhas eleitorais e com os partidos políticos deveremos computar em breve os milionários recursos doados por estatais, ex-estatais privatizadas e os grandes bancos privados. Já com as campanhas regionais de governadores, senadores e deputados, a farra com eleição vem de prestadores de serviços com recursos da educação, saúde e segurança pública, sendo essas empresas terceirizadas e ligadas diretamente aos recursos constitucionais como os maiores doadores locais. Os números aí deverão ser superiores aos 20 bilhões de reais, tudo em nome da democracia e da erradicação da miséria. Será???
Com os dados a serem apurados no próximo ano do valor de recursos oriundos das grandes empreiteiras, banqueiros, prestadores de serviços e concessionárias de serviços tipo telefonia, pedágio, energia elétrica, entre outras, para o financiamento das campanhas eleitorais e a avaliação do custo e benefício, aliado aos formatos legais e os corruptos que escandalizam a cidadania, haja vista as mazelas públicas, com a falta de segurança, saúde e educação pública eficiente, caberá uma urgente reforma política já prometida por todos os eleitos, e quem sabe, o financiamento das campanhas diretamente pelos cofres públicos e punições drásticas às manobras de desvios de condutas com caixa dois eleitoral, sendo essa a formula da ética nos pleitos.
Autor : João Cipriano
Fonte : João Cipriano
“Tudo em nome da democracia e da erradicação da miséria”
Os números até agora contabilizados pelo TSE somam mais de 237 milhões de reais e somados as médias e pequenas empreiteiras, banqueiros e as grandes concessionárias de serviços públicos privadas, os números passam de dois bilhões. Nesta conta, não estão os valores repassados via “caixa dois”, aqueles em que todos sabem que doou e ninguém quer registrar que recebeu, porém alimentam as campanhas onde o dinheiro não pode aparecer, já que os candidatos costumam não declarar recursos gastos com espionagem e segurança, gastos com empresas de pesquisas, gastos com postos de gasolina na sua totalidade, gastos com agências de propagandas, gastos com bancas de advogados e gastos principalmente com acertos com lideres religiosas e comunitários no fechamento de votos na semana anterior ao sufrágio. Sem falar dos “cabos eleitorais e formiguinhas” de última honra para votar e pedir votos para a família e a sua comunidade.
Com as prestações de contas junto ao TSE de forma parcial, o retrato de como o dinheiro público vira apoio eleitoral fica evidente já que 90% das empreiteiras, banqueiros, prestadores de serviços e concessionárias que doaram grana viva para os políticos estão com contratos direitos com o governo federal, governos estaduais e até as médias e pequenas empreiteiras com obras municipais ligadas aos convênios do PAC e emendas parlamentares.
Só para esclarecer o volume de desvio de dinheiro público, atualmente o PAC da União comanda um pacote de obras com recursos superiores a 300 bilhões de reais com as grandes empreiteiras e outros 400 bilhões correm em obras federais, estaduais e municipais com obras descentralizadas através de convênios, emendas parlamentares e de bancadas em todo o Brasil.
Os órgãos de fiscalização do governo federal, já auditaram 70% das obras do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento e foi detectado superfaturamento, corrupção, desvio de recursos e outras mazelas, que dão uma dimensão do problema e mostra o caminho de grande parte destes bilionários recursos.
As principais empreiteiras que oficialmente doaram foram OAS, Camargo Corrêa, Odebrecht, Votorantim, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Delta e Serveng-Civilsan juntos já registram o volume de 237 milhões de reais para campanhas nestas eleições, sem computar as duas campanhas de presidente e governadores no segundo turno, que as prestações finais serão apresentadas até o final de novembro de 2010.
No site do TSE, já podemos levantar que 155 milhões de reais foram repassados por meio dos comitês financeiros ou das direções partidárias. Esse valor representa 65% das doações feitas pelas sete maiores construtoras na campanha de primeiro turno.
Os números até o memento são milionários, superiores aos maiores prêmios da mega-sena, ou seja: Queiroz Galvão, com 46,9 milhões de reais, é a primeira colocada em doações por esse formato. Logo em seguida vem a Camargo Correa, com 44 milhões, e Andrade Gutierrez, com 41 milhões e os prêmios partidários seguem caminhos sombrios ligados as grandes obras públicas do PAC e dos cofres públicos.
O que se espera é que até dezembro, prazo final para as analises técnicas e financeiras de todos os candidatos do primeiro e segundo turno, o eleitor ficará sabendo e poderá perceber com as amostras finais dos valores doados por empreiteiros, banqueiros e grandes empresas prestadoras de serviços e outras com obras diretas com os governos federal, estaduais e municipais, que, quem realmente teve chance de vencer as eleições, foram aqueles que receberam “ajuda” financeira indireta dos cofres públicos através das empreiteiras com contratos milionários de obras públicas. “A democracia e as oportunidades de ser eleito aos cargos no Brasil ainda estão atrelados aos grandes partidos ligados diretamente as grandes obras de infra-estruturas”.
Neste trem da alegria e festa do erário indiretamente nas campanhas eleitorais e com os partidos políticos deveremos computar em breve os milionários recursos doados por estatais, ex-estatais privatizadas e os grandes bancos privados. Já com as campanhas regionais de governadores, senadores e deputados, a farra com eleição vem de prestadores de serviços com recursos da educação, saúde e segurança pública, sendo essas empresas terceirizadas e ligadas diretamente aos recursos constitucionais como os maiores doadores locais. Os números aí deverão ser superiores aos 20 bilhões de reais, tudo em nome da democracia e da erradicação da miséria. Será???
Com os dados a serem apurados no próximo ano do valor de recursos oriundos das grandes empreiteiras, banqueiros, prestadores de serviços e concessionárias de serviços tipo telefonia, pedágio, energia elétrica, entre outras, para o financiamento das campanhas eleitorais e a avaliação do custo e benefício, aliado aos formatos legais e os corruptos que escandalizam a cidadania, haja vista as mazelas públicas, com a falta de segurança, saúde e educação pública eficiente, caberá uma urgente reforma política já prometida por todos os eleitos, e quem sabe, o financiamento das campanhas diretamente pelos cofres públicos e punições drásticas às manobras de desvios de condutas com caixa dois eleitoral, sendo essa a formula da ética nos pleitos.
Autor : João Cipriano
Fonte : João Cipriano
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
FALANDO DE CULTURA !!!
Autor: Marta Porto ?
Essa é a pergunta que me fazem em todos os debates, palestras, aulas e cursos. Passei a última década tentando respondê-la entre a pesquisa e a pratica de campo, nos projetos próprios, nas assessorias técnicas ou nos cargos institucionais. O resultado é uma tentativa de defender o que é essencial, o que não pode faltar, o que define um núcleo celular para a atividade política com e para a cultura, dentre as variedades de visões, propostas e crenças (ideológicas inclusive) que pululam em momentos e governos diferentes.
O propósito de uma política de cultura é ampliar a subjetividade das pessoas e com isso as oportunidades de escolhas simbólicas sobre si, o mundo que a cerca e os sonhos que nutre ao longo da vida. Por subjetividade entendo todo o campo que ativa a imaginação, a criatividade, o sonho e a sensibilidade diante de experiências estéticas e de dilemas éticos. Parto desse ponto, para definir os dois principais desafios para as políticas de cultura hoje, em especial no Brasil: o desenvolvimento estético e ético (valores) de uma sociedade. Não ignoro a importância econômica da cultura e nem os seus impactos sociais, e disso já tratei em vários textos publicados aqui, mas estimular a sensibilidade estética é algo que só cabe as políticas de cultura e ao fazer isso com ações que promovam o diálogo e a noção de alteridade é possível iniciar aquilo que Ananás Mockus, em Bogotá, intitulou de “cultura cidadã”, um projeto (ethos) comum de como projetamos a nossa vida em sociedade, como a imaginamos para além da realidade do aqui e agora.
Essa liberdade de imaginar a nossa vida individual ou em sociedade de forma criativa, rompendo com o senso comum da leitura ad nauseum dos indicadores socioeconômicos, em ação de deslocamento momentâneo dessa realidade para uma imaginação ativa e criativa, é uma grande contribuição das boas políticas de cultura para sociedades em qualquer momento de sua história. Para isso é preciso que as experiências vivenciadas pelos indivíduos desde a infância sejam ricas, sejam de qualidade do ponto de vista do conteúdo e da forma. Experiências capazes de promover o que o filósofo Renato Janine Ribeiro propõe ” é cultural toda a experiência da qual saio diferente - e mais rico - do que era antes. Seja o que for, um livro, um filme, uma exposição: estou no mundo da cultura quando isso não apenas me dá prazer (me diverte, me entretém), mas me abre a cabeça, ou para falar bonito, amplia o meu mundo emocional, aumenta a minha compreensão do mundo em que vivo, e assim, me torna mais livre para escolher o meu destino”.
É fácil? Não, não é. Primeiro porque exige uma reconceituação do que queremos com nossas politicas de cultura, depois impregnar a gestão (programas, formação de RH, infra-estrutura institucional, orçamento) de uma potência que ela ainda não tem. Em outras palavras, é preciso inovar. E entender que ricos e pobres tem direito de compartilhar a mesma qualidade de repertórios artísticos, de trocarem experiências entre si e com diferentes formas de pensar e viver o mundo, de compreenderem a história cultural desse país e da humanidade com programas e técnicas atrativos que inspirem as mais diversas faixas etárias e segmentos sociais. Enfim, de vivenciarem a experiência cultural naquilo que ela tem de mais radical: a magia de sentir-se tocado pelo espírito que anima a existência. Um percurso para pensar as politicas de cultura? Programas capazes de promover inspiração, experimentação e por fim, a criação de linguagens próprias, mas em constante diálogo com o que não conheço.
O que deve mover as politicas de cultura é reinventar os imaginários pessoais e coletivos, permitindo aos indivíduos a liberdade de fazerem escolhas que poderiam inicialmente parecer disparatadas, ou impossíveis. É estimular o sonho, a liberdade de espírito que nos leva a produzir outras formas de estar juntos. Memória e experimentação são dois elementos centrais para garantir a qualidade desse percurso. O que mais? Acreditar. Ousar. Libertar-se dos modismos atuais que pregam que válido é só o que promove “inclusão” ou que reduz indicadores de violência, ou de vulnerabilidade sociais. Por experiência própria, sei que um bom programa de cultura é capaz de virar para o bem a cabeça de muitos que dele participam, mas o mote é sempre o desenvolvimento, a oportunidade, a elegância de crer na potência, sem que ela seja interditada pelo conservadorismo de plantão que distingue “quem pode mais e quem pode menos”. Na cultura e na arte, podem todos os que encontram oportunidades para se expressar e se modificar, por que a varinha mágica do espírito aberto e fraterno algum dia os tocou. Se nessa trajetória aprendemos a LER, VER - a nós mesmos, ao mundo que vivemos, aos conteúdos que nos oferecem - e estar LÁ e AQUI, sem falsos moralismos, nem identidades que se tornam guetos, nossa tarefa está iniciada, já que em cultura, nada e nunca é concluído.
Diz a lenda Marta Porto!
Essa é a pergunta que me fazem em todos os debates, palestras, aulas e cursos. Passei a última década tentando respondê-la entre a pesquisa e a pratica de campo, nos projetos próprios, nas assessorias técnicas ou nos cargos institucionais. O resultado é uma tentativa de defender o que é essencial, o que não pode faltar, o que define um núcleo celular para a atividade política com e para a cultura, dentre as variedades de visões, propostas e crenças (ideológicas inclusive) que pululam em momentos e governos diferentes.
O propósito de uma política de cultura é ampliar a subjetividade das pessoas e com isso as oportunidades de escolhas simbólicas sobre si, o mundo que a cerca e os sonhos que nutre ao longo da vida. Por subjetividade entendo todo o campo que ativa a imaginação, a criatividade, o sonho e a sensibilidade diante de experiências estéticas e de dilemas éticos. Parto desse ponto, para definir os dois principais desafios para as políticas de cultura hoje, em especial no Brasil: o desenvolvimento estético e ético (valores) de uma sociedade. Não ignoro a importância econômica da cultura e nem os seus impactos sociais, e disso já tratei em vários textos publicados aqui, mas estimular a sensibilidade estética é algo que só cabe as políticas de cultura e ao fazer isso com ações que promovam o diálogo e a noção de alteridade é possível iniciar aquilo que Ananás Mockus, em Bogotá, intitulou de “cultura cidadã”, um projeto (ethos) comum de como projetamos a nossa vida em sociedade, como a imaginamos para além da realidade do aqui e agora.
Essa liberdade de imaginar a nossa vida individual ou em sociedade de forma criativa, rompendo com o senso comum da leitura ad nauseum dos indicadores socioeconômicos, em ação de deslocamento momentâneo dessa realidade para uma imaginação ativa e criativa, é uma grande contribuição das boas políticas de cultura para sociedades em qualquer momento de sua história. Para isso é preciso que as experiências vivenciadas pelos indivíduos desde a infância sejam ricas, sejam de qualidade do ponto de vista do conteúdo e da forma. Experiências capazes de promover o que o filósofo Renato Janine Ribeiro propõe ” é cultural toda a experiência da qual saio diferente - e mais rico - do que era antes. Seja o que for, um livro, um filme, uma exposição: estou no mundo da cultura quando isso não apenas me dá prazer (me diverte, me entretém), mas me abre a cabeça, ou para falar bonito, amplia o meu mundo emocional, aumenta a minha compreensão do mundo em que vivo, e assim, me torna mais livre para escolher o meu destino”.
É fácil? Não, não é. Primeiro porque exige uma reconceituação do que queremos com nossas politicas de cultura, depois impregnar a gestão (programas, formação de RH, infra-estrutura institucional, orçamento) de uma potência que ela ainda não tem. Em outras palavras, é preciso inovar. E entender que ricos e pobres tem direito de compartilhar a mesma qualidade de repertórios artísticos, de trocarem experiências entre si e com diferentes formas de pensar e viver o mundo, de compreenderem a história cultural desse país e da humanidade com programas e técnicas atrativos que inspirem as mais diversas faixas etárias e segmentos sociais. Enfim, de vivenciarem a experiência cultural naquilo que ela tem de mais radical: a magia de sentir-se tocado pelo espírito que anima a existência. Um percurso para pensar as politicas de cultura? Programas capazes de promover inspiração, experimentação e por fim, a criação de linguagens próprias, mas em constante diálogo com o que não conheço.
O que deve mover as politicas de cultura é reinventar os imaginários pessoais e coletivos, permitindo aos indivíduos a liberdade de fazerem escolhas que poderiam inicialmente parecer disparatadas, ou impossíveis. É estimular o sonho, a liberdade de espírito que nos leva a produzir outras formas de estar juntos. Memória e experimentação são dois elementos centrais para garantir a qualidade desse percurso. O que mais? Acreditar. Ousar. Libertar-se dos modismos atuais que pregam que válido é só o que promove “inclusão” ou que reduz indicadores de violência, ou de vulnerabilidade sociais. Por experiência própria, sei que um bom programa de cultura é capaz de virar para o bem a cabeça de muitos que dele participam, mas o mote é sempre o desenvolvimento, a oportunidade, a elegância de crer na potência, sem que ela seja interditada pelo conservadorismo de plantão que distingue “quem pode mais e quem pode menos”. Na cultura e na arte, podem todos os que encontram oportunidades para se expressar e se modificar, por que a varinha mágica do espírito aberto e fraterno algum dia os tocou. Se nessa trajetória aprendemos a LER, VER - a nós mesmos, ao mundo que vivemos, aos conteúdos que nos oferecem - e estar LÁ e AQUI, sem falsos moralismos, nem identidades que se tornam guetos, nossa tarefa está iniciada, já que em cultura, nada e nunca é concluído.
Diz a lenda Marta Porto!
QUILOMBOLAS EM CONFLITO ARMADO
Uma liderança negra e camponesa foi assassinada no povoado Charco, em
São Vicente de Férrer no último sábado (dia 30) por pistoleiros. O
camponês identificado por Fabiano foi executado pelos jagunços.
A Anistia Internacional contatou hoje o advogado Diogo Cabral,
presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB-MA) para colher informações sobre a execução
de Fabiano.
Anistia Internacional encaminhará um comunicado ao governo brasileiro
e ao do Maranhão exigindo providências sobre o conflito na área e a
apuração do assassinato da liderança rural.
Área de remanescentes de quilombos, a comunidade do Charco passa por
um dos conflitos mais violentos no campo no Maranhão.
Depois da morte de Fabiano, o alvo dos pistoleiros é Manoel Santana
Costa. Ameaçado de morte, ele integra a lista da Comissão Pastoral da
Terra (CPT) que estão ameaçadas de serem assassinadas no campo.
Existem 96 famílias na área do povoado Charco. Desde 2008, o
fazendeiro identificado por Gentil Gomes ameaça os lavradores de
expulsão e morte.
O Incra fez uma vistoria na área de 2.000 hectares, quando foi
solicitada a demarcação e titulação como área quilombola. Os
relatórios do órgão são conflitantes.
Atualmente no Maranhão existem 27 conflitos pela posse da terra em
áreas quilombolas. Será preciso mais quantos assassinatos para
solucionar esses conflitos?
Fonte:http://www.itevaldo.com/
São Vicente de Férrer no último sábado (dia 30) por pistoleiros. O
camponês identificado por Fabiano foi executado pelos jagunços.
A Anistia Internacional contatou hoje o advogado Diogo Cabral,
presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB-MA) para colher informações sobre a execução
de Fabiano.
Anistia Internacional encaminhará um comunicado ao governo brasileiro
e ao do Maranhão exigindo providências sobre o conflito na área e a
apuração do assassinato da liderança rural.
Área de remanescentes de quilombos, a comunidade do Charco passa por
um dos conflitos mais violentos no campo no Maranhão.
Depois da morte de Fabiano, o alvo dos pistoleiros é Manoel Santana
Costa. Ameaçado de morte, ele integra a lista da Comissão Pastoral da
Terra (CPT) que estão ameaçadas de serem assassinadas no campo.
Existem 96 famílias na área do povoado Charco. Desde 2008, o
fazendeiro identificado por Gentil Gomes ameaça os lavradores de
expulsão e morte.
O Incra fez uma vistoria na área de 2.000 hectares, quando foi
solicitada a demarcação e titulação como área quilombola. Os
relatórios do órgão são conflitantes.
Atualmente no Maranhão existem 27 conflitos pela posse da terra em
áreas quilombolas. Será preciso mais quantos assassinatos para
solucionar esses conflitos?
Fonte:http://www.itevaldo.com/
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Novembro Mês da Consciência Negra
A nossa história
Brasil Colônia
O trabalho escravo na História do Brasil
Os castigos corporais são comuns, permitidos por lei e com a permissão da Igreja. As Ordenações Filipinas sancionam a morte e mutilação dos negros como também o açoite. Segundo um regimento de 1633 o castigo é realizado por etapas: depois de bem açoitado, o senhor mandará picar o escravo com navalha ou faca que corte bem e dar-lhe com sal, sumo de limão e urina e o meterá alguns dias na corrente, e sendo fêmea, será açoitada à guisa de baioneta dentro de casa com o mesmo açoite.
Outros castigos também são utilizados: retalhamento dos fundilhos com faca e cauterização das fendas com cera quente; chicote em tripas de couro duro; a palmatória, uma argola de madeira parecida com uma mão para golpear as mãos dos escravos; o pelourinho, onde se dá o açoite: o escravo fica com as mãos presas ao alto e recebe lombadas de acordo com a infração cometida
História do Brasil / pg. 34
Luiz Koshiba e Denise Manzi F. Pereira
Ed. Atual
Por que a economia colonial e imperial baseou-se no trabalho escravo?
O latifúndio monocultor no Brasil exigia uma mão-de-obra permanente.
Era inviável a utilização de portugueses assalariados, já que a intenção não era vir para trabalhar, e sim para se enriquecer no Brasil.
O sistema capitalista nascente não tinha como pagar salários para milhares de trabalhadores, além do que, a população portuguesa que não chegava aos 3 milhões, era considerada reduzida para oferecer assalariados em grande quantidade.
Quem foi utilizado como escravo nos períodos colonial e imperial?
Embora o índio tenha sido um elemento importante para formação da colônia, o negro logo o suplantou, sendo sua mão-de-obra considerada a principal base, sobre a qual se desenvolveu a sociedade colonial brasileira.
Na fase inicial da lavoura canavieira ainda predominava o trabalho escravo indígena. Parece-nos então que argumentos tão amplamente utilizados, como inaptidão do índio brasileiro ao trabalho agrícola e sua indolência caem por terra.
A História verdadeira mostra que a reação do nativo foi tão marcante, que tornou-se uma ameaça perigosa para certas capitanias como Espírito Santo e Maranhão. Além da luta armada, os indígenas reagiram de outras maneiras, ocorrendo fugas, alcoolismo e homicídios como forma de reação à violência estabelecida pelo escravismo colonial. Todas essas formas de reação dificultavam a organização da economia colonial, podendo assim, comprometer os interesses mercantilistas da metrópole, voltados para acumulação de capital. Destaca-se também, a posição dos jesuítas, que voltados para catequese do índio, opunham-se à sua escravidão.
Apesar de todos esses obstáculos, o indígena é amplamente escravizado, permanecendo como mão-de-obra básica na economia extrativista do Norte do Brasil, mesmo após o término do período colonial.
Por que então que o índio cede lugar para o negro como escravo no Brasil?
A maior utilização do negro como mão-de-obra escrava básica na economia colonial, deve-se principalmente ao tráfico negreiro, atividade altamente rentável, tornando-se uma das principais fontes de acumulação de capitais para metrópole.
Exatamente o contrário ocorria com a escravidão indígena, já que os lucros com o comércio dos nativos não chegava até a metrópole.
Torna-se claro assim, o ponto de vista defendido pelo historiador Fernando Novais, de que "o tráfico explica a escravidão", e não o contrário.
Para os portugueses, o tráfico negreiro não era novidade, pois desde meados do século XV , o comércio de escravos era regular em Portugal, sendo que durante o reinado de D. João II o tráfico negreiro foi institucionalizado com a ação direta do Estado português, que cobrava taxas e limitava a participação de particulares.
Quanto à procedência étnica do negro, destacaram-se dois grupos importantes: os bantos, capturados na África equatorial e tropical provenientes do Congo, Guiné e Angola, e os sudaneses, vindos da África ocidental, Sudão e norte da Guiné.
Interessante observarmos que entre os elementos deste segundo grupo, destacavam-se muitos negros islamizados, responsáveis posteriormente por uma rebelião de escravos ocorrida na Bahia em 1835, conhecida como a Revolta dos Malês.
A resistência do negro: os quilombos.
Desde fugas isoladas, passando pelo suicídio, pelo banzo (nostalgia que fazia o negro cair em profunda depressão o levando à morte) e pelos quilombos, várias foram as formas de resistência do negro à escravidão, sendo a formação dos quilombos a mais conseqüente.
Os quilombos eram aldeamentos de negros que fugiam dos latifúndios, passando a viver comunitariamente. O maior e mais duradouro foi o quilombo dos Palmares, surgido em 1630 em Alagoas, estendendo-se numa área de 27 mil quilômetros quadrados até Pernambuco. Desenvolveu-se através do artesanato e do cultivo do milho, feijão, mandioca, banana e cana-de-açúcar, além do comércio com aldeias vizinhas.
Seu primeiro líder foi Ganga Zumba, substituído depois de morto por seu sobrinho Zumbi, que tornou-se a principal liderança da história de Palmares. Zumbi foi covardemente assassinado em 1695 pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado por latifundiários da região.
Apesar dos muitos negros mortos em Palmaras, a quantidade de escravos crescia muito e em 1681 atingia a cifra de 1 milhão de negros trazidos somente de Angola.
O grande número de negros utilizado como escravos, deixa clara a alta lucratividade do tráfico negreiro, responsável inicialmente pelo abastecimento da lavoura canavieira em expansão nos séculos XVI e XVII e posteriormente nas áreas de mineração e da lavoura cafeeira nos séculos XVIII e XIX respectivamente.
Brasil Colônia
O trabalho escravo na História do Brasil
Os castigos corporais são comuns, permitidos por lei e com a permissão da Igreja. As Ordenações Filipinas sancionam a morte e mutilação dos negros como também o açoite. Segundo um regimento de 1633 o castigo é realizado por etapas: depois de bem açoitado, o senhor mandará picar o escravo com navalha ou faca que corte bem e dar-lhe com sal, sumo de limão e urina e o meterá alguns dias na corrente, e sendo fêmea, será açoitada à guisa de baioneta dentro de casa com o mesmo açoite.
Outros castigos também são utilizados: retalhamento dos fundilhos com faca e cauterização das fendas com cera quente; chicote em tripas de couro duro; a palmatória, uma argola de madeira parecida com uma mão para golpear as mãos dos escravos; o pelourinho, onde se dá o açoite: o escravo fica com as mãos presas ao alto e recebe lombadas de acordo com a infração cometida
História do Brasil / pg. 34
Luiz Koshiba e Denise Manzi F. Pereira
Ed. Atual
Por que a economia colonial e imperial baseou-se no trabalho escravo?
O latifúndio monocultor no Brasil exigia uma mão-de-obra permanente.
Era inviável a utilização de portugueses assalariados, já que a intenção não era vir para trabalhar, e sim para se enriquecer no Brasil.
O sistema capitalista nascente não tinha como pagar salários para milhares de trabalhadores, além do que, a população portuguesa que não chegava aos 3 milhões, era considerada reduzida para oferecer assalariados em grande quantidade.
Quem foi utilizado como escravo nos períodos colonial e imperial?
Embora o índio tenha sido um elemento importante para formação da colônia, o negro logo o suplantou, sendo sua mão-de-obra considerada a principal base, sobre a qual se desenvolveu a sociedade colonial brasileira.
Na fase inicial da lavoura canavieira ainda predominava o trabalho escravo indígena. Parece-nos então que argumentos tão amplamente utilizados, como inaptidão do índio brasileiro ao trabalho agrícola e sua indolência caem por terra.
A História verdadeira mostra que a reação do nativo foi tão marcante, que tornou-se uma ameaça perigosa para certas capitanias como Espírito Santo e Maranhão. Além da luta armada, os indígenas reagiram de outras maneiras, ocorrendo fugas, alcoolismo e homicídios como forma de reação à violência estabelecida pelo escravismo colonial. Todas essas formas de reação dificultavam a organização da economia colonial, podendo assim, comprometer os interesses mercantilistas da metrópole, voltados para acumulação de capital. Destaca-se também, a posição dos jesuítas, que voltados para catequese do índio, opunham-se à sua escravidão.
Apesar de todos esses obstáculos, o indígena é amplamente escravizado, permanecendo como mão-de-obra básica na economia extrativista do Norte do Brasil, mesmo após o término do período colonial.
Por que então que o índio cede lugar para o negro como escravo no Brasil?
A maior utilização do negro como mão-de-obra escrava básica na economia colonial, deve-se principalmente ao tráfico negreiro, atividade altamente rentável, tornando-se uma das principais fontes de acumulação de capitais para metrópole.
Exatamente o contrário ocorria com a escravidão indígena, já que os lucros com o comércio dos nativos não chegava até a metrópole.
Torna-se claro assim, o ponto de vista defendido pelo historiador Fernando Novais, de que "o tráfico explica a escravidão", e não o contrário.
Para os portugueses, o tráfico negreiro não era novidade, pois desde meados do século XV , o comércio de escravos era regular em Portugal, sendo que durante o reinado de D. João II o tráfico negreiro foi institucionalizado com a ação direta do Estado português, que cobrava taxas e limitava a participação de particulares.
Quanto à procedência étnica do negro, destacaram-se dois grupos importantes: os bantos, capturados na África equatorial e tropical provenientes do Congo, Guiné e Angola, e os sudaneses, vindos da África ocidental, Sudão e norte da Guiné.
Interessante observarmos que entre os elementos deste segundo grupo, destacavam-se muitos negros islamizados, responsáveis posteriormente por uma rebelião de escravos ocorrida na Bahia em 1835, conhecida como a Revolta dos Malês.
A resistência do negro: os quilombos.
Desde fugas isoladas, passando pelo suicídio, pelo banzo (nostalgia que fazia o negro cair em profunda depressão o levando à morte) e pelos quilombos, várias foram as formas de resistência do negro à escravidão, sendo a formação dos quilombos a mais conseqüente.
Os quilombos eram aldeamentos de negros que fugiam dos latifúndios, passando a viver comunitariamente. O maior e mais duradouro foi o quilombo dos Palmares, surgido em 1630 em Alagoas, estendendo-se numa área de 27 mil quilômetros quadrados até Pernambuco. Desenvolveu-se através do artesanato e do cultivo do milho, feijão, mandioca, banana e cana-de-açúcar, além do comércio com aldeias vizinhas.
Seu primeiro líder foi Ganga Zumba, substituído depois de morto por seu sobrinho Zumbi, que tornou-se a principal liderança da história de Palmares. Zumbi foi covardemente assassinado em 1695 pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado por latifundiários da região.
Apesar dos muitos negros mortos em Palmaras, a quantidade de escravos crescia muito e em 1681 atingia a cifra de 1 milhão de negros trazidos somente de Angola.
O grande número de negros utilizado como escravos, deixa clara a alta lucratividade do tráfico negreiro, responsável inicialmente pelo abastecimento da lavoura canavieira em expansão nos séculos XVI e XVII e posteriormente nas áreas de mineração e da lavoura cafeeira nos séculos XVIII e XIX respectivamente.
VÔO LIVRE
PÁSSAROS ERRANTES
Por: Beto Ramos
Vi alguns pássaros sem asas querendo voar.
Encontrei no caminho, alguns pássaros que não poderiam cantar.
Dentro dos nossos mundos não existem gaiolas.
Mas, quando os pássaros ficam livres, insistem em não cantar.
Vi alguns pássaros com olhos de fogo.
Alguns pássaros que ficam a nos observar.
Pássaros tristes, que desejam nos devorar.
Vi alguns pássaros que não voariam no passado e nem agora.
Pássaros sem futuro.
Estes pássaros nos assustam com seus olhos de fogo.
São aves de rapina querendo ser uirapuru.
Vi alguns pássaros que insistem em nos trazer o mar.
Pássaros que não conhecem nem mesmo o nosso Rio Madeira.
Vi alguns pássaros que desejam devorar as andorinhas de agosto.
Pássaros que não sabem o que é o nosso Porto Velho porto recordações.
Vi alguns pássaros que não conhecem quem é da sete de setembro lá do km 01.
Pássaros que não sabem nem mesmo o horário da serraria das onze horas.
Vi alguns pássaros sem cor alguma.
Que não conhecem as nossas ruas.
Que nunca entraram no Mocambo.
Estes pássaros não conhecem as nossas almas.
Eles nos assustam com seus olhos de fogo.
Vi alguns pássaros querendo nos ver chorar.
Pássaros tristes que insistem em nos culpar por suas tristezas.
Dentro dos nossos mundos não existem gaiolas.
Vi alguns pássaros querendo fazer a mesma destruição da Baixa da União pelos generais.
Pássaros armados com suas incoerências.
Vi alguns pássaros loucos.
Que ficam no mais alto galho de uma árvore seca.
Apenas vi alguns pássaros.
Pássaros estranhos que não sabem o que é cultura.
Vi alguns pássaros cheios de razão.
Estes pássaros querem brigar.
Estes pássaros não vão compreender para crescer.
Vi alguns pássaros sem poesias, canções e comprometimento com a história.
Estes pássaros desejam asas para voar.
Dentro dos nossos mundos não existem gaiolas.
Vi alguns pássaros sem mundo, sem voz alguma para serem os donos da voz.
Nos nossos olhos existe luz.
O fogo dos olhos destes pássaros vai apagar.
Diz a lenda.
Por: Beto Ramos
Vi alguns pássaros sem asas querendo voar.
Encontrei no caminho, alguns pássaros que não poderiam cantar.
Dentro dos nossos mundos não existem gaiolas.
Mas, quando os pássaros ficam livres, insistem em não cantar.
Vi alguns pássaros com olhos de fogo.
Alguns pássaros que ficam a nos observar.
Pássaros tristes, que desejam nos devorar.
Vi alguns pássaros que não voariam no passado e nem agora.
Pássaros sem futuro.
Estes pássaros nos assustam com seus olhos de fogo.
São aves de rapina querendo ser uirapuru.
Vi alguns pássaros que insistem em nos trazer o mar.
Pássaros que não conhecem nem mesmo o nosso Rio Madeira.
Vi alguns pássaros que desejam devorar as andorinhas de agosto.
Pássaros que não sabem o que é o nosso Porto Velho porto recordações.
Vi alguns pássaros que não conhecem quem é da sete de setembro lá do km 01.
Pássaros que não sabem nem mesmo o horário da serraria das onze horas.
Vi alguns pássaros sem cor alguma.
Que não conhecem as nossas ruas.
Que nunca entraram no Mocambo.
Estes pássaros não conhecem as nossas almas.
Eles nos assustam com seus olhos de fogo.
Vi alguns pássaros querendo nos ver chorar.
Pássaros tristes que insistem em nos culpar por suas tristezas.
Dentro dos nossos mundos não existem gaiolas.
Vi alguns pássaros querendo fazer a mesma destruição da Baixa da União pelos generais.
Pássaros armados com suas incoerências.
Vi alguns pássaros loucos.
Que ficam no mais alto galho de uma árvore seca.
Apenas vi alguns pássaros.
Pássaros estranhos que não sabem o que é cultura.
Vi alguns pássaros cheios de razão.
Estes pássaros querem brigar.
Estes pássaros não vão compreender para crescer.
Vi alguns pássaros sem poesias, canções e comprometimento com a história.
Estes pássaros desejam asas para voar.
Dentro dos nossos mundos não existem gaiolas.
Vi alguns pássaros sem mundo, sem voz alguma para serem os donos da voz.
Nos nossos olhos existe luz.
O fogo dos olhos destes pássaros vai apagar.
Diz a lenda.
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