quarta-feira, 4 de agosto de 2010

QUE BOM

A Volta da Esperança

Amir Haddad (*)

Estive em Porto Velho para o “Amazônia Encena na Rua”. Saí de lá com a sensação exata, de que em apenas um dia e duas noites de permanência, eu tinha participado de um evento que, de tão grande, que poderia ser, fazia com que ele então parecesse pequeno, diante do que ainda poderá ser.

Nos tempos em que vivemos raramente a esperança tem nos visitado. Na imensidão da Amazônia, em um novo mundo em formação, os caminhos ainda estão abertos, mais abertos que nos grandes centro e aglomerados urbanos.

Que ninguém mais se vanglorie do progresso acelerado. Já sabemos onde isto nos leva. Porto Velho pode construir uma corrente de Desenvolvimento Cultural e Cidadania, que a ajudará escapar da encruzilhada e dos perigos deste “progresso acelerado”

Por suas características urbanas e geográficas, é uma cidade apta a acolher em seus braços e praças a manifestação livre e espontânea da cidadania, através de seus ritos e celebrações culturais. Os moradores, e advindos de outras regiões também, trazem consigo manifestações, em algum lugar, de sua etnia e Identidade Cultural. E a cidade ainda não soterrou a todos embaixo da poeira cinza esbranquiçada do desenvolvimento econômico, voraz e destruidor, apesar de algumas boas intenções...

Em Porto Velho ainda há possibilidade de um vislumbre de esperança, se a Vida Cultural não for descuidada. Alem do que já está feito, sente-se que ainda há muito o que fazer, e muito o que crescer. Por isto ainda tão pequeno. Por isto tão grande.

Por isso também o “Amazônia em Cena na Rua” me pareceu tão promissor, jovem, vibrante, transformador. O evento tem as características necessárias para promover o desenvolvimento de uma política cultural de ocupação dos espaços públicos urbanos e devolve-los para o convívio e valorização da cidadania e da cidade.

Dentro de cada apresentação naquela pequena grande praça iluminada, havia uma luz maior que a de fora: a luz do prazer de se apresentar em praça publica para todos, e de trazer dentro do peito o sonho ainda possível da Utopia.

Parabéns aos organizadores e boa sorte no futuro.

(*) Amir Haddad é diretor, ator e autor de textos teatrais, um dos maiores incentivadores do teatro de rua.

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