Beija-Flor apresentou a sinopse do enredo para o Rei
TUDO DE SAMBA - Por Simone Fernandes
Irapuã Jeferson
A quadra da escola já está decorada com painéis alusivos ao enredo
O cantor e compositor Roberto Carlos conheceu na tarde desta quarta-feira, 16, a sinopse do enredo "A simplicidade de um rei", que servirá de inspiração aos compositores da Beija-Flor na criação das obras que participarão do concurso que vai escolher a trilha sonora do desfile de 2011, em que ele será homenageado. O Rei recebeu, em seu estúdio, no bairro da Urca, Zona Sul do Rio, a direção da azul-e-branco, o intérprete Neguinho da Beija-Flor, o diretor de carnaval Laíla, e os carnavalescos Alexandre Louzada, Fran Sérgio, Victor Santos e Ubiratan Silva.
O texto criado pelos carnavalescos, e que foi entregue horas mais tarde, na quadra da escola, aos poetas da agremiação, foi lido para o Rei por Alexandre Louzada.
- No início da leitura, ele disse que ficou preocupado porque a sinopse é toda na primeira pessoa, e ele achou que, em algum momento, poderia se auto-homenagear. Depois, com o decorrer da leitura, quando viu que tivemos esse cuidado, ele ficou mais relaxado, e disse que gostou. Foi o segundo encontro da comissão de carnaval com ele, e, ao que tudo indica, a cada encontro, sairemos mais convictos de que ele merece todas as homenagens - afirmou Louzada.
Na conversa com o Rei, ficou acertado que haverá um show na quadra da escola, ainda sem data definida, para que ele possa ter contato com a comunidade.
- Houve quem sugerisse que ele fizesse um show num lugar mais amplo, tipo Maracanã, mas ele disse que quer que seja na quadra mesmo, porque quer ter um contato mais próximo com a escola - completou o carnavalesco.
Mas o show que ainda não tem data marcada, mas deve acontecer entre dezembro e janeiro, não deverá ser o único contato do artista com a comunidade da Beija-Flor antes do desfile. Segundo Laíla, Roberto Carlos sinalizou com a possibilidade de estar em Nilópolis.
- Ele disse que pode ir à quadra no dia de uma das eliminatórias do concurso de samba-enredo - informou o diretor de carnaval.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Arte cênica
Crítica de Teatro
por Jória Lima (*)
Já Passam das Oito, comédia que estreou no último sábado, 12 de junho, com a Cia de Teatro Fiasco, merece ser vista não só para prestigiarmos um autor local (caso raro que devemos relevar sempre, dada a difícil arte de escrever para teatro), mas para conferir a ousadia e a coragem que Fabiano Barros teve de trazer a público um texto baseado em fatos reais evidentemente elevados a enésima potência humorística e de aparente banalidade.
Duas tias velhas e ciumentas de seu sobrinho, o qual impedem a todo custo que se case, o que a princípio parece banal é tornado cômico em virtude das hipérboles textuais e da excelente performance do elenco (Alexandre Lemos como Tia Nalda, Juraci Júnior como Tia Alda, William Bezerra como Valdinho e Andressa Romão como Maria Louisa) e a direção justa do próprio Fabiano. Devemos ressaltar também a elegância do figurino e cenário de Einstein Berguerand e a maquiagem precisa de Alexandre Braga, que aliás dá um show de interpretação de tal modo que chegamos a crer em vários momentos que se trata mesmo de uma de nossas tias velhas, atuação na medida justa, o que é difícil de encontrar no gênero besteirol.
Aliás, essa é outra discussão: o gênero. Li uma crônica há algum tempo intitulada “Quem tem medo do besteirol?” de Andréa Trompczynski que nos chama atenção exatamente para o fato de que rir é algo de que todo mundo gosta e precisa mas, que alguns têm vergonha de assumir que riem do Tiririca, do Tom, das videocassetadas, do Caco Antibes, etc.
E, caros colegas e leitores, eu devo confessar que durante muito tempo pertenci a este mesmo grupo de pessoas avessas ao riso fácil, felizmente a maturidade nos põe às avessas novamente, vemos o mundo com outros olhos, já distantes da necessidade de provar algo à alguém. Assim, definir o espetáculo como pertencente ao gênero besteirol pode ser um tanto perigoso porque pode afastar a intelligentsia local que preferirá continuar carregando seu Zaratustra de bolso sem nunca terminar de ler ou retomar a Montanha Mágica de Thomas Mann pela décima vez no capítulo um, enfim...para os quais rir é algo pecaminoso, privado, que só se faz escondido, quando ninguém mais está diante da tv.
Felizmente nos libertamos desses e outros tabus para podermos sair de casa e rir sem culpa numa alegria compartilhada que o espetáculo teatral nos proporciona, nesta confraternização popular onde nos reconhecemos e degustamos a sensação apaziguadora de pertencimento de grupo. Então, vá ao teatro Banzeiros, sábados e domingos até o dia 04 de julho. Horário: 20h30. Informações: (69) 8421-0414 ou 3227-9155.
(*) - autora teatral
por Jória Lima (*)
Já Passam das Oito, comédia que estreou no último sábado, 12 de junho, com a Cia de Teatro Fiasco, merece ser vista não só para prestigiarmos um autor local (caso raro que devemos relevar sempre, dada a difícil arte de escrever para teatro), mas para conferir a ousadia e a coragem que Fabiano Barros teve de trazer a público um texto baseado em fatos reais evidentemente elevados a enésima potência humorística e de aparente banalidade.
Duas tias velhas e ciumentas de seu sobrinho, o qual impedem a todo custo que se case, o que a princípio parece banal é tornado cômico em virtude das hipérboles textuais e da excelente performance do elenco (Alexandre Lemos como Tia Nalda, Juraci Júnior como Tia Alda, William Bezerra como Valdinho e Andressa Romão como Maria Louisa) e a direção justa do próprio Fabiano. Devemos ressaltar também a elegância do figurino e cenário de Einstein Berguerand e a maquiagem precisa de Alexandre Braga, que aliás dá um show de interpretação de tal modo que chegamos a crer em vários momentos que se trata mesmo de uma de nossas tias velhas, atuação na medida justa, o que é difícil de encontrar no gênero besteirol.
Aliás, essa é outra discussão: o gênero. Li uma crônica há algum tempo intitulada “Quem tem medo do besteirol?” de Andréa Trompczynski que nos chama atenção exatamente para o fato de que rir é algo de que todo mundo gosta e precisa mas, que alguns têm vergonha de assumir que riem do Tiririca, do Tom, das videocassetadas, do Caco Antibes, etc.
E, caros colegas e leitores, eu devo confessar que durante muito tempo pertenci a este mesmo grupo de pessoas avessas ao riso fácil, felizmente a maturidade nos põe às avessas novamente, vemos o mundo com outros olhos, já distantes da necessidade de provar algo à alguém. Assim, definir o espetáculo como pertencente ao gênero besteirol pode ser um tanto perigoso porque pode afastar a intelligentsia local que preferirá continuar carregando seu Zaratustra de bolso sem nunca terminar de ler ou retomar a Montanha Mágica de Thomas Mann pela décima vez no capítulo um, enfim...para os quais rir é algo pecaminoso, privado, que só se faz escondido, quando ninguém mais está diante da tv.
Felizmente nos libertamos desses e outros tabus para podermos sair de casa e rir sem culpa numa alegria compartilhada que o espetáculo teatral nos proporciona, nesta confraternização popular onde nos reconhecemos e degustamos a sensação apaziguadora de pertencimento de grupo. Então, vá ao teatro Banzeiros, sábados e domingos até o dia 04 de julho. Horário: 20h30. Informações: (69) 8421-0414 ou 3227-9155.
(*) - autora teatral
Samba bom
Assinar:
Postagens (Atom)