O SOBRADO E O TREM.
Por: Beto Ramos
Diz à lenda que ressurgirá dos escombros da antiga Prefeitura de Porto Velho, um espaço para a cultura e história política da nossa capital beradeira. Diz à lenda que nascerá um novo capítulo da nossa história na Ladeira Comendador Centeno. Muito bom saber que projetos de tamanha grandeza estão sendo elaborados e pensados por pessoas que conhecem a nossa história. Ao passarmos pela ladeira da antiga Prefeitura, o que vemos hoje é um espetáculo de abandono e desrespeito com a nossa população. Ao revitalizarmos os nossos prédios históricos, a valorização da memória do nosso povo passa a ser bem mais respeitada. Com certeza o português Pedro Renda, o mestre de obras que construiu o sobrado, hoje se vivo fosse estaria a aplaudir tão grandioso projeto. Diz à lenda que o prédio da antiga Prefeitura foi tombado pela lei municipal nº 1099 de 26 de maio de 1993. Tombado pela lei e não pelo abandono.
Diz à lenda que no centro da nossa capital beradeira, a população na sexta feira 30/04 durante o período da tarde emocionou-se com os apitos do trem na Madeira Mamoré. Como em uma viagem no tempo sentimos o orgulho de sermos portovelhenses. Diz à lenda que a voz do Bubu ecoou nos galpões da estrada de ferro, mexendo com o nosso orgulho beradeiro. “Você precisa ver, para saber como é que andava o trem na Madeira Mamoré.” E a máquina 18 apitando e os nossos corações pulsando em cada dormente, e a nossa história sendo socorrida após um longo período na UTI do esquecimento. Diz à lenda que o poeta Mado, fez uma narrativa com suas expressões corporais, de algo que deveria ser visto por um público bem maior. Diz à lenda: silêncio! Silêncio! Silêncio! Que o Mado chegou com suas pantominias. Então aplausos para o trem, aplausos para o Bubu, aplausos para o Mado e muitos e muitos aplausos para o projeto revitalização do prédio da antiga Prefeitura. Aplausos para o Tatá quando ele está, e nessa história ele está.