Por Beto Ramos
Teatro do Esquecimento
Diz à lenda que ver uma estrela sem brilho no chão é como compreender a derrota por meio de palavras sem sentido. Como um céu nublado e cheio de nuvens carregadas, o artista perdeu a sua grandeza e deixou seu rosto beijando o chão, por um momento onde não mediu a conseqüência de suas palavras. É preciso ser cultura e não estar cultura. O artista precisa ser louco, mas, sua loucura precisa ser criativa e não algo que traga destruição. O palco da loucura de um artista é o respeito por seu talento, por sua obra, por suas viagens alucinantes em busca da coisa perfeita. Diz à lenda que poucas palavras podem destruir e construir a honra de um artista. O palco do nosso Mercado Cultural possui a grandeza da nossa história. As cinzas devem ficar apenas na lembrança. A época dos generais se passou e levou no seu manto negro um pouco da nossa história. Precisamos de respeito e não de grosserias, que poderiam fazer a criança que ouviu as palavras insensatas, dizer, não venho nunca mais neste tal Mercado Cultural. A falta de sentido em tal reação nos dá a sensação que no lugar certo estão pessoas erradas. A obrigação de cumprir determinada ordem de quem comanda, é básico para que as coisas não se tornem muitos dias com nuvens carregadas. Diz à lenda que o respeito é o mínimo que poderíamos pedir a quem representa nossa cultura. Diz à lenda que tal reação se tornou de domínio público. Talvez uma reação pequena, mas, que foi presenciada por um público que aprendeu a respeitar o que esta sendo construído para engrandecer a nossa história. Erros de comunicação podem acontecer. O que não pode acontecer é lavar roupa suja diante de pessoas que simplesmente apreciam a beleza da revitalização do nosso centro histórico. A mãe cultura carrega em seus braços os órfãos do Vilas Bar, e os carrega no seu seio fraterno onde existe a união pela nossa história. Nossas sextas feiras estão mais ricas com a presença do BUBU com o seu vozeirão. E o nosso Mercado Cultural é lugar de engrandecimento da nossa cultura. Diz à lenda que não precisamos de atitudes inconseqüentes, que venham a fazer o povo imaginar que estamos sem comando. Somos o nosso tempo. Somos a história. Estaremos sempre prontos a defender o que escolhemos como bandeira da luta diária, “a nossa cultura beradeira”. Diz à lenda que as pequenas atitudes impensadas podem crescer se não colocarem as peças certas nos lugares certos. Os espaços de cultura precisam ser ocupados por espetáculos de arte, e não por cenas de somente um ato de uma peça de teatro que poderia ter o nome de esquecimento.
Diz a lenda.
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