NA SOMBRA DO SAMBA.
No dia o4 de novembro completam 104 anos de Samba, Waldemir Pinheiro da Silva e Antônio Campos, ou Cabeleira e Bainha.
Dos grandes nomes do samba que criaram e mantiveram a história do ritimo genuinamente brasileiro, depois da criação da Escola de Samba Os Diplomatas, junto com mais um monte de ambas, cada um sai para dar continuidade em outras Escolas.
Bainha, foi para o Caiari e depois, foi para o Asfaltão, Escola de tradição, até por ter vários membros da mesma família na coordenação colaborou e continua emprestando sue conhecimentos a agremiação.
Cabeleira, saiu da Diplomatas e foi para a Escola Armário Grande, que se reunia no bairro Olaria e depois se mudou para a zona sul, quando o grande sambista foi morar no na área.
Mestre Sala de sucesso, hoje ensina aos mais jovens a arte de se apresentar o pavilhão da Escola, tanto para os mestres, como para as Porta-Bandeira, é sobre o olhar crítico do mestre que os ensaios acontecem na Verde e Branco.
Compositor de mão e versos cheios, Bainha permanece vivo no mundo do samba, autor de sambas, lembrados até hoje nas rodas, nos faz sempre lembrar de alguns dos seus sambas campeões.
Bainha e Cabeleira, NA SOMBRA DO SAMBA, 104 anos de dança e ritimo.
Estou trabalhando junto a Fundação Iaripuna, para a realização deste espetáculo, o local seria o Mercado Cultural, o dia 06 de Novembro (sábado), a hora 21 h, com a participação de vários convidados.
O Show está sendo escrito por mim, Ênio Castiel e Tatá, constam de gravação: depoimentos, exposição, entre outras,
Estamos abertos para sugestões e principalmente parceiros e patrocinadores.
Os contatos podem ser feitos pelos fones; 9971-5084 --- 8472-2366, Com Carlinhos Maracanã.
Carlinhos Maracanã
Agitador Cultural
sábado, 25 de setembro de 2010
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
MINHA PORTELA
Portela corta um samba na terceira eliminatória da chave branca
Portela corta um samba na terceira eliminatória da chave branca
A Portela cortou um samba que se apresentou, na noite da última sexta-feira, pela chave branca. A parceria dos compositores Gaúcha da Portela, Evandro de Irajá, Luperce Miranda Filho e Jurandir foi eliminada da disputa.
Cinco obras prosseguem na competição pela chave branca, que tem nova eliminatória na próxima sexta-feira(24), a partir das 22h.
Confira as parcerias classificadas:
* Edson Batista / Leonardo Batista;
* Carlinhos Madureira / Paulo Formigão / J.C. Coelho / Serginho Many;
* David Corrêa / Grilo / Peniche / Gilmar / Jair Pqd;
* Noca da Portela / Bandeira Brasil / Alexandre Fernandes / Claudinho Oliveira / Márcio Ferraz;
* Serginho Procópio / Celso Lopes / Charles Andre / João Carlos Filho / Marquinhos De Oswaldo Cruz;
O enredo da Portela para 2011 é “ Rio,azul da cor do mar”, que é desenvolvido pelo carnavalesco Roberto szanieski.
Portela corta um samba na terceira eliminatória da chave branca
A Portela cortou um samba que se apresentou, na noite da última sexta-feira, pela chave branca. A parceria dos compositores Gaúcha da Portela, Evandro de Irajá, Luperce Miranda Filho e Jurandir foi eliminada da disputa.
Cinco obras prosseguem na competição pela chave branca, que tem nova eliminatória na próxima sexta-feira(24), a partir das 22h.
Confira as parcerias classificadas:
* Edson Batista / Leonardo Batista;
* Carlinhos Madureira / Paulo Formigão / J.C. Coelho / Serginho Many;
* David Corrêa / Grilo / Peniche / Gilmar / Jair Pqd;
* Noca da Portela / Bandeira Brasil / Alexandre Fernandes / Claudinho Oliveira / Márcio Ferraz;
* Serginho Procópio / Celso Lopes / Charles Andre / João Carlos Filho / Marquinhos De Oswaldo Cruz;
O enredo da Portela para 2011 é “ Rio,azul da cor do mar”, que é desenvolvido pelo carnavalesco Roberto szanieski.
ERNESTO E A FINA FLOR DO SAMBA
Caros amigos,
1. Como já é sabido, o novo formato do Projeto Cultural “Ernesto Melo e A Fina Flor do Samba” privilegia toda sexta-feira, no horário nobre das 22:30 às 23:30hs, uma participação especial, prata da casa, onde o Projeto busca valorizar nossos artistas consagrados, entusiasmar novos Grupos Musicais, novos músicos, novos intérpretes e recebendo, vez por outra, a “canja” de artistas de renome nacional em trânsito ou show em Porto Velho;
2. Nosso pontapé inicial deu-se com o consagrado Dunga, cantor e compositor carioca que abrilhantou a A Fina Flor do Samba na noite de sexta, 28 de maio passado, cantando seus sucessos como “Sabiá Laranjeira” e “Sem Pintura”. Tivemos, também, em agosto passado, dia 6, a presença do maior compositor do Brasil, Carlos Colla e, no último dia 03, recebemos nada mais, nada menos, que o talento de Royce do Cavaco. Na prata da casa, não ficamos atrás, apresentando shows com Mestre Bainha, Silvio Santos, Grupo Kizomba, Ênio Melo, Torrado, Grupo Guaporé e tantos outros do melhor quilate;
3. Dessa forma, solicitamos a Vossa Senhoria divulgar a nossa atração de sexta-feira próxima, 24 deste mês, no Projeto A Fina Flor do Samba, a presença do Grupo TÁ NA ÁREA, que interpreta o melhor do nosso samba autêntico, com pérolas de João Nogueira, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e tantos outros.
Grato pelo apoio,
1. Como já é sabido, o novo formato do Projeto Cultural “Ernesto Melo e A Fina Flor do Samba” privilegia toda sexta-feira, no horário nobre das 22:30 às 23:30hs, uma participação especial, prata da casa, onde o Projeto busca valorizar nossos artistas consagrados, entusiasmar novos Grupos Musicais, novos músicos, novos intérpretes e recebendo, vez por outra, a “canja” de artistas de renome nacional em trânsito ou show em Porto Velho;
2. Nosso pontapé inicial deu-se com o consagrado Dunga, cantor e compositor carioca que abrilhantou a A Fina Flor do Samba na noite de sexta, 28 de maio passado, cantando seus sucessos como “Sabiá Laranjeira” e “Sem Pintura”. Tivemos, também, em agosto passado, dia 6, a presença do maior compositor do Brasil, Carlos Colla e, no último dia 03, recebemos nada mais, nada menos, que o talento de Royce do Cavaco. Na prata da casa, não ficamos atrás, apresentando shows com Mestre Bainha, Silvio Santos, Grupo Kizomba, Ênio Melo, Torrado, Grupo Guaporé e tantos outros do melhor quilate;
3. Dessa forma, solicitamos a Vossa Senhoria divulgar a nossa atração de sexta-feira próxima, 24 deste mês, no Projeto A Fina Flor do Samba, a presença do Grupo TÁ NA ÁREA, que interpreta o melhor do nosso samba autêntico, com pérolas de João Nogueira, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e tantos outros.
Grato pelo apoio,
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
PARTE DA HISTÓRIA
PATRIMONIO DA UNIÃO
No ano de 1931 o Governo Brasileiro assume a direção da EFMM – Estrada de Ferro Madeira Mamoré, sendo nomeado como primeiro Diretor o Coronel Aluízio Ferreira. Este, após sua nomeação e bastante prestígio junto a Presidência da Republica, consegue sanear dívidas financeiras da EFMM e inicia obras sociais de grande importância para a cidade de Porto Velho.
Dentre estas obras as mais importantes foram: o Colégio Barão do Solimões (Rua José Bonifácio), a Usina de Eletricidade (Rua Sete de Setembro esquina com Avenida Farquar), o prédio dos Correios (Rua Presidente Dutra esquina com Rua Sete de Setembro), a Vila Erse (Avenida Carlos Gomes), e as casas do Caiarí. Excluindo o Colégio Barão do Solimões, as demais obras foram inauguradas em outubro de 1940, pelo Presidente Getulio Vargas.
A Vila Erse também era conhecida como vila operária, visto que nela moravam os operários da antiga EFMM. Já nas casa do Caiarí moravam os técnicos e o pessoal administrativo da estrada. Por esta razão o bairro passou a ser considerado como bairro de elite. Foi o primeiro conjunto habitacional construído na cidade de Porto Velho.
Por ser uma obra importante, os diretores da EFMM se preocuparam com alguns detalhes, principalmente na qualidade de vida dos moradores do Bairro Caiarí, no seu projeto inicial já previam obras de saneamento, energia elétrica e água encanada. Além disso, havia a necessidade de uma área de lazer, que foi construída posteriormente, a Praça Aluízio Ferreira.
O Bairro Caiarí era estritamente residencial, e ficava no quadrilátero das ruas: Pinheiro Machado, Presidente Dutra, Dom Pedro II e Farquar. Hoje totalmente modificado, o que é lamentável, visto que o mesmo foi tombado como patrimônio histórico, porem as autoridades permitem as modificações, como a obra que esta sendo realizada na esquina da Rua Pinheiro Machado com Rua Presidente Dutra.
Havia uma curiosidade que poucos conhecem. Como as casas do Caiarí pertenciam a União, os funcionários que as ocupavam, pagavam uma taxa simbólica descontada de seus vencimentos. Todas as casas tinham pintadas em sua fachada a seguinte frase: “PATRIMONIO DA UNIÃO”. No inicio dos anos 70 o Governo Federal vendeu as casas aos funcionários. O pagamento era descontado em folha. A forma de pagamento e os valores cobrados pelas residências, facilitaram a aquisição destes imóveis.
Foi no Bairro Caiarí que a surgiu a primeira escola de datilografia de Porto Velho. A Escola Caiarì, situada na Rua Major Guapindáia (hoje Avenida Rogério Weber) próximo a Rua Carlos Gomes. Seus proprietários eram os Professores Tales de Sousa e sua esposa, Professora Felicidade. Naquela época as maquinas não eram elétricas, e por isso eram barulhentas. Ao passar pela calçada da escola, parecia que estávamos diante de um tiroteio, devido ao barulho dos teclados.
Aproveito a oportunidade para saudar os parentes dos antigos moradores do Bairro Caiarí que já não estão entre nós: Ary Pinheiro, Hamilton Gondim, Lourenço Lima, José Otino, Austerlites Erse, Leôncio Cunha, Estela Compasso, Newton Azevedo, Bismarck Marcelino, Esron Meneses, Victor Sadeck, Calmon Tabosa, Capitão Ramiro, José de Melo e Silva, Lênio Duarte, Alfredo Silva, Rodolfo Ruiz, Bráulio Castro, Marco Aurélio Gusman, Dr. Cerqueira Cotrin, Ary Macedo, Teresa Gervais (francesa), Heitor Soares, Marise Castiel, Mario Teixeira, Cláudio Carvalho, Mario Lima, Vivaldo Mendes, Cirilo Arruda, Alberto Gorayeb, Iran Batista, Doutor Grangeiro, Pedro Gondin, Edmar Gaspar, Cabo Lira, Haroldo Dunda, Rodolfo Ruiz e muitos outros.
Bons tempos...
Fiquem todos com Deus.
Até a próxima.
ANISIO GORAYEB
No ano de 1931 o Governo Brasileiro assume a direção da EFMM – Estrada de Ferro Madeira Mamoré, sendo nomeado como primeiro Diretor o Coronel Aluízio Ferreira. Este, após sua nomeação e bastante prestígio junto a Presidência da Republica, consegue sanear dívidas financeiras da EFMM e inicia obras sociais de grande importância para a cidade de Porto Velho.
Dentre estas obras as mais importantes foram: o Colégio Barão do Solimões (Rua José Bonifácio), a Usina de Eletricidade (Rua Sete de Setembro esquina com Avenida Farquar), o prédio dos Correios (Rua Presidente Dutra esquina com Rua Sete de Setembro), a Vila Erse (Avenida Carlos Gomes), e as casas do Caiarí. Excluindo o Colégio Barão do Solimões, as demais obras foram inauguradas em outubro de 1940, pelo Presidente Getulio Vargas.
A Vila Erse também era conhecida como vila operária, visto que nela moravam os operários da antiga EFMM. Já nas casa do Caiarí moravam os técnicos e o pessoal administrativo da estrada. Por esta razão o bairro passou a ser considerado como bairro de elite. Foi o primeiro conjunto habitacional construído na cidade de Porto Velho.
Por ser uma obra importante, os diretores da EFMM se preocuparam com alguns detalhes, principalmente na qualidade de vida dos moradores do Bairro Caiarí, no seu projeto inicial já previam obras de saneamento, energia elétrica e água encanada. Além disso, havia a necessidade de uma área de lazer, que foi construída posteriormente, a Praça Aluízio Ferreira.
O Bairro Caiarí era estritamente residencial, e ficava no quadrilátero das ruas: Pinheiro Machado, Presidente Dutra, Dom Pedro II e Farquar. Hoje totalmente modificado, o que é lamentável, visto que o mesmo foi tombado como patrimônio histórico, porem as autoridades permitem as modificações, como a obra que esta sendo realizada na esquina da Rua Pinheiro Machado com Rua Presidente Dutra.
Havia uma curiosidade que poucos conhecem. Como as casas do Caiarí pertenciam a União, os funcionários que as ocupavam, pagavam uma taxa simbólica descontada de seus vencimentos. Todas as casas tinham pintadas em sua fachada a seguinte frase: “PATRIMONIO DA UNIÃO”. No inicio dos anos 70 o Governo Federal vendeu as casas aos funcionários. O pagamento era descontado em folha. A forma de pagamento e os valores cobrados pelas residências, facilitaram a aquisição destes imóveis.
Foi no Bairro Caiarí que a surgiu a primeira escola de datilografia de Porto Velho. A Escola Caiarì, situada na Rua Major Guapindáia (hoje Avenida Rogério Weber) próximo a Rua Carlos Gomes. Seus proprietários eram os Professores Tales de Sousa e sua esposa, Professora Felicidade. Naquela época as maquinas não eram elétricas, e por isso eram barulhentas. Ao passar pela calçada da escola, parecia que estávamos diante de um tiroteio, devido ao barulho dos teclados.
Aproveito a oportunidade para saudar os parentes dos antigos moradores do Bairro Caiarí que já não estão entre nós: Ary Pinheiro, Hamilton Gondim, Lourenço Lima, José Otino, Austerlites Erse, Leôncio Cunha, Estela Compasso, Newton Azevedo, Bismarck Marcelino, Esron Meneses, Victor Sadeck, Calmon Tabosa, Capitão Ramiro, José de Melo e Silva, Lênio Duarte, Alfredo Silva, Rodolfo Ruiz, Bráulio Castro, Marco Aurélio Gusman, Dr. Cerqueira Cotrin, Ary Macedo, Teresa Gervais (francesa), Heitor Soares, Marise Castiel, Mario Teixeira, Cláudio Carvalho, Mario Lima, Vivaldo Mendes, Cirilo Arruda, Alberto Gorayeb, Iran Batista, Doutor Grangeiro, Pedro Gondin, Edmar Gaspar, Cabo Lira, Haroldo Dunda, Rodolfo Ruiz e muitos outros.
Bons tempos...
Fiquem todos com Deus.
Até a próxima.
ANISIO GORAYEB
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
MERECIMENTO
HELENA ALVES DA SILVA
A seringueira vendedora de cheirinho
Quem vê dona Helena vendendo “Cheirinho” pelas ruas de Porto Velho jamais pensa, que aquela senhora humilde, porém muito simpática, tem tanta história pra contar. História de quem tirou lenha para abastecer os navios que faziam a linha Belém/Manaus/Porto Velha e vice versa. História de quem trabalhou nos seringais não apenas acompanhando seus pais e depois seu marido, mas, cortando seringa, defumando e fazendo pela de borracha. História de uma mulher guerreira que aos 81 anos de idade, não quer se acomodar e vive da venda de “Cheirinho” para carro, guarda-roupa e outros ambientes: “Esse cheirinho vem de Satarém”.
Dona Helena bem poderia estar descansando, recebendo uma aposentadoria como Soldada da Borracha, além da pensão do seu marido que também foi Soldado da Borracha. “Não consegui me aposentar como Soldada da Borracha porque não consegui um documento provando que trabalhei cortando seringa. Enquanto conheço muita gente, que está recebendo aposentadoria como Soldado da Borracha que nunca nem olhou para uma seringueira”.
Essa é a verdade burocrática brasileira, ganha quem tem condições de “pagar” por uma documentação que na maioria das vezes é forjada. Dona Helena Alves da Silva não teve condições de comprar a documentação e por isso, não faz jus à aposentadoria como Soldada da Borracha.
Essa falha burocrática não tirou da face da dona Helena o sorriso, não tirou de sua mente o conhecimento e nem a dignidade. Mostra dona Helena que acima de qualquer coisa, o ser humano tem que prezar pela dignidade, tem que se orgulhar do que é e do que faz. Não perguntei sobre sua escolaridade, mas, terminei a entrevista com a certeza de ter conversado com uma intelectual formada na escola da vida.
Que a história de dona Helena sirva de exemplo para as pessoas que não acreditam na vida.
Parabéns pelos seus 81 anos dona Helena Alves da Silva
ENTREVISTA
Zk – A senhora nasceu aonde?
Helena – Nasci na Ilha Grande uma localidade que fica entre Maici e Humaitá no baixo rio Madeira, no dia 4 de setembro de 1929, portanto estou com 81 anos completos.
Zk – Seus pais são da Amazônia?
Helena – Não! Meu pai Manoel Francelino Alves veio da Paraíba e minha mãe Adelina Alves de Jesus veio do ceará, filha de português (pai) e mãe cearense.
Zk – A senhora morou na Ilha Grande até quando?
Helena – Até meus doze anos, depois meu pai fez um sítio em Maici. O velho era trabalhador que só ele. Nesse tempo meu pai pegou contrato e a gente passou a trabalhar tirando lenha para abastecer os navios que navegavam pelo rio Madeira.
Zk – Conte pra gente como era o processo de tirar a lenha para abastecer os navios?
Helena – A gente levantava por volta das duas horas da madrugada, atravessava o rio e entrava naqueles igarapés para tirar lenha. Era assim: meu cortava e a gente carregava para a canoa. Era eu e meus irmãos. Na época éramos cinco, depois foi que nasceu mais dois. Minha mãe não gostava muito disso não.
Zk – Por quê?
Helena – Porque dava muito temporal e era muito perigoso atravessar o rio. De quando a gente embarcava na canoa para ir tirar lenha até voltar, ela ficava em casa rezando, se pegando com tudo que era santo para não acontecer nada com a gente. Sempre ela dizia pro meu pai: “Você ainda vai acabar com meus filhos no meio desse rio”. Todo mundo também cortou seringa.
Zk – Fale sobre a vida de vocês no Seringal?
Helena – Acontece que meu pai brigava muito com o velho Garcia o homem responsável por receber a lenha, na hora de ajustar conta e então certa vez, já cansado de tanto discutir, abandou tudo, veio embora pra Porto Velho. Daqui foi que fomos para o seringal.
Zk – A senhora lembra de quem era o seringal?
Helena – O seringalista era o Otávio Reis. Passei um bocado de tempo cortando seringa, depois me casei. Me casei aqui em Porto Velho com o Francisco Alves Martins, ele trabalhou doze anos no armazém do Tufy Matny, carregando mercadoria, naquele tempo o transporte era só carroça de boi ou de cavalo e carrinho e mão.
Zk – Quer dizer que depois que casou a senhora veio morar em Porto Velho?
Helena – Não! Ainda andamos por muitos seringais entre eles o seringal do seu Euro Tourinho pai desse que é o dono do jornal Alto Madeira hoje. Seu Euro seringalista morreu lá no seringal.
Zk – A senhora lembra qual foi a causa da morte dele?
Helena – Ele foi fazer uma visita no seringal e ninguém soube explicar, depois de ter tomado banho o homem ficou todo roxo e morreu.
Zk – A senhora cortava seringa ou apenas trabalhava em casa?
Helena – Cortei seringa mesmo. Quando vivia com meu pai apenas ia colher o leite da seringueira. Meu pai saia pra cortar de madrugada e a gente saia pra colher o leite quando amanhecia. Agora, depois que me casei passei a ajudar meu marido cortando seringa.
Zk – A que horas vocês saiam pra cortar seringa?
Helena – A levantava por volta das duas horas e ia para a estrada cortar seringa.
Zk – Fale sobre o trabalho do corte da seringa?
Helena – É o seguinte: a gente vai cortando e colocando a tijelinha, seringueira por seringueira. Quando termina a estrada a gente volta pra casa, toma café reforçado e depois vai colher o leite. A colheita do leite dura a manhã toda, depois começa o processo de defumação.
Zk – Aos 81 anos de idade a senhora é aposentada como Soldada da Borracha?
Helena – Não sou aposentada como soldada de borracha por que quando fui procurar a aposentadoria pediram um bocado de documento que comprovasse que eu e meu marido tínhamos trabalho como seringueiro.
Zk – Quer dizer que a senhora não é aposentada?
Helena – Não senhor! Conheço gente aqui que nunca nem olhou uma seringueira, quanto mais cortar seringa e é aposentada como soldado da borracha e eu que trabalhei por muitos e muitos anos não consegui me aposentar porque não tenho um papel dizendo que fui seringueira, isso não está certo. Exigiram testemunha, que eu levasse documento do meu marido (falecido). Naquele tempo poucas pessoas tinham documentos e o pessoal do governo querendo que eu apresentasse documento comprovando que tinha trabalhado como seringueira.
Zk – A senhora estava dizendo que também trabalhou nos seringais do rio Candeias, fale sobre isso?
Helena – Aonde hoje é o município de Candeias do Jamari naquela época, tinha um quartel com apenas dois soldados. Atravessamos aquelas cachoeiras medonhas. A de São Sebastião é a pior delas. O que lembro com saudade daquele tempo, é das pescarias. A gente pegava muito peixe na beira do rio Candeias, principalmente Piranha.
Zk – Como era que a senhora preparava a Piranha?
Helena – Era na água e no sal como diz o beradeiro. Não tinha tempero. Aquela Piranha gorda gostosa. A gente dormia dentro da mata correndo risco de pegar malária. Chegava naqueles pontos assim e via aquele cemitério enorme, a maioria tinha morrido de malária.
Zk – Algum parente seu morreu de malária nos seringais?
Helena – Graças a Deus não. Minha Mãe morreu no seringal Rio Branco, mas, não foi de malária.
Zk – Mesmo trabalhando, tem momentos que a família do seringueiro passa dificuldade, inclusive de alimentação. O que a sua família fazia para suprir essa fase?
Helena – Na realidade, passamos algumas dificuldades quando minha mãe morreu e minhas duas irmãs ficaram pequenas. Para alimentar as crianças, a gente sem experiência tinha que apelar para o que aparecia. Então a gente ia pra mata tirar açaí, patuá, bacaba e bebia aquele vinho com beiju, sem açúcar. A gente penou um bocado.
Zk – Vamos falar sobre a defumação do leite da seringa?
Helena – Meu marido chegava com o leite e as vezes dizia, vou tirar açaí, enquanto ele estava na mata tirando açaí eu acendia o fogo na fornalha, botava o leite na bacia e eu mesma defumava.
Zk – Qual a melhor madeira para fazer fumaça?
Helena – O melhor mesmo é o côco babaçu.
Zk – As pelas que a senhora defumava pesavam o que?
Helena – Dependia muito. Tinha delas de trinta, quarenta e até cinqüenta quilos.
Zk – Nos seringais por onde a senhora andou tinha muita caça?
Helena – Se tinha! Eu fazia de tudo. Meu marido às vezes chegava em casa com um Veado daqueles Capoeiro e eu mesma pendurava e riscava ele todinho e tirava o couro.
Zk – A carne de Veado é boa. Como é que se prepara?
Helena – É uma carne muito saborosa, que pode ser preparada de todo jeito; guisado, cozida, frita, assada e quando ta gorda é melhor ainda. Às vezes meu marido matava Anta era aquela Anta enorme e então ele chamava a vizinhança e dizia: Matei uma Anta, quem quiser carne tem que ajudar a tratar. Carne de Anta é uma delicia. A gente pegava salgava e espalhava no varal, ela ficava umidazinha e depois assava. Aquilo no pirão de leite de castanha, você comia que ficava triste.
Zk – Como é que se faz o pirão de leite de castanha?
Helena – É só fazer o leite, colocar farinha no prato e despejar o leite da castanha.
Zk – Como a senhora fazia o leite da castanha?
Helena – Tem que descascar a castanha e ralar. Eu ralava no cano da espingarda.
Zk – Ralo no cano da espingarda?
Helena – Sim! A gente pegava um terçado e fazia os dentes do ralo no cano da espingarda, depois você enche a mão de castanha e rala. Coco babaçu eu sei quebrar. O leite de babaçu pra temperar comida é muito gostoso. Meu pai, quando a gente morava aqui no amazonas tinha muita fartura em casa, tinha muita criação no terreiro, era galinha, pato, porco, gado, peru. Tinha vez que quando a gente via saia de dentro do mato àquela porca cheia de bacuri. Todo sábado ele matava um capadão (porco) daquele.
Zk – A senhora falou: Quando a gente morava no Amazonas. Se a senhora sempre morou aqui, porque a citação quando a gente morava no Amazonas?
Helena – Acontece que os seringais do Rio Jacy e Candeias ficavam no Mato Grosso só depois que tudo passou a ser chamado de Amazônia, por isso digo no tempo que a gente morava no Amazonas porque de Porto Velho pra baixo pelo rio Madeira tudo era estado do Amazonas na época.
Zk – Nos seringais onde a senhora trabalhou tinha índio?
Helena – Só ouvia falar que tinha índio por ali, mas, nunca vi nenhum. Tem até uma história engraçada que aconteceu comigo. No rio Negro já pertencendo à Bolívia tinha muita mata na beira e eu tinha muito medo pensando que tinha índio. Certa vez ouvi uma gritaria do outro lado do rio. Aquilo pra mim era índio, saí correndo no rumo de casa, encontrei meu marido no meio do caminho e passei por ele avisando, corre que os índios vêm aí! E ele respondeu: Não é índio não sua tola, são as Lontras que estão subindo e gritando.
Zk – E onça?
Helena – Onça tinha demais! Eu tinha o “Rango” um frangão bonito, quando dei fé, ela tava com o frango atravessado na boca, era uma onça vermelha. Entrei em casa peguei a espingarda e mandei bala “pou”, a bicha deu um pinote de mais de metro e sumiu.
Zk – Quer dizer que a senhora era boa de gatilho?
Helena – Eu matava galinha de tiro, mirava no pescoço e “pou”. Meu marido às vezes estava na vizinhança e quando ouvia o tiro dizia: Lá está a Helena matando galinha. Matei muita nambu azul, nambu galinha tudo de tiro de espingarda e não perdia a carne.
N.R – INAMBU - Também "nambu". Aves da fam. Tinamídeos, gên. As 14 espécies brasileiras deste gênero representam um tipo homogêneo quanto ao feitio, variando apenas de tamanho e um tanto no colorido. Algumas espécies são de cor uniforme, outras têm abundantes desenhos de linhas escuras no dorso e sobre as asas. A cauda ou falta ou é representada por penas tão curtas, que as coberteiras as escondem. Os dois sexos quase que não se diferenciam. São aves que vivem no chão, alimentando-se de frutos e sementes; voam pouco. Os ovos são lisos e lustrosos, de cores verde-azulada ou branco-chocolate.
Zk – Quando foi que a senhora veio morar de vez em Porto Velho?
Helena – O Otávio Reis tinha um sítio aqui em Porto Velho e meu marido veio tomar conta. Acontece que com algum tempo meu marido resolveu voltar para o seringal e então eu disse: Você vai sozinho, porque daqui não vou mais para a mata. Resultado, ficamos morando aqui e meu marido foi trabalhar com o Tufy Matny.
Zk – Seu marido no Tufy e a senhora foi fazer o que?
Helena – Eu passei a ser lavadeira. Lavava roupa pra fora num igarapé que ficava no bairro Mato Grosso se fosse hoje, depois da Ulbra.
Zk – Já que a senhora falou. Como era Porto Velho quando a senhora chegou aqui?
Helena – Ali onde é a Mariza era um matadouro de porco. Morei no KM-1 tudo era mata, só tinha um varadorzinho. Isso pra cá do Mercadinho do KM-1. Fui vizinha da dona Marieta mãe desse sambista Bainha.
Zk – Hoje a senhora vive vendendo “Cheirinho” para carro, guarda-roupa e outro ambientes. Aonde a gente pode lhe encontrar vendendo esses cheirinhos?
Helena – Moro na rua Ana Bela com a Café Filho no bairro Socialista. Sempre estou vendendo no mercado Central. Também faço ponto no Center Norte na rua Brasília, no super mercado Canadá que fica na Afonso Pena com a Rafael Vaz e dia de sábado de manhã, fico na Av. Nações Unidas em frente das lojas. Cada saquinho de cheirinho custa R$ 5.
Zk – Para encerrar. A senhora era cutuba ou pele curta?
Helena – A política aqui toda vida foi assim nojenta, de primeiro ainda era pior, porque tinha muita briga, mandavam pelar a cabeça das pessoas, prendiam, batiam. Eu era da política do Dr. Renato Medeiros portanto, Pele Curta da gema.
zekatraca
A seringueira vendedora de cheirinho
Quem vê dona Helena vendendo “Cheirinho” pelas ruas de Porto Velho jamais pensa, que aquela senhora humilde, porém muito simpática, tem tanta história pra contar. História de quem tirou lenha para abastecer os navios que faziam a linha Belém/Manaus/Porto Velha e vice versa. História de quem trabalhou nos seringais não apenas acompanhando seus pais e depois seu marido, mas, cortando seringa, defumando e fazendo pela de borracha. História de uma mulher guerreira que aos 81 anos de idade, não quer se acomodar e vive da venda de “Cheirinho” para carro, guarda-roupa e outros ambientes: “Esse cheirinho vem de Satarém”.
Dona Helena bem poderia estar descansando, recebendo uma aposentadoria como Soldada da Borracha, além da pensão do seu marido que também foi Soldado da Borracha. “Não consegui me aposentar como Soldada da Borracha porque não consegui um documento provando que trabalhei cortando seringa. Enquanto conheço muita gente, que está recebendo aposentadoria como Soldado da Borracha que nunca nem olhou para uma seringueira”.
Essa é a verdade burocrática brasileira, ganha quem tem condições de “pagar” por uma documentação que na maioria das vezes é forjada. Dona Helena Alves da Silva não teve condições de comprar a documentação e por isso, não faz jus à aposentadoria como Soldada da Borracha.
Essa falha burocrática não tirou da face da dona Helena o sorriso, não tirou de sua mente o conhecimento e nem a dignidade. Mostra dona Helena que acima de qualquer coisa, o ser humano tem que prezar pela dignidade, tem que se orgulhar do que é e do que faz. Não perguntei sobre sua escolaridade, mas, terminei a entrevista com a certeza de ter conversado com uma intelectual formada na escola da vida.
Que a história de dona Helena sirva de exemplo para as pessoas que não acreditam na vida.
Parabéns pelos seus 81 anos dona Helena Alves da Silva
ENTREVISTA
Zk – A senhora nasceu aonde?
Helena – Nasci na Ilha Grande uma localidade que fica entre Maici e Humaitá no baixo rio Madeira, no dia 4 de setembro de 1929, portanto estou com 81 anos completos.
Zk – Seus pais são da Amazônia?
Helena – Não! Meu pai Manoel Francelino Alves veio da Paraíba e minha mãe Adelina Alves de Jesus veio do ceará, filha de português (pai) e mãe cearense.
Zk – A senhora morou na Ilha Grande até quando?
Helena – Até meus doze anos, depois meu pai fez um sítio em Maici. O velho era trabalhador que só ele. Nesse tempo meu pai pegou contrato e a gente passou a trabalhar tirando lenha para abastecer os navios que navegavam pelo rio Madeira.
Zk – Conte pra gente como era o processo de tirar a lenha para abastecer os navios?
Helena – A gente levantava por volta das duas horas da madrugada, atravessava o rio e entrava naqueles igarapés para tirar lenha. Era assim: meu cortava e a gente carregava para a canoa. Era eu e meus irmãos. Na época éramos cinco, depois foi que nasceu mais dois. Minha mãe não gostava muito disso não.
Zk – Por quê?
Helena – Porque dava muito temporal e era muito perigoso atravessar o rio. De quando a gente embarcava na canoa para ir tirar lenha até voltar, ela ficava em casa rezando, se pegando com tudo que era santo para não acontecer nada com a gente. Sempre ela dizia pro meu pai: “Você ainda vai acabar com meus filhos no meio desse rio”. Todo mundo também cortou seringa.
Zk – Fale sobre a vida de vocês no Seringal?
Helena – Acontece que meu pai brigava muito com o velho Garcia o homem responsável por receber a lenha, na hora de ajustar conta e então certa vez, já cansado de tanto discutir, abandou tudo, veio embora pra Porto Velho. Daqui foi que fomos para o seringal.
Zk – A senhora lembra de quem era o seringal?
Helena – O seringalista era o Otávio Reis. Passei um bocado de tempo cortando seringa, depois me casei. Me casei aqui em Porto Velho com o Francisco Alves Martins, ele trabalhou doze anos no armazém do Tufy Matny, carregando mercadoria, naquele tempo o transporte era só carroça de boi ou de cavalo e carrinho e mão.
Zk – Quer dizer que depois que casou a senhora veio morar em Porto Velho?
Helena – Não! Ainda andamos por muitos seringais entre eles o seringal do seu Euro Tourinho pai desse que é o dono do jornal Alto Madeira hoje. Seu Euro seringalista morreu lá no seringal.
Zk – A senhora lembra qual foi a causa da morte dele?
Helena – Ele foi fazer uma visita no seringal e ninguém soube explicar, depois de ter tomado banho o homem ficou todo roxo e morreu.
Zk – A senhora cortava seringa ou apenas trabalhava em casa?
Helena – Cortei seringa mesmo. Quando vivia com meu pai apenas ia colher o leite da seringueira. Meu pai saia pra cortar de madrugada e a gente saia pra colher o leite quando amanhecia. Agora, depois que me casei passei a ajudar meu marido cortando seringa.
Zk – A que horas vocês saiam pra cortar seringa?
Helena – A levantava por volta das duas horas e ia para a estrada cortar seringa.
Zk – Fale sobre o trabalho do corte da seringa?
Helena – É o seguinte: a gente vai cortando e colocando a tijelinha, seringueira por seringueira. Quando termina a estrada a gente volta pra casa, toma café reforçado e depois vai colher o leite. A colheita do leite dura a manhã toda, depois começa o processo de defumação.
Zk – Aos 81 anos de idade a senhora é aposentada como Soldada da Borracha?
Helena – Não sou aposentada como soldada de borracha por que quando fui procurar a aposentadoria pediram um bocado de documento que comprovasse que eu e meu marido tínhamos trabalho como seringueiro.
Zk – Quer dizer que a senhora não é aposentada?
Helena – Não senhor! Conheço gente aqui que nunca nem olhou uma seringueira, quanto mais cortar seringa e é aposentada como soldado da borracha e eu que trabalhei por muitos e muitos anos não consegui me aposentar porque não tenho um papel dizendo que fui seringueira, isso não está certo. Exigiram testemunha, que eu levasse documento do meu marido (falecido). Naquele tempo poucas pessoas tinham documentos e o pessoal do governo querendo que eu apresentasse documento comprovando que tinha trabalhado como seringueira.
Zk – A senhora estava dizendo que também trabalhou nos seringais do rio Candeias, fale sobre isso?
Helena – Aonde hoje é o município de Candeias do Jamari naquela época, tinha um quartel com apenas dois soldados. Atravessamos aquelas cachoeiras medonhas. A de São Sebastião é a pior delas. O que lembro com saudade daquele tempo, é das pescarias. A gente pegava muito peixe na beira do rio Candeias, principalmente Piranha.
Zk – Como era que a senhora preparava a Piranha?
Helena – Era na água e no sal como diz o beradeiro. Não tinha tempero. Aquela Piranha gorda gostosa. A gente dormia dentro da mata correndo risco de pegar malária. Chegava naqueles pontos assim e via aquele cemitério enorme, a maioria tinha morrido de malária.
Zk – Algum parente seu morreu de malária nos seringais?
Helena – Graças a Deus não. Minha Mãe morreu no seringal Rio Branco, mas, não foi de malária.
Zk – Mesmo trabalhando, tem momentos que a família do seringueiro passa dificuldade, inclusive de alimentação. O que a sua família fazia para suprir essa fase?
Helena – Na realidade, passamos algumas dificuldades quando minha mãe morreu e minhas duas irmãs ficaram pequenas. Para alimentar as crianças, a gente sem experiência tinha que apelar para o que aparecia. Então a gente ia pra mata tirar açaí, patuá, bacaba e bebia aquele vinho com beiju, sem açúcar. A gente penou um bocado.
Zk – Vamos falar sobre a defumação do leite da seringa?
Helena – Meu marido chegava com o leite e as vezes dizia, vou tirar açaí, enquanto ele estava na mata tirando açaí eu acendia o fogo na fornalha, botava o leite na bacia e eu mesma defumava.
Zk – Qual a melhor madeira para fazer fumaça?
Helena – O melhor mesmo é o côco babaçu.
Zk – As pelas que a senhora defumava pesavam o que?
Helena – Dependia muito. Tinha delas de trinta, quarenta e até cinqüenta quilos.
Zk – Nos seringais por onde a senhora andou tinha muita caça?
Helena – Se tinha! Eu fazia de tudo. Meu marido às vezes chegava em casa com um Veado daqueles Capoeiro e eu mesma pendurava e riscava ele todinho e tirava o couro.
Zk – A carne de Veado é boa. Como é que se prepara?
Helena – É uma carne muito saborosa, que pode ser preparada de todo jeito; guisado, cozida, frita, assada e quando ta gorda é melhor ainda. Às vezes meu marido matava Anta era aquela Anta enorme e então ele chamava a vizinhança e dizia: Matei uma Anta, quem quiser carne tem que ajudar a tratar. Carne de Anta é uma delicia. A gente pegava salgava e espalhava no varal, ela ficava umidazinha e depois assava. Aquilo no pirão de leite de castanha, você comia que ficava triste.
Zk – Como é que se faz o pirão de leite de castanha?
Helena – É só fazer o leite, colocar farinha no prato e despejar o leite da castanha.
Zk – Como a senhora fazia o leite da castanha?
Helena – Tem que descascar a castanha e ralar. Eu ralava no cano da espingarda.
Zk – Ralo no cano da espingarda?
Helena – Sim! A gente pegava um terçado e fazia os dentes do ralo no cano da espingarda, depois você enche a mão de castanha e rala. Coco babaçu eu sei quebrar. O leite de babaçu pra temperar comida é muito gostoso. Meu pai, quando a gente morava aqui no amazonas tinha muita fartura em casa, tinha muita criação no terreiro, era galinha, pato, porco, gado, peru. Tinha vez que quando a gente via saia de dentro do mato àquela porca cheia de bacuri. Todo sábado ele matava um capadão (porco) daquele.
Zk – A senhora falou: Quando a gente morava no Amazonas. Se a senhora sempre morou aqui, porque a citação quando a gente morava no Amazonas?
Helena – Acontece que os seringais do Rio Jacy e Candeias ficavam no Mato Grosso só depois que tudo passou a ser chamado de Amazônia, por isso digo no tempo que a gente morava no Amazonas porque de Porto Velho pra baixo pelo rio Madeira tudo era estado do Amazonas na época.
Zk – Nos seringais onde a senhora trabalhou tinha índio?
Helena – Só ouvia falar que tinha índio por ali, mas, nunca vi nenhum. Tem até uma história engraçada que aconteceu comigo. No rio Negro já pertencendo à Bolívia tinha muita mata na beira e eu tinha muito medo pensando que tinha índio. Certa vez ouvi uma gritaria do outro lado do rio. Aquilo pra mim era índio, saí correndo no rumo de casa, encontrei meu marido no meio do caminho e passei por ele avisando, corre que os índios vêm aí! E ele respondeu: Não é índio não sua tola, são as Lontras que estão subindo e gritando.
Zk – E onça?
Helena – Onça tinha demais! Eu tinha o “Rango” um frangão bonito, quando dei fé, ela tava com o frango atravessado na boca, era uma onça vermelha. Entrei em casa peguei a espingarda e mandei bala “pou”, a bicha deu um pinote de mais de metro e sumiu.
Zk – Quer dizer que a senhora era boa de gatilho?
Helena – Eu matava galinha de tiro, mirava no pescoço e “pou”. Meu marido às vezes estava na vizinhança e quando ouvia o tiro dizia: Lá está a Helena matando galinha. Matei muita nambu azul, nambu galinha tudo de tiro de espingarda e não perdia a carne.
N.R – INAMBU - Também "nambu". Aves da fam. Tinamídeos, gên. As 14 espécies brasileiras deste gênero representam um tipo homogêneo quanto ao feitio, variando apenas de tamanho e um tanto no colorido. Algumas espécies são de cor uniforme, outras têm abundantes desenhos de linhas escuras no dorso e sobre as asas. A cauda ou falta ou é representada por penas tão curtas, que as coberteiras as escondem. Os dois sexos quase que não se diferenciam. São aves que vivem no chão, alimentando-se de frutos e sementes; voam pouco. Os ovos são lisos e lustrosos, de cores verde-azulada ou branco-chocolate.
Zk – Quando foi que a senhora veio morar de vez em Porto Velho?
Helena – O Otávio Reis tinha um sítio aqui em Porto Velho e meu marido veio tomar conta. Acontece que com algum tempo meu marido resolveu voltar para o seringal e então eu disse: Você vai sozinho, porque daqui não vou mais para a mata. Resultado, ficamos morando aqui e meu marido foi trabalhar com o Tufy Matny.
Zk – Seu marido no Tufy e a senhora foi fazer o que?
Helena – Eu passei a ser lavadeira. Lavava roupa pra fora num igarapé que ficava no bairro Mato Grosso se fosse hoje, depois da Ulbra.
Zk – Já que a senhora falou. Como era Porto Velho quando a senhora chegou aqui?
Helena – Ali onde é a Mariza era um matadouro de porco. Morei no KM-1 tudo era mata, só tinha um varadorzinho. Isso pra cá do Mercadinho do KM-1. Fui vizinha da dona Marieta mãe desse sambista Bainha.
Zk – Hoje a senhora vive vendendo “Cheirinho” para carro, guarda-roupa e outro ambientes. Aonde a gente pode lhe encontrar vendendo esses cheirinhos?
Helena – Moro na rua Ana Bela com a Café Filho no bairro Socialista. Sempre estou vendendo no mercado Central. Também faço ponto no Center Norte na rua Brasília, no super mercado Canadá que fica na Afonso Pena com a Rafael Vaz e dia de sábado de manhã, fico na Av. Nações Unidas em frente das lojas. Cada saquinho de cheirinho custa R$ 5.
Zk – Para encerrar. A senhora era cutuba ou pele curta?
Helena – A política aqui toda vida foi assim nojenta, de primeiro ainda era pior, porque tinha muita briga, mandavam pelar a cabeça das pessoas, prendiam, batiam. Eu era da política do Dr. Renato Medeiros portanto, Pele Curta da gema.
zekatraca
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Exercendo a Cidadania
tudorondonia/ Alan Alex- fonte
Excelente ideia
A leitora Elizete Pereira Nascimento enviou para a coluna o seguinte e-mail que reproduzimos na íntegra: “Bom Dia, Alan Alex! - Sou leitora de sua coluna e tenho a seguinte pergunta a te fazer: não está na hora da sociedade cobrar dos TRE's, TSE, STF uma posição para que tenhamos uma lista de candidatos para nossa análise sem risco de ter o nosso direito de participar do processo democrático ferido por alguma decisão superior que simplesmente desconsidere o nosso voto? Sei que uma andorinha só não faz verão mas já comecei (vide transcrição abaixo da msg que enviei ao STF).
O texto
Senhores Ministros, - Sou cidadã brasileira com domicílio eleitoral em Porto Velho - Rondônia e com minhas obrigações eleitorais em dia. Desde de que fiquei apta a votar nunca deixei de exercer esse sagrado direito democrático. Porém, diante da incerteza referente a lista de candidatos apresentada por quem tem o dever e atribuição de gerenciar o processo eleitoral, estou correndo o risco de perder o meu direito de participar do processo democrático. Não só eu como milhares de rondonienses que vão às urnas e precisam ter certeza de quem é candidato ou não. Essa situação se deve às diversas interpretações em curso da Lei Ficha Limpa. Procurei me informar sobre o assunto, mas renomados juristas apresentam interpretações diferentes. Diante disso, venho pedir encarecidamente que o STF faça valer o meu direito de cidadão brasileiro garantido na nossa Carta Magna de votar e ter meu voto computado na decisão final. Para isto basta que decida sobre essa questão e ai terei certeza da lista correta de candidatos apresentados pelo TRE para que eu escolha sem risco de ter meu voto desconsiderado no futuro. Eu ainda acredito no judiciário e milhares de rondonienses correm o risco de ter seu direito desrespeitado e aí"quem poderá nos salvar?"
Pois bem
A ideia da Elizete está aí e acho que ela está coberta de razão. O Brasil e principalmente o Judiciário tem que parar com essa lerdeza no que diz respeito a questões importantes como essa. Quem quiser repetir o gesto dela, pode CLICAR AQUI para ver como entrar em contato com os ministros.
Excelente ideia
A leitora Elizete Pereira Nascimento enviou para a coluna o seguinte e-mail que reproduzimos na íntegra: “Bom Dia, Alan Alex! - Sou leitora de sua coluna e tenho a seguinte pergunta a te fazer: não está na hora da sociedade cobrar dos TRE's, TSE, STF uma posição para que tenhamos uma lista de candidatos para nossa análise sem risco de ter o nosso direito de participar do processo democrático ferido por alguma decisão superior que simplesmente desconsidere o nosso voto? Sei que uma andorinha só não faz verão mas já comecei (vide transcrição abaixo da msg que enviei ao STF).
O texto
Senhores Ministros, - Sou cidadã brasileira com domicílio eleitoral em Porto Velho - Rondônia e com minhas obrigações eleitorais em dia. Desde de que fiquei apta a votar nunca deixei de exercer esse sagrado direito democrático. Porém, diante da incerteza referente a lista de candidatos apresentada por quem tem o dever e atribuição de gerenciar o processo eleitoral, estou correndo o risco de perder o meu direito de participar do processo democrático. Não só eu como milhares de rondonienses que vão às urnas e precisam ter certeza de quem é candidato ou não. Essa situação se deve às diversas interpretações em curso da Lei Ficha Limpa. Procurei me informar sobre o assunto, mas renomados juristas apresentam interpretações diferentes. Diante disso, venho pedir encarecidamente que o STF faça valer o meu direito de cidadão brasileiro garantido na nossa Carta Magna de votar e ter meu voto computado na decisão final. Para isto basta que decida sobre essa questão e ai terei certeza da lista correta de candidatos apresentados pelo TRE para que eu escolha sem risco de ter meu voto desconsiderado no futuro. Eu ainda acredito no judiciário e milhares de rondonienses correm o risco de ter seu direito desrespeitado e aí"quem poderá nos salvar?"
Pois bem
A ideia da Elizete está aí e acho que ela está coberta de razão. O Brasil e principalmente o Judiciário tem que parar com essa lerdeza no que diz respeito a questões importantes como essa. Quem quiser repetir o gesto dela, pode CLICAR AQUI para ver como entrar em contato com os ministros.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
LEMBRANÇAS!
Marcas do Passado
Existiram dias em minha vida que a fumaça destas queimadas nem se comparavam aos dias nebulosos que vivi. Junto de minha mãe, passei por tantos caminhos tortuosos que as lágrimas dos meus olhos, fecundaram os momentos felizes que vivo hoje. Por sofrer por amor, minha mãe até hoje possui uns olhos caboclos que sempre se perdem no horizonte de sua alma. Dos filhos, por ser o mais velho e homem, deixei sobre os meus ombros um fardo tão pesado que nestes últimos anos, os meus olhos também começaram a se perder no horizonte. Como diria o meu grande amigo de algumas farras homéricas da época do Bilu Teteia, Carmênio, resolvi dar uma olhada nos meus alfarrábios. Coisas antigas, minhas, pedaços do meu coração que foram ficando em palavras sem rimas, sem a preocupação com a gramática ou fonética. Minha mãe viveu um só grande amor em sua vida. Um amor intenso, um amor para toda a vida. Um amor cheio de marcas, no coração e no rosto. Um amor com momentos felizes e muitos, mas, muitos momentos para se perder o sono. Do meu pai herdei uma forte opinião e o gosto por sempre querer participar de confrarias etílicas pelas madrugadas da minha tão querida Porto Velho. Mas, mostrei-me um beiradeiro de vergonha, e não deixei a marca do filho de peixe peixinho é. Como minha mãe respiro sensibilidade. Vivo sempre a espera de um milagre, onde a minha vida e a vida dos meus amigos, familiares possa ser cheia de felicidades e sem dias nebulosos. Como meu pai, sou crítico por natureza. Mas, também flexível ao ponto de sofrer pelo sofrimento dos outros. Alguém vai me perguntar sobre estas palavras. Talvez o texto de minha mãe que vai abaixo desta minhas linhas possa explicar. O amor e o desamor podem modificar a vida de muitas pessoas. Quando fomos morar sozinhos sem meu pai, arrumamos uma casa de madeira sem piso, portas e outras coisitas mais. Um dia tão triste em nossas vidas que nem a alegria que vivemos hoje pode apagar. Perdoe-me meus amigos, O Gente de Opinião, os que gostam e que não gostam de mim. Mas, palavras nascem do coração. Talvez muitos possuam o medo de mostrar o que viveram. Mas, as vezes é preciso dizer qualquer coisa sobre a gente. Um desabafo que não chega a ser triste, chega apenas a ser verdadeiro. O texto que vai abaixo vai ser escrito na íntegra, com erros de português iguais aos meus. Saibam vocês que palavras tão sinceras com certeza existem na alma de muitos de nós. Coisas simples, que quando vivemos nos levam ao céu e o inferno em alguns segundos. Se vivemos um grande amor, precisamos vivê-lo com intensidade, para que no amanhã que sempre se aproxima tão rápido as marcas do passado não possam nos perseguir como fantasmas que sempre batem em nossas portas.
“Pensei que
todo mundo
amasce igual a mim.
Mais foi puro engano.
Amei, amei, muito.
Mais não fui correspondida.
Espero ser amada algum dia,
não sei quando e
nem por quem, só o
mundo e tempo dirá.
A pessoa que mais amei
nunca descobrio que eu
daria até minha vida se
preciso fosse por ela.
Por isso pois tudo a perder.
Um amor tão bonito que
poderia dura a vida inteira”.
Maria José dos Santos Ramos
Hoje, vou assinar como realmente me chamo
José Carlos Oliveira ou Beto Ramos.
Diz a lenda.
Existiram dias em minha vida que a fumaça destas queimadas nem se comparavam aos dias nebulosos que vivi. Junto de minha mãe, passei por tantos caminhos tortuosos que as lágrimas dos meus olhos, fecundaram os momentos felizes que vivo hoje. Por sofrer por amor, minha mãe até hoje possui uns olhos caboclos que sempre se perdem no horizonte de sua alma. Dos filhos, por ser o mais velho e homem, deixei sobre os meus ombros um fardo tão pesado que nestes últimos anos, os meus olhos também começaram a se perder no horizonte. Como diria o meu grande amigo de algumas farras homéricas da época do Bilu Teteia, Carmênio, resolvi dar uma olhada nos meus alfarrábios. Coisas antigas, minhas, pedaços do meu coração que foram ficando em palavras sem rimas, sem a preocupação com a gramática ou fonética. Minha mãe viveu um só grande amor em sua vida. Um amor intenso, um amor para toda a vida. Um amor cheio de marcas, no coração e no rosto. Um amor com momentos felizes e muitos, mas, muitos momentos para se perder o sono. Do meu pai herdei uma forte opinião e o gosto por sempre querer participar de confrarias etílicas pelas madrugadas da minha tão querida Porto Velho. Mas, mostrei-me um beiradeiro de vergonha, e não deixei a marca do filho de peixe peixinho é. Como minha mãe respiro sensibilidade. Vivo sempre a espera de um milagre, onde a minha vida e a vida dos meus amigos, familiares possa ser cheia de felicidades e sem dias nebulosos. Como meu pai, sou crítico por natureza. Mas, também flexível ao ponto de sofrer pelo sofrimento dos outros. Alguém vai me perguntar sobre estas palavras. Talvez o texto de minha mãe que vai abaixo desta minhas linhas possa explicar. O amor e o desamor podem modificar a vida de muitas pessoas. Quando fomos morar sozinhos sem meu pai, arrumamos uma casa de madeira sem piso, portas e outras coisitas mais. Um dia tão triste em nossas vidas que nem a alegria que vivemos hoje pode apagar. Perdoe-me meus amigos, O Gente de Opinião, os que gostam e que não gostam de mim. Mas, palavras nascem do coração. Talvez muitos possuam o medo de mostrar o que viveram. Mas, as vezes é preciso dizer qualquer coisa sobre a gente. Um desabafo que não chega a ser triste, chega apenas a ser verdadeiro. O texto que vai abaixo vai ser escrito na íntegra, com erros de português iguais aos meus. Saibam vocês que palavras tão sinceras com certeza existem na alma de muitos de nós. Coisas simples, que quando vivemos nos levam ao céu e o inferno em alguns segundos. Se vivemos um grande amor, precisamos vivê-lo com intensidade, para que no amanhã que sempre se aproxima tão rápido as marcas do passado não possam nos perseguir como fantasmas que sempre batem em nossas portas.
“Pensei que
todo mundo
amasce igual a mim.
Mais foi puro engano.
Amei, amei, muito.
Mais não fui correspondida.
Espero ser amada algum dia,
não sei quando e
nem por quem, só o
mundo e tempo dirá.
A pessoa que mais amei
nunca descobrio que eu
daria até minha vida se
preciso fosse por ela.
Por isso pois tudo a perder.
Um amor tão bonito que
poderia dura a vida inteira”.
Maria José dos Santos Ramos
Hoje, vou assinar como realmente me chamo
José Carlos Oliveira ou Beto Ramos.
Diz a lenda.
sábado, 4 de setembro de 2010
MISTÉRIO!
Vai entender
Fizeram um samba quadrado.
Dentro de um quadrado entre paredes.
Um samba quadrado sem perguntas,
deixando alguns sambistas fora do quadrado.
O samba quando fica triste valoriza a sua origem.
O samba quando fica quadrado,
pode voltar ao quadrado de uma só mesa.
Fizeram um samba quadrado.
Um samba sem o porto velho porto.
Fizeram um samba quadrado.
Um samba que não é da sete de setembro
lá do quilometro um.
Um samba quadrado para poupar pó de café
para jogar no ventilador.
Fizeram um samba quadrado,
que nem o Bubu ouviu falar.
Um samba quadrado para poucos cantarem.
Aquela linda flor regada por um samba redondo,
agora é lembrada dentro de um quadrado
poupando pó de café para jogar no ventilador.
Vai entender o quadrado dos investimentos
em nossa cultura.
O cara que gostava do balanço do trem viajando junto com seu bem,
passou o ano inteiro batendo tecla e mais teclas sobre os investimentos quadrados
na Flor do Maracujá, no carnaval e outras coisitas mais.
Fizeram um samba quadrado que não é sucesso.
Fizeram um samba quadrado para deixar os sambistas do porto do velho Pimentel
sempre com o chapéu na mão.
Fizeram um samba quadrado que o João Carteiro não entregou a letra para ninguém.
Um samba quadrado quem nem a kizomba que é a festa das raças, ouviu alguém cantar.
Alguém fez um samba quadrado.
Um samba quadrado com alguns sem e muitos outros cem.
Um samba quadrado sem alguns investimentos, sem o apoio necessário para alguns eventos.
Um samba quadrado com alguns cem pros caras lá da cidade maravilhosa, alguns cem pros caras lá da cidade da garoa.
Pros caras do porto do velho Pimentel só a fumaça das queimadas.
Vai entender este quadrado sem rimas.
Estamos no centro histórico da nossa história.
“A melhor forma de ver o quadrado é olhando para ele” - Dom Lauro
Diz a lenda.
Fizeram um samba quadrado.
Dentro de um quadrado entre paredes.
Um samba quadrado sem perguntas,
deixando alguns sambistas fora do quadrado.
O samba quando fica triste valoriza a sua origem.
O samba quando fica quadrado,
pode voltar ao quadrado de uma só mesa.
Fizeram um samba quadrado.
Um samba sem o porto velho porto.
Fizeram um samba quadrado.
Um samba que não é da sete de setembro
lá do quilometro um.
Um samba quadrado para poupar pó de café
para jogar no ventilador.
Fizeram um samba quadrado,
que nem o Bubu ouviu falar.
Um samba quadrado para poucos cantarem.
Aquela linda flor regada por um samba redondo,
agora é lembrada dentro de um quadrado
poupando pó de café para jogar no ventilador.
Vai entender o quadrado dos investimentos
em nossa cultura.
O cara que gostava do balanço do trem viajando junto com seu bem,
passou o ano inteiro batendo tecla e mais teclas sobre os investimentos quadrados
na Flor do Maracujá, no carnaval e outras coisitas mais.
Fizeram um samba quadrado que não é sucesso.
Fizeram um samba quadrado para deixar os sambistas do porto do velho Pimentel
sempre com o chapéu na mão.
Fizeram um samba quadrado que o João Carteiro não entregou a letra para ninguém.
Um samba quadrado quem nem a kizomba que é a festa das raças, ouviu alguém cantar.
Alguém fez um samba quadrado.
Um samba quadrado com alguns sem e muitos outros cem.
Um samba quadrado sem alguns investimentos, sem o apoio necessário para alguns eventos.
Um samba quadrado com alguns cem pros caras lá da cidade maravilhosa, alguns cem pros caras lá da cidade da garoa.
Pros caras do porto do velho Pimentel só a fumaça das queimadas.
Vai entender este quadrado sem rimas.
Estamos no centro histórico da nossa história.
“A melhor forma de ver o quadrado é olhando para ele” - Dom Lauro
Diz a lenda.
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