Uma das conseqüências geográficas mais graves dos processos espaciais desencadeados pela diáspora africana é a desestruturação dos antigos Estados políticos do continente (preconceituosamente denominados de tribos), componente fundamental para a compreensão da amplitude das formas de organização social, política e territorial dos povos africanos.
Estas organizações territoriais e políticas, tratadas aqui, são núcleos e agrupamentos humanos de domínio com limites e fronteiras bastante fluidos, que cobrem maior ou menor extensão territorial segundo o nível de autoridade e dinamismo dos governantes, suas populações alcançavam milhares de habitantes, portanto jamais poderiam se chamadas de tribos.
Essas expressões não designam, portanto um estado político nos padrões ocidentais, caracterizados por fronteiras rígidas e limites precisos.
Reconhece-se hoje que entre os principais fatores que fizeram os povos europeus se voltarem para a África e a transformarem no maior reservatório de mão-de obra escrava jamais imaginada pelo homem estava a tradição dos povos africanos de bons agricultores, ferreiros, construtores, mineradores e detentores das mais avançadas tecnologias desenvolvidas nos trópicos.
Outro fator que justificava para o europeu a substituição do índio brasileiro pelo africano como escravo colonial era que, trocando na áfrica produtos manufaturados por homens cativos e, na América homens cativos por mercadorias coloniais, às classes dominantes das metrópoles da Europa apropriavam-se mais facilmente das riquezas aqui produzidas.
Nos séculos XVII e XVIII vão se constituir as mais importantes e duradouras extensões territoriais das rotas do tráfico negreiro, as Costas da Mina e de Angola.
É nesse período que vão ocorrer os maiores volumes de povos africanos transportados para o território brasileiro, no Século XVII o tráfico é dinamizado na Costa de Angola, de onde são transportados povos africanos para a Bahia, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro, São Paulo e regiões do centro-sul do Brasil e na Costa da Mina com fluxos para as províncias do Grão Pará, Maranhão e o território atual do Rio grande do Norte.
Carlinhos Maracanã.
Cine Zumbi.
CONEGRO.
Fonte; Cadernos Africanos- 1988
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